Power Rangers: Cosmic Fury | CRÍTICA

30 anos… Sim, nem parece que já faz tanto tempo que a série de Tokusatsu baseada em super sentais começou com a Saban Entertainment, conquistando vários fãs no decorrer do tempo. Quem acompanhou todo esse tempo sabe por quantas coisas a Franquia já passou: tivemos a fase da Saban, de Mighty Morphin Power Rangers em 1993 até Força do Tempo em 2001, a era da Disney, da temporada Força Animal de 2002 até R.P.M de 2009, a era Neo-Saban quando a empresa readquiriu os direitos da temporada Samurai de 2011 até Super Ninja Steel em 2018, e atualmente nas mãos da Hasbro, que começou com Beast Morphers em 2019. Desde essa aquisição, a empresa vem tentando trazer a franquia aos holofotes. Não que ela tenha deixado de fazer sucesso, mas era visível que precisava se reinventar. Em 2022 eles anunciaram a temporada que seria o encerramento para tudo que conhecemos: era hora de dar adeus a Franquia como a conhecemos.

Eis que surge Cosmic Fury: uma temporada que segue os eventos de Dino Fury, que foi a adaptação do Super Sentai Kishiryu Sentai Ryusoulger, e que prometia ser tanto um grande presente para os fãs, por conta desses 30 anos, como também um grande encerramento para tudo que conhecíamos da franquia, já que a Hasbro pretende focar em conteúdo 100% original, sem depender de Super Sentais, seja em uniformes, cenas ou zords. Mas será que essa temporada cumpriu isso tudo?

Só um aviso antes de começar a falar da série em si: Cosmic Fury funciona como uma terceira temporada de Dino Fury, então você precisa sim assistir as duas temporadas anteriores antes de assistir a esta, e é importante também assistir ao especial Once & Always (Agora e Sempre no Brasil), e todos estão disponíveis no catálogo da Netflix.

Bom, podemos dar início comentando sobre a primeira grande mudança: a quantidade de episódios. Aqui, eles deixaram de lado os 22 que cada temporada vinha tendo, para produzirem somente 10 episódios de 22 minutos cada, e posso dizer que a mudança foi muito bem vinda, pois nas outras temporadas, tudo ia bem em alguns deles, porém sempre chegava um momento em que eles deixavam o foco da temporada para coisas que não interessavam muito (os famosos episódios-fillers, como foram chamados pelos fãs). Em Cosmic Fury isso não acontece, tudo é muito bem encaixado e a temporada vai direto ao ponto, dando todo o destaque para o time de heróis e também para o time de vilões da temporada.

Falando sobre os vilões, a quantidade menor de episódios também afeta outra coisa que era super comum na franquia: o famoso monstro do dia. Como os episódios eram semanais e cada um trazia um monstro diferente para os heróis enfrentarem, esse apelido ganhou popularidade, porém isso não acontece aqui, uma vez que desde o início os vilões que foram apresentados ali serão aqueles que aparecerão por toda a temporada, o que traz um ar de alívio e até de curiosidade, pois antes nós víamos um inimigo surgir, mas sabíamos que logo eles seriam derrotados, o que não trazia uma ameaça muito grande. Já aqui, você olha para o inimigo e imagina do que ele é capaz, além de esperar o seu retorno, o que apresenta um tom de ameaça muito maior.

Por falar em vilão, não tem como não destacar o vilão dessa temporada: Lord Zedd, que foi o vilão da equipe original a partir da segunda temporada em 1994 e retorna aqui ainda mais perverso e trazendo toda aquela imponência para essa temporada. Trazê-lo de volta foi uma grande sacada para terminar esse ciclo da franquia com outro grande presente para os fãs.

Algo muito importante a se ressaltar são os novos uniformes dos heróis. Quando mostrados pela primeira vez, muitos torceram o nariz e criticaram antes mesmo de ver a temporada. Eu, ao ver pela primeira vez, não achei excelentes, mas achei razoáveis. Minha única preocupação era se aquilo ficaria bom em cenas de ação, mas posso afirmar que ficou excelente. As cenas são ótimas, tudo é gravado em espaço aberto, sem fundo verde, e os uniformes dão um show nessas cenas.

O tom abordado na temporada é totalmente equilibrado entre momentos sérios, mas também muitos momentos divertidos que nos fazem rir: e tudo em seu momento certo, sem atrapalhar em nada, deixando a temporada mais leve porém mantendo a violência que já conhecemos da franquia, até porque ainda é uma temporada feita para o público infanto-juvenil, então nada aqui é apelativo e pesado.

Sobre os personagens, sem dar spoilers, todos têm seus momentos de destaque, mesmo que alguns ganhem mais destaque que outros, como Amelia, que foi a Ranger Rosa nas temporadas anteriores e agora assume o papel de Ranger Vermelha (isso apareceu nos trailers), sendo a primeira a ser fixa em uma temporada. O desenvolvimento dela na temporada é maravilhoso e emocionante de se ver.

Como forma de comemoração aos 30 anos, aqui eles também decidiram trazer um antigo ranger para ajudar o time: Billy, o Ranger Azul original da série de 1993 (isso também foi mostrado em trailers). Billy, assim como Amelia, ganha um grande destaque na temporada, sendo um grande presente para os fãs de longa data da Franquia.

Desde a temporada de Dino Charge / Dino Super Charge (2015 / 2016 respectivamente) eu não me animava tanto com uma sequência de abertura e sua música. Quando a Saban readquiriu a franquia em 2011 e trouxe Samurai, eles passaram a colocar o famoso “Go, Go Power Rangers” em todas as temporadas que produziam, que apesar de ser uma forma de homenagear a franquia, trazia um cansaço para os fãs. A temporada de Dino Charge que eu citei anteriormente também trazia esse refrão, mas a música era tão impactante que você esquecia que ele estava lá. Agora eles abandonaram esse bordão para trazer uma música muito animada, divertida e que gruda na cabeça dos fãs, assim como aconteceu comigo.

Vou deixar um conselho para vocês que ainda irão assistir: apesar da música ser boa, recomendo pular a abertura a partir do episódio 3, pois as sequências trazem alguns spoilers do que vai acontecer, então fiquem avisados.

Cosmic Fury é um ótimo encerramento para a Franquia nos moldes que conhecemos, é uma temporada mais focada em seus objetivos, sem enrolação, com personagens super carismáticos e vilões muito bem trabalhados, além de ser um grande presente de 30 anos para a franquia. Isso me deixa muito mais animado para ver o que a Hasbro está preparando para o futuro da franquia com conteúdos 100% originais e focada em um público jovem-adulto. Agora resta esperar, já que essas novas produções só devem sair em 2025.

Power Rangers: Cosmic Fury está disponível com todos os seus episódios no catálogo da Netflix.

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Texto revisado por Patrícia Rodrigues