Monster Hunter Rise Sunbreak  (PS5)| Análise

Demorou, mas chegou! A expansão Sunbreak de Monster Hunter Rise está entre nós. Mais monstros, mais armas, mais armaduras, mais desafio: é o que define Sunbreak. Novas Mecânicas também foram adicionadas ao gameplay do jogo base. Alguns monstros queridos da franquia e novas variantes foram adicionados à DLC. Agradecemos à Capcom pelo acesso da chave de Sunbreak da versão de PS5.

Uma DLC de respeito

Sunbreak expande muito bem o que vimos em Rise, trazendo um gameplay cativante, viciante e desafiador. A DLC inicia bem de onde paramos no jogo base, e aqui há uma nova história, um novo lugar e novos personagens, cada um com suas motivações e histórias que complementam o enredo do jogo.

Sai o ranque alto e vem o saudoso ranque mestre, onde monstros mais fortes e perigosos surgem, sendo essa a fórmula do sistema de progressão do jogo. Assim como nos jogos anteriores, o ranque mestre também é dividido em “escalas” por níveis de estrelas. Quanto maior o número de estrelas do ranque mestre, maior será o desafio. O sistema do ranque mestre em Sunbreak não é exagerado a ponto de facilitar ou dificultar a experiência dos jogadores. Arrisco dizer que a Capcom fez um excelente trabalho nesse quesito, pois a progressão do jogo acontece de maneira natural.

Uma nova história, mas não tão nova assim

Os acontecimentos de Sunbreak começam logo após o final do jogo base, quando concluímos a missão de 7 estrelas do ranque alto na área de encontro: Serpente Deusa do Trovão. É fundamental que se tenha concluído essa missão, pois sem ela o jogador não conseguirá acessar os novos conteúdos da DLC e avançar para o ranque mestre. Após derrotar Narwa, a grande ameaça do jogo base, novos monstros e variantes de alguns outros já conhecidos aparecem aos arredores de Kamura, causando desordem na região. É aí que seu caçador fica encarregado de investigar a causa do aparecimento desses monstros na região. Sim, é um pouco clichê, mas funciona. Como em todo jogo da série de Monster Hunter, você é um caçador que precisa proteger a sua vila de uma ameaça iminente. Bom, ao menos em Sunbreak há mais cenas que explicam melhor a “história” do jogo, diferentemente de sua versão base que é mais simples nesse quesito.

Ao avançar na campanha, deixamos a vila de Kamura e partimos para Elgado, um posto de comando que fica bem próximo de um Reino que foi destruído por um desolado e insurgente inimigo: o monstro Malzeno, lendário dragão ancião do reino. Bom, ao menos é isso que a cavaleira da ordem real, lady Fiorayne, relata ao nosso caçador após as primeiras missões da expansão.

Vista de Elgado.

Novos personagens

Fiorayne é um dos personagens principais de Sunbreak, e peça fundamental para o desenrolar de toda trama que envolve a história do jogo. Em poucas palavras, posso defini-la como cativante, corajosa e nobre, quesitos mínimos para um cavaleiro real. Aliás, o que não falta são novos personagens na DLC. Cada um tem sua maneira de ser e motivações únicas que justificam o propósito de estarem ali. Almirante Galleus, o Mestre Arlow, o Cientista Bahari, o mercador Oboro, a ferreira Minayle e a fofa Chichae, todos, sem exceção, são peças importantes da expansão.

Fiorayne, a cavaleira real de Sunbreak.

Diferente de Rise, que se inspira nos Yokais e na cultura japonesa, Sunbreak bebeu da fonte do folclore Europeu e da idade média, tendo como alicerce as lendas urbanas daquela região. Três novos monstros estrelam como pilares para a construção do enredo do jogo: conhecidos como “os três lordes”, temos os estreantes Garangolm, Lunagaron e Malzeno.

Novos monstros e cenários

Garangolm é um monstro bruto, enorme e forte, que se assimila bastante a um imenso gorila. Ele possui poderes com seiva de plantas que podem fortalecer seu corpo. Também consegue fortalecer seus ataques com a seiva, por meio da utilização de elementos em conjunto, sendo água e fogo. Apesar de parecer lento, Garangolm é extremamente perigoso pelo estrago que pode causar a seu caçador.

Garangolm.

Lunagaron é uma serpe de presas que, ao contrário de Garangolm, é ágil e perigoso a cada instante. Ele pode refrigerar seu próprio corpo, criando uma camada de gelo similar a uma armadura para aumentar sua defesa e ataque. Por sinal, seus ataques infligem dano de gelo, fazendo com que a barra do cabinseto fique em um estado “congelado”, tardando o enchimento desta, o que impede que seu caçador possa utilizar suas habilidades ou se movimentar com maior fluidez.

Lunagaron.

E por último, não tão menos importante, o lorde Malzeno. Intitulado como o monstro lendário daquele reino, Malzeno é um dragão ancião que drena a energia vital de outras criaturas. Desde teleporte até “sugar” a vitalidade de seu caçador, Malzeno é a personificação da elegância + destruição. Para mim, esse monstro tem um dos melhores design já feitos pela Capcom em toda a franquia. Seu set de armas e armaduras remete a realeza e a nobreza, assim como o set do magnífico Morudomunto (conhecido como Dragão da Coroa Negra), que infelizmente não dá as caras em Sunbreak.

Aliás, é importante ressaltar que, conforme já divulgado pelos produtores de Sunbreak, os três lordes foram inspirados em lendas como Frankenstein (Garangolm), Lobisomem (Lunagaron) e Drácula (Malzeno), o que os torna assustadores e cativantes ao mesmo tempo. Foi uma sacada genial da Capcom utilizar esses conceitos para criação de toda a atmosfera ao redor da expansão.

O perigoso e letal Malzeno.

A exceção do Nintendo Switch e da Steam, os demais consoles contam com todas as atualizações gratuitas até a Ver.13, conhecido como título update 3. Até essa atualização, Sunbreak conta com 23 novos monstros, sem considerarmos os 3 lordes e 3 cenários, sendo eles: Fortaleza (novo), Selva e Arena desolada (ambos cenários já conhecidos na franquia). O destaque fica para a Fortaleza, que apresenta um grande mapa com diversos pontos intrigantes e biomas diversos, seja um pântano coberto, ruínas de um castelo, áreas de gelo e até uma arena no topo mais alto no fim do mapa, que lembra muito as arenas de chefes finais dos jogos anteriores. O mais incrível é que isso tudo está interligado em um mesmo mapa.

O novo mapa “Fortaleza” e seus diversos biomas.
Shagaru Magala retorna com estilo.

Novas armas, armaduras e mecânicas refinadas

Novas armaduras, armas, amuletos, joias e propriedades foram adicionadas também. Agora é possível criar builds de maneira mais criativa, sejam elas focadas em dano bruto, ataque crítico, defesa ou até em dano elemental. Fica a dica: experimentem builds focadas em dano elemental, de preferência com armas que utilizam elementos e/ou frascos elementais, como por exemplo a Charge Blade (Lâmina Dínamo) ou a Switch Axe (Transmachado).

Falando em novo, o gameplay foi refinado e melhorou aquilo que já conhecemos em Rise. Agora é possível usar novas habilidades com o cabinseto, além das já existentes no jogo base. O melhor é poder fazer tudo isso em conjunto. Isso mesmo, se em Rise seu caçador era obrigado a utilizar parte do seu arsenal de habilidades, em Sunbreak é possível usar quase todo seu potencial em batalha. Agora seu caçador pode executar golpes e habilidades de forma mesclada graças à “Habilidade de troca” que consiste em executar um movimento que alterna de um pergaminho vermelho para azul e vice-versa. Cada pergaminho pode ser equipado com uma quantidade X de golpes e habilidades. A realização da troca entre os pergaminhos é infinita, ou seja, você não precisa utilizar nenhum item ou aguardar o carregamento de algum contador/barra. Parece complexo, mas é simples: basta segurar L2 e pressionar os botões triângulo + bola nos consoles da Sony ou segurar LT e pressionar os botões Y e B nos Xbox. Você também consegue utilizar uma esquiva de emergência logo após a troca de habilidades, o que torna seu personagem mais ágil e volátil. As trocas de habilidades proporcionam uma nova maneira de enfrentar cada monstro. Vale ressaltar que essa mecânica não possibilita alternar entre armas. Ou seja, ela serve para expandir todo o potencial da arma que está equipada em seu set. Essa mecânica trouxe um grande impacto no gameplay como um todo.

Quanto aos monstros, além dos 3 lordes adicionados temos gratas novidades que estreiam ou retornam à franquia. O destaque fica para Shagaru Magala, Gore Magala Caótico, Magnamalo Desprezível e Espinas Flamejante. Temos também o trio de dragões anciões que deram as caras no jogo base, só que agora mais poderosos. Conhecido como “Erquidos”, Chameleos, Kushala Daora e Teostra, suprimiram o vírus dos Qurios e superaram o status da aflição. Mas afinal, o que são esses “Qurios”?

Novos modos de caça

Ao desenrolar da história, nosso caçador e a trupe de Elgado descobrem que o causador de toda a desordem no reino são os Qurios, uma espécie de parasitas que afligem os monstros e os enlouquecem. Em certo momento do jogo é dito que esses parasitas estão sob o controle de Malzeno, o que faz dele a grande ameaça que causou a destruição do reino. Bom, ao menos é nisso que os cavaleiros reais acreditam. Assim como nos demais jogos da franquia, ao concluir a história principal de Sunbreak é que as coisas começam a melhorar, isso porque é no endgame que os grandes desafios começam a aparecer. Seja um novo monstro, variante etc., em todo jogo de Monster Hunter sempre haverá um motivo para continuar as caçadas.

Após a conclusão da história de Sunbreak, são liberadas as “Missões de Pesquisa de Anomalia”, que permitem ao seu caçador enfrentar monstros “afligidos” pelos Qurios. Nesse estado, os monstros são mais fortes e resistentes que o habitual. Pense como se fosse uma escala de um ranque mestre para um maior ainda. Existem dois tipos para essas missões, sendo: Missões de Anomalia e Investigações de Anomalia. Ambas podem ser acessadas por meio do menu Missões de Pesquisa de Anomalia.

Ao final de cada missão, seu caçador irá ganhar pontos de missão de anomalias para aumentar o ranque de monstros de anomalia. Como parte da fórmula geral do jogo, quanto maior o ranque maior o desafio. Caçar monstros alvos afligidos pelo Qurios dropa ao jogador pedaços afligidos, que servem como elementos fundamentais para evoluir ainda mais suas armas e armaduras. Seja para criar um slot maior para encaixe de joias mais raras, aumentar sua defesa geral, defesa elemental ou até mesmo ganhar uma nova propriedade.

Melhorando suas armas e armaduras com peças afligidas.

É importante ressaltar que o famigerado modo frenesi de Rise não retorna e Sunbreak. Esse modo consistia em uma horda de monstros atacando a sua base, cabendo ao seu caçador protegê-la. É um modo de jogo que não caiu na graça do público, acrescentando em nada na experiência do usuário. Ainda bem que a Capcom ouviu a comunidade.

Já a adição das “Missões Colab. de Seguidor” trouxe o jogo para outro patamar. Por meio desse modo é possível realizar caçadas com alguns dos NPC’s que conhecemos em Elgado ou da vila de Kamura. Cada NPC lhe apresenta algumas missões cuja finalidade é caçar ou capturar determinado monstro. O mais interessante é que há uma motivação que liga esse monstro ao NPC, seja ela por uma boa ou má história que os envolva. A medida em que você cumpre as missões de colab. com determinado NPC, ele estará disponível para que você possa utilizá-lo como seu ajudante em suas caçadas. Isso só vale para o modo offline, seja em missões de ranque alto ou de anomalias. É interessante ver o trabalho que a Capcom fez aqui, pois ao contrário do que se vê em outros jogos, os NPC’s te ajudam de fato, sendo até mais úteis que alguns players no modo online. Cada NPC possui uma lista que descreve bem suas características, estilo de luta e arma que empunha em combate. Aqui dou o destaque novamente para Fiorayne, pois caçar ao lado dela é algo esplêndido e glorioso. Vê-la desferindo golpes em seu inimigo mortal (Malzeno) montada em um Lunagaron é lindo de se ver, pois combina demais com sua personalidade. Afinal, não é comum que alguém consiga domar um Lobisomem e dar uma surra em um Drácula.

Caçando ao lado de um dos NPC’s do jogo.

O modo online é o mesmo que vimos na edição base do jogo. De fácil acesso, com um bom netcode e uma resposta rápida no pareamento das sessões. É possível se juntar com 3 outros players, de forma aleatória ou por meio da criação de um lobby para recrutar seus amigos.

Considerações finais

A essência principal do jogo se manteve praticamente estável. Coletar, coletar, caçar e caçar. Assim como em Rise, Sunbreak também foca no grinding, o que vai exigir horas e horas dos jogadores. Não adianta tentar rushar o jogo, pois ele não funciona dessa maneira, isso faz parte da fórmula da franquia. Caso tente fazer isso, logo o jogo deixa claro que você deve pisar no freio, calçar a sandália da humildade e admitir que é bom ir com calma. Aos poucos você progride e avança da maneira como deve ser. O bom é que, assim como Rise, a DLC não exige que o jogador faça inúmeras missões para progredir, o que era comum nos clássicos.

O único ponto que lamento em relação ao lançamento de Sunbreak para os demais consoles é que não temos acesso às últimas atualizações do jogo. A previsão é que sejam lançados no final deste ano para o início do ano que vem. Enquanto no Nintendo Switch e Steam já temos acesso ao update 5 e logo mais será lançado update bônus, temos que nos contentar com o update 3 que trouxe o Gore Magala Caótico. Queria muito enfrentar a Velkhana e a calamidade Amatsu, o qual possui a melhor batalha já feita em Sunbreak, digna de chefe final.

Por fim, posso dizer que Sunbreak não só superou minhas expectativas como também me deixou empolgado pelo futuro da franquia. A pergunta é: o que mais eles irão inventar para a franquia? Bom, eu não sei, mas aguardo ansiosamente. Vale a pena essa expansão? Sim e muito. Assim como aconteceu em Iceborne, Sunbreak expande, literalmente, o jogo base com a adição de muitos conteúdos que podem ser usufruídos por várias horas. Espero que no update bônus da DLC eles adicionem o Malzeno Orignal e talvez o trio de Fatalis, pois isso encerraria com chave de ouro esse belo trabalho feito pela Capcom chamado Monster Hunter Rise Sunbreak.

Veja a análise e Monster Hunter Rise clicando aqui.

Não esqueça de nos seguir nas redes sociais todas elas como @meialuafsoco ou nos links no topo da página e também se inscreva no nosso canal do YouTube para não perder a nossa cobertura de evento, lives e videos.

Confira também outras matérias e análises em nosso site: