Rivais | CRÍTICA

Nesta semana, fomos convidados para a cabine de imprensa do novo filme brilhantemente dirigido por Luca Gualdadigno: “Rivais”. Protagonizado por Zendaya (Tashi), Mike Faist (Art) e Josh O’Connor (Patrick), o longa retrata a trajetória conturbada de um triangulo amoroso vivido pelos tenistas Patrick, Art e Tashi. Enquanto Patrick e Art se portam de forma menos despretensiosa em relação ao tênis, Tashi é a representação quase perfeita de atleta prodígio talentosa e determinada. No entanto, a relação discretamente conflituosa entre eles toma caminhos inesperados quando Tashi sofre uma lesão que compromete sua carreira de forma definitiva. Deste ponto em diante, o destino dos protagonistas é transformado drasticamente até que seja cruzado novamente, colocando os antigos parceiros Patrick e Art em posição de disputa.

Dentre os diversos aspectos a serem admirados em “Rivais”, o primeiro a ser mencionado está no elenco. Zendaya, Mike Faist e Josh O’Connor nos provam a cada minuto de tela que não foram designados ao acaso. O trabalho de atuação do trio sustenta as mais de duas horas da produção sem que haja a necessidade da inserção de outros personagens em destaque: quem assiste se conecta a cada personagem em cena e ao enredo de forma a se sentir completamente imerso ao drama retratado.

Quando se fala sobre filmes de gênero dramático, pouco se espera em termos de efeitos de áudio e imagem: o foco costuma ser o roteiro e a atuação. No entanto, aqui somos contemplados com uma sonoplastia brilhante que complementa cada emoção expressada, além de uma verdadeira experiência visual. Em “Rivais”, as cenas fora de quadra abordam a história dos personagens e o drama existente nos conflitos gerados por um triangulo amoroso, e nestas a trilha sonora é a protagonista. Já em quadra, as repetitivas cenas dos jogos de tênis passam longe de se tornarem maçantes justamente através da irretocável atenção ao aspecto visual. O espectador não verá apenas uma partida de tênis comum: ele a verá através de todos os ângulos possíveis. Seja por baixo, como se a partida acontecesse sobre uma quadra de vidro, seja pela perspectiva da própria bola de tênis ou com closes em câmera lenta que permitirão até a visão das gotas de suor pingando dos atletas. Além disso, os diversos focos na expressão de Tashi ao longo da partida trazem a composição visual algo a ser interpretado de forma subliminar: o quanto sua linguagem corporal mostra com exatidão o que ela sente (ou não sente) durante a partida. Em “Rivais”, os ângulos são os maiores aliados da direção de fotografia.

Sobre o enredo, há muito o que ser destacado, uma vez que este é, com certeza, um dos destaques em “Rivais”. Ao longo do filme, vemos diversas referências serem criadas dentro da própria trama para serem usadas em um ponto adiante, seja na posição de saque de Art que é imitada por Patrick ou no grito de Tashi ao final da partida entre os agora rivais. A dinâmica de locomoção no tempo mostra um formato construído de forma muito bem elaborada: começamos o filme pela partida final, e ao longo dela temos flashes que nos permitem saber como tudo aconteceu até chegar àquele momento. Dentro do desenvolvimento do enredo, algumas pontas soltas escapam do desenrolar dos fatos, o que acredito ter sido feito de forma proposital, uma vez que grande parte do enredo deve ser lido nas entrelinhas, deixando o público reflexivo após a sessão. Ainda assim, em momento algum o público terá dificuldades para compreender a história e nem ficará perdido nas constantes idas e vindas no tempo. Além disso, a presença de apenas três personagens principais, não sendo nenhum destes caracterizado como um vilão, poderia, por fugir do convencional, trazer tédio ao público. Porém, estes três personagens aliados a todos os fatores positivos já mencionados, conseguem envolver o espectador com êxito. É como se uma fórmula de componentes peculiares se juntasse e desse vida a uma obra prima.

Preciso ressaltar que pelo visto nos trailers antes da data da cabine não criei muita expectativa sobre “Rivais”. O material de divulgação não retrata a profundidade que há no filme como um todo, passando ao público a impressão de uma história apelativa e rasa. O trabalho de Luca Gualdadigno é uma absoluta aula de como fazer cinema, de como trazer ao espectador uma qualidade quase poética sem abrir mão de uma produção que proporcione entretenimento e fácil compreensão. Dentre os filmes lançados até então neste ano, posso afirmar que “Rivais” é uma das melhores recomendações que podemos trazer. Mesmo expondo muito menos erotismo do que o esperado pelo visto em trailers, poderá não agradar aos mais conservadores. Ainda assim, é um trabalho com grande possibilidade de agradar tanto ao público geral quanto aos mais renomados críticos de cinema. A relação metafórica entre tênis e relacionamentos mencionada por Tashi no filme é percebida ao longo de toda a trama. E, assim como no tênis, temos altos e baixos, tensão, disputa, drama, suor, e muita paixão.

Se assistir a “Rivais”, conte para nós o que achou do filme!!! E fique a vontade para deixar sua opinião ou sua expectativa para a produção aqui nos comentários!

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