The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom | Análise 

Quando a sequência de “The Legend of Zelda: Breath of the Wild” foi anunciada em 2019 durante a conferência da Nintendo na E3, juro que não fiquei tão entusiasmado, porque não havia jogado o game anterior. Porém, em 2021 finalmente consegui o meu Nintendo Switch e finalmente pude jogá-lo e entender todo o sucesso e prêmios que ele havia conquistado, pois não se tratava somente de mais um jogo com um mundo aberto genérico e uma história qualquer, mas sim uma verdadeira obra prima do mundo dos games, pois ele expande ao máximo o conceito de mundo aberto através de vários momentos que proporcionam total liberdade para o jogador se movimentar por onde quiser, sem que haja um caminho linear. Além disso, o game traz uma encantadora história de encher os olhos.

Foi aí quando despertou a ansiedade para que essa sequência chegasse logo, uma vez que o que foi visto no primeiro jogo me despertou uma curiosidade: o que a Nintendo poderia fazer para superar aquilo? 

E eis que chegou o momento tão aguardado e a pergunta é, será que a Nintendo conseguiu superar algo que até o momento eu considerava como insuperável?

História envolvente e impactante

Tudo começa anos após Breath of the Wild. O jogo não explica quantos anos se passaram, a princesa Zelda e Link estão investigando as fundações do castelo, uma parte que nunca havia sido explorada antes. Nesse local eles encontram escrituras que contam uma história antiga do Reino de Hyrule sobre uma antiga civilização: os Zonnai, que há muito tempo haviam descido dos céus e fundaram o Reino, até que um dia surgiu um ser que se intitulava o Rei Demônio e entrou em conflito com esse povo, dando início a chamada Guerra do Aprisionamento.

Investigando mais afundo, os dois chegam a um local onde se encontra um corpo com uma mão pressionando o seu peito. Ao se aproximarem mais do corpo, a tal mão cai no chão, liberando um poder maligno que até então estava contido no corpo e vai para cima da princesa. Porém, Link consegue defende-la a tempo com a sua Master Sword, mas acaba sofrendo as consequências. Quando o tal poder toma conta da espada e do braço do herói, quebrando a lâmina da espada, o tal corpo então se levanta, começa a se queixar de Link e usa seu poder recém-despertado para erguer o Castelo de Hyrule em meio a uma grande aura maligna, causando um tremor que acaba derrubando Zelda de um penhasco. Link pula e tenta pegá-la, porém é tarde demais e ela caí em um grande vazio, enquanto o braço que estava pressionando o corpo anteriormente agarra Link e o leva embora daquele local.

Algum tempo depois, Link acorda em um local totalmente desconhecido e escuta uma voz dizendo a ele que estava aliviado por ele finalmente ter acordado, porém seu braço teve ferimentos muito profundos e teve que ser substituído. Explorando um pouco o local, Link encontra uma espécie de robô que o entrega o Tablet de Prunia, um item que Zelda usava e que guiará Link ao caminho certo. Ao perguntar onde estamos, o robô diz estarmos em um local chamado de Jardim do Tempo, onde pode ser encontrado o Templo do Tempo, que é o local ao qual o Tablet de Prunia indica que devemos ir.

Ao chegar lá, Link é impedido de entrar e é recebido por Rauru, que se apresenta como o dono do braço direito de Link (aquele que foi substituído). Ele diz que para entrarmos no templo, precisamos recuperar os poderes do braço, visitando os templos que estão situados por toda a ilha. Ao visitar todos, Link consegue entrar no templo e abrir uma porta que se encontrava na parte de trás. Ao abri-la, Rauru reaparece e diz que ele fez o que estava ao seu alcance e agora cabe a Link encontrar Zelda e descobrir o que aconteceu ao Reino de Hyrule.

A história dessa sequência traz a mesma sensação de sua anterior: o mistério por trás de tudo que está acontecendo, a imersão em que o jogo te coloca ao ler cada diálogo, os personagens que surgem enriquecendo mais o enredo. Tudo é muito bem trabalhado e feito com um amor tão grande que poucas empresas conseguem fazer com apenas algumas horas de gameplay.

A forma como a história é contada aqui também é uma característica que veio do jogo anterior, em que você pode ir para qualquer lugar na ordem em que você bem entender. Então, cada jogador pode ter uma experiência diferente, e isso dá liberdade para experiências diferentes para cada um.

Porém, diferente de seu antecessor, esse game tem um enredo muito mais rico, pesado, e muito mais plot twists que deixam qualquer jogador de boca aberta, além das cutscenes que são muito mais bem trabalhadas que no jogo anterior. O mundo apresentado no novo jogo de Zelda é bem mais enriquecedor.

Terminei a campanha com cerca de 60 horas, aproximadamente o mesmo tempo que precisei em seu antecessor. Porém, não cheguei a concluir nem a metade do que o jogo tem a oferecer: missões secundárias, os santuários, os mistérios. Há muita coisa ainda a ver e descobrir, então se tivesse explorado muito mais (o que farei agora depois de zerar a campanha) poderia passar facilmente das 100 ou até das 200 horas, pois conteúdo é o que não falta nesse jogo.

Jogabilidade que bebe da fonte, mas surpreende da mesma forma

Falando sobre a jogabilidade, esse bebe muito da fonte que seu antecessor estabeleceu, o que faz com que aqueles que já estavam acostumados se sintam familiarizados com este. Mas claro, temos muitas novidades no novo título, e uma delas está nas novas habilidades do Link, o que é possível vislumbrar durante os trailers divulgados pela Nintendo, mas eu darei alguns detalhes sobre cada uma.

Ultrahand: Habilidade que permite a Link a possibilidade de movimentar os objetos do cenário e fundi-los para nos ajudar a passar pelos cenários. Há uma quantidade incrível de coisas a se fazer com elas, pois quase todos os objetos do cenário são fundíveis, o que pode levar a criatividade dos jogadores a outro patamar.

Ascend: habilidade que permite que Link atravesse superfícies que estão acima dele, muito útil para quem quiser pegar um “atalho” em certas partes do jogo e até mesmo para sair de cavernas, o que pode facilitar a sua gameplay.

Fuse: nos permite fundir qualquer item a arma ou escudo que estamos utilizando. E quando digo qualquer item não estou exagerando: desde carrinho com o escudo para andar por aí, até uma folha com a sua espada para gerar um vento tão forte capaz de empurrar seus inimigos para bem longe.

Rewind: Habilidade que faz com que um objeto em movimento refaça seu trajeto. Você pode voltar um projétil para o inimigo e feri-lo ou usá-lo na resolução de alguns puzzles, o que será bem útil, vai por mim.

Há mais uma habilidade no jogo que não foi mostrada em nenhum trailer, pois se consegue mais para frente, porém não vou comentar aqui por se tratar de um pequeno spoiler.

Exploração Magnifica

Em questão de exploração, Tears of the Kingdom faz parecer que o seu antecessor era somente uma demonstração do que estaria por vir. Tudo se expandiu e Hyrule está gigantesca, tanto nos céus quanto na superfície, então pode reservar umas boas horas de gameplay só para explorar tudo que ele tem a oferecer.

Falando dos céus, que são a grande novidade aqui, tudo é muito rico em detalhes e, assim como sua superfície, é surpreendente: você nunca sabe o que pode acontecer no decorrer da exploração desse cenário, e se impressiona pelo que pode ser encontrado explorando cada cantinho daquele espaço.

Direção de Arte que enche os olhos

Desde seu antecessor, achei a direção de arte escolhida ótima. A sensação é de que você está interagindo com uma grande pintura em movimento, tudo tem cores vibrantes que deixam qualquer jogador maravilhado com tudo o que está vendo.

E o mais impressionante a se destacar aqui é a capacidade do Nintendo Switch em reproduzir tudo isso. Em vários momentos durante a minha jornada me vi perguntando como tudo aquilo poderia estar rodando em um console com um hardware de desempenho mais fraco comparado aos outros que temos no mercado, é impressionante.

Nem tudo são flores

Claro que o jogo não está longe de ter alguns problemas. A performance (como disse mais acima, o Nintendo Switch é um console com hardware mais fraco). Quando falamos em questão de um exclusivo do console, esperamos que tenha uma performance pelo menos aceitável, o que não acontece em algumas partes.

Em diversos momentos, me vi rodando o jogo em 15 ou até mesmo 10 quadros por segundo por conta de tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo. Em seu antecessor, isso também acontecia no lançamento, o que leva a crer que tal problema será corrigido com o passar do tempo.

E claro, temos que falar novamente a respeito da localização. Estamos em 2023 e a Nintendo ainda lança jogos por aqui sem sequer disponibilizar uma legenda em nosso idioma, o que pode acabar afastando possíveis novos jogadores que, para entender um jogo dessa magnitude, precisariam pelo menos de uma legenda.

Considerações Finais

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom pega tudo que seu antecessor fez e expande a outro nível, seja no tamanho de seu mundo, gameplay, história e imersão, tudo foi feito novamente com um tremendo carinho e para entregar uma das melhores experiências no mundo dos games.

É, de longe, uma das melhores experiências que eu já tive com algum jogo e o melhor jogo que joguei este ano. Não me surpreenderia se ele saísse ganhando prêmios a rodo, inclusive como o melhor jogo do ano por vários outros jogadores e até mesmo no The Game Awards, pois ele merece todo o sucesso que vem fazendo e todas as notas que vem conquistando.

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom já está disponível exclusivamente para o Nintendo Switch.

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Texto revisado por Patricia Rodrigues