O Dublê | CRÍTICA

Hoje, o Meia Lua traz uma análise crítica do filme “O Dublê”, lançamento de 2024 dirigido por David Leitch e protagonizado por Emily Blunt e Ryan Gosling. A trama, bastante aguardada pelo público e baseada na série de ação dos anos 80 “Duro na Queda”, narra a conturbada realidade de uma classe profissional invisível e pouco valorizada: os dublês cinematográficos. Para isto, acompanhamos no filme a história de Colt(Ryan Gosling), o talentoso dublê do astro Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson). Quando tudo parece em equilíbrio entre Colt e Jody, diretora de cinema em ascensão pela qual o dublê se apaixona, ele acaba se acidentando durante as filmagens e toma a decisão de abandonar os sets. No entanto, o desaparecimento repentino de Tom Ryder faz com que sua agente procure desesperadamente por Colt para ser novamente seu dublê, enquanto lhe é dada também a missão de procurar por Tom Ryder, cuja presença é indispensável para o sucesso do filme e consequentemente, de Jody, o grande amor de Colt. Contudo, o desaparecimento de Tom envolve fatores misteriosos e inesperados, que poderão colocar Colt em risco durante sua busca.

“O Dublê” é uma mescla de três gêneros muito populares em uma só produção. Aqui, temos comédia, romance e ação acontecendo durante toda a trama de forma fabulosa: o romance cativa o expectador, a comédia diverte e a ação irá proporcionar ao público cenas repletas de lutas, explosões, fugas e capotamentos. Ainda assim, o romance vivido parece previsível, bem como as cenas de ação, nas quais não é muito difícil saber o que vai acontecer para que o mocinho sempre sobreviva aos ataques. Essa previsibilidade pode prejudicar a experiência do público, uma vez que é um fator que facilmente se associa ao tédio. Apesar de o desdobramento dos fatos se dar de forma a sempre sabermos o que irá acontecer, não considero a premissa do enredo algo batido: é como se uma história bem arquitetada caísse em um desenrolar monótono. O enredo do longa não se perde ou de desconecta em nenhum momento, então a compreensão do público sobre a história é garantida.

Após o sucesso estrondoso de Emily Blunt em “Oppenheimer” e Ryan Gosling em “Barbie”, ambos poderiam chegar em “O Dublê” sob o já conhecido fantasma de atores que dão rosto a um papel e sofrem com a demora dos fãs para desassociar aquele elemento de seu intérprete. Todavia, Ryan e Emily entregam identidade mais que suficiente para que Colt e Jody façam o que o roteiro por vezes não faz: se conectar com o espectador.  Observando um pouco fora do casal de protagonistas, vale ressaltar o trabalho excepcional de Hannah Waddingham, que interpreta a assessora alienada de Tom Ryder, e o faz de forma tão divertida que por diversos momentos temos a impressão de conhecer alguém exatamente igual a ela. Vale adicionar também uma menção a Winston Duke (Dan) que adiciona uma interpretação cômica na medida certa.

Sob a minha perspectiva, o ponto alto em “O Dublê” o plano de destaque fica para os efeitos especiais. Somos contemplados com explosões, cenas de luta, capotamentos e quedas absolutamente insanas, tudo visto sob ângulos que aprimoram ainda mais a experiência de quem assiste. O trabalho visual é bem feito e planejado, colocando “O Dublê” no patamar das melhores produções cinematográficas de ação. Não bastante, tudo isso é complementado pela trilha sonora repleta de clássicos do rock que parecem “casar” com cada cena.

“O Dublê” é uma produção que tem absolutamente tudo para dar certo: elenco de ponta, referências satisfatórias, comédia e romance combinados com ação de qualidade executada através de efeitos incríveis. E estaria mentindo se dissesse que o filme dá errado, mas está longe de ser algo tão surpreendente ou inovador. Portanto, aos fãs dos três gêneros envolvidos, fica a nossa indicação: vale sim a pena assistir a “O Dublê”, mas não elevem ao extremo as expectativas. Dirigido por um dublê da vida real, o filme transmite a mensagem de valorização e reconhecimento aos profissionais do ramo de forma divertida, diluindo um protesto sutil em muita comicidade e levando o espectador para uma grata surpresa no decorrer e no final da trama: um curioso percurso pelos bastidores de uma produção cinematográfica.

Contem para nós aqui nos comentários se pretendem assistir a “O Dublê”, e quais as suas expectativas para o filme!

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