O Urso do Pó Branco | Crítica

O que você diria se alguém na sua cidade relatasse sobre um urso ter ingerido quilos de cocaína? Pois acreditem, é essa a premissa absurda que levou à criação do filme “O Urso do Pó Branco”, sobre o qual iremos falar hoje!

Dirigido por Elizabeth Banks e inspirado em fatos reais, o longa narra a história de uma operação de entrega de drogas que falha miseravelmente quando um dos traficantes decide saltar de paraquedas portando uma grande quantidade de cocaína, mas acaba morrendo por uma falha do equipamento. Assim, toda a droga fica espalhada pela floresta, e parte dela é encontrada e consumida por um urso negro, que dá início a uma sequência de assassinatos brutais sob efeito da substância.

A história real que originou o filme ocorreu na década de 80, e sim, é bem menos absurda que o enredo de “O Urso do Pó Branco”. Na vida real, um urso de fato consumiu uma quantidade considerável de cocaína nos EUA, mas ao contrário do retratado filme, o animal morreu em seguida devido a uma overdose. O fato que apresenta maior similaridade entre a história verdadeira e o enredo do filme está no que desencadeou os acontecimentos: o traficante que realiza a tentativa falha de saltar de um avião com drogas sobre uma floresta.

O enredo da trama é sim tão maluco quanto se espera ao ler a sinopse ou ver o trailer. Os absurdos constantes do filme são representados de forma tão cômica e caricata que rapidamente o espectador irá entender que a ação e tensão vistos no trailer não serão protagonistas dessa história: o teor sanguinário e aterrorizante comum em filmes do gênero é “diluído” em muito humor.

Isso poderá causar insatisfação em alguns espectadores, mas para outros tornará a experiência do filme memorável (confesso que me enquadro na segunda opção). Além disso, considero que apesar de se tratar de algo absolutamente surreal, o carisma e bom humor de alguns personagens e situações são justamente os responsáveis por cativar o espectador. A trama é bizarra ao ponto de poder repelir parte do público só por sua sinopse, mas quem se arriscar com certeza irá encarar a sessão até o final para saber a conclusão de tantos desdobramentos ilógicos.

Como mencionado anteriormente, não espere ver tanta ação quanto o trailer promete, e nem efeitos especiais surpreendentes. Nesses quesitos, “O Urso do Pó Branco” pode ser considerado apenas razoável. Ainda assim, o público de filmes trash com teor tão absurdo não pode esperar algo consideravelmente superior em filmes do tipo.

O elenco é mediano, mas vale mencionar Alden Ehrenreich (Eddie), Aaron Holliday (Stache) e O’shea Jackson Jr. (Daveed), que dão vida a um trio improvável que percorre situações inimagináveis em busca das drogas perdidas na floresta. Apesar de trazerem personalidades totalmente distintas, a conexão caótica entre esses três personagens gera cenas incrivelmente divertidas.

Por fim, posso dizer que o que pensei que fosse repelir grande parte do público, na verdade atraiu, fazendo com que o filme seja muito comentado. O roteiro absurdo, a história criada a partir de um exagero ao redor dos fatos reais e o elenco pouco atraente não impediram a trama de atingir números surpreendentes de popularidade. Porém, acredito que a produção irá dividir opiniões: alguns irão odiar enquanto outros irão amar.

Não é possível sair da sessão de “O Urso do Pó Branco” com uma opinião neutra, e a popularidade não significa exatamente aprovação. Se você não se apega a enredos e roteiros altamente técnicos, inteligentes e bem pensados, acredito que valha sim a pena conhecer o filme, que rende boas risadas através do conteúdo bizarro, mas não surpreende os que gostam de cenas sanguinárias e aterrorizantes.

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