Shazam! Fúria dos Deuses | Crítica

O Meia-Lua traz uma crítica especial para quem curte filmes de heróis mas não abre mão de produções leves e divertidas. A cabine de imprensa de “Shazam! A fúria dos deuses” aconteceu na última terça-feira (14/03) e hoje trazemos uma análise fresquinha sobre a produção.

No longa, vemos o retorno de Billy Batson e seus irmãos de lar, ainda se adaptando aos super poderes que lhes foram concedidos de forma repentina. Mas, após os acontecimentos do primeiro filme de Shazam, não demora muito para que essa adaptação seja o menor de seus problemas.

Um trio de deusas conhecidas como “Filhas de Atlas” chega a Terra em busca de vingança e de seus poderes, há muito tomados. Não demora para que Shazam e seu grupo tenha que entrar em batalha por seus poderes e pela salvação do mundo.

O enredo parece clichê, e realmente é. Filmes de heróis em geral seguem o padrão comum que envolve a chegada de um super vilão que anseia por destruição. Por um lado, isso é compreensível, uma vez que não haveriam histórias sobre heróis se não houvesse um vilão a ser enfrentado.

Porém, é nítido o quanto o público parece “saturado” após as últimas produções do gênero. Outro fator que pode incomodar é a parte cômica do filme. E não se trata apenas da quantidade, mas também da qualidade: muitas tentativas de alívio cômico não funcionam, e acabam tornando o personagem mais imaturo que sua versão mais jovem.

Os efeitos de áudio e imagem são satisfatórios, mas não surpreendentes. Nesse aspecto daria o destaque para as criaturas que invadem a Terra, que além de apresentarem formas diversas, são medonhas e geram boas cenas, principalmente o encontro com unicórnios de aparência e comportamento surpreendentes.

Acredito que, na sequência de Shazam os personagens que se destacam no quesito carisma sejam Freddy (Jack Dylan Grazer) e o Mago Shazam (Djimon Hounsou).

Enquanto Freddy mais uma vez representa um garoto divertido, espontâneo e sonhador capaz de criar uma conexão instantânea com o público, o mago surpreende quando ganha mais destaque: algo que gostaria de ter visto desde o primeiro filme.

As Filhas de Atlas, além de macabras e impiedosas, são interpretadas com êxito por Lucy Liu e Helen Mirren e são responsáveis pela reviravolta mais significativa da trama, envolvendo Anthea (Rachel Zegler) e as divergências de pensamentos e objetivos entre elas.

Apesar disso, por não terem enredos fora do usual, acredito que não sejam vilãs memoráveis. Elas caem constantemente na mesmice e se tornam um pouco óbvias em certos momentos do filme.

De modo geral, Shazam é um filme de teor muito leve, enredo pouco complexo e cenas de ação um pouco repetitivas, mas para um público maleável nesses aspectos, se trata de uma experiência satisfatória.

O filme é divertido, e traz consigo mensagens positivas sobre família, superação, união e amor. Trata-se de uma produção que vale a pena ser assistida por toda a família, mas não carrega consigo a ação que parte do público pode desejar ver em filmes do gênero.