John Wick 4: Baba Yaga | Crítica

O Meia Lua teve a oportunidade de participar de uma cabine de imprensa muito aguardada e especial: “John Wick 4: Baba Yaga”. Carregando no título o famoso apelido dado ao protagonista, a quarta versão da franquia parece personificar o apelido Baba Yaga em John.

John Wick, um dos assassinos profissionais mais famosos do cinema, faz seu retorno surpreendente (ou não tanto) para mais um período de assassinatos frios, perseguição e vingança. Aliado a Bowery King (Laurence Fishburne), Winston (Ian McShane) e Charon (Lance Reddick), John fará literalmente o impossível neste que pode ser o último filme da franquia.

Já faz muito tempo desde que vimos John Wick em uma vida “pacata”. Além da sua sede por vingança, seu vínculo com o crime só fica mais forte a medida em que ele tenta se afastar. E é nesse ponto em “John Wick 4” que John se vê sem saída.

Perseguido pelo impiedoso líder do “submundo” Marquis de Gramont (Bill Skarsgård) e por centenas de outras pessoas que querem assassiná-lo, John vê sua morte ser encomendada por valores multimilionários, o que faz com que a perseguição contra o protagonista crie dimensões inimagináveis. Aqui, as chances de John escapar com vida são quase nulas, mas ele segue buscando sua libertação a qualquer custo.

Como já é de costume nos outros filmes da sequência, veremos em “John Wick 4” cenas de ação absolutamente eletrizantes, capazes de deixar o espectador boquiaberto. No entanto, tais cenas acontecem quase que constantemente, elevando consideravelmente o clima de adrenalina característico do filme.

Além disso, é necessário ressaltar o brilhante uso de diversas armas ao longo das cenas de luta, nas quais o público não verá apenas os tradicionais duelos de armas de fogo ou facas. Os atores utilizam com maestria suas técnicas com espadas, arco e flechas, nunchakus e veremos até as já conhecidas mordidas caninas.

Os cenários são outro aspecto que soma pontos para o filme. Além de ambientado em diversos locais pelo mundo (Nova York, Berlim, Paris e Osaka), os cenários são incrivelmente bem elaborados, iluminados e parecem traduzir muito do que se busca transpassar no filme, principalmente a magnitude que há por trás das poderosas associações criminosas retratadas.

Durante a exibição, somos conduzidos por ruas sombrias, instalações modernas de alta magnitude, monumentos arquitetônicos ou até mesmo por um deserto árido.  

Sobre os efeitos visuais, o público pode esperar pelo característico exagero de John Wick, talvez aqui de forma ainda mais acentuada. Quedas assustadoras, atropelamentos, lutas de tirar o fôlego, perseguições constantes que resultam em lutas incríveis, um personagem cego que desbanca dezenas de adversários sem dificuldades e claro, uma verdadeira chuva de balas e sangue.

Na saga, esse exagero funciona, uma vez que já é um padrão: seria estranho se tudo em John Wick se encaixasse no real e possível. É a inconsequência que cria personagens e cenas memoráveis. E nessa esfera, é fundamental mencionar os personagens da trama. Absolutamente impiedosos e caricatos, eles constroem personalidades marcantes que ornam perfeitamente com o que o público sabe que irá encontrar nas produções da saga. Donnie Yen, conhecido por ser um artista marcial renomado, interpreta Caine, personagem que rouba a cena não apenas por sua habilidade marcial apurada apesar de sua condição física, mas também pela personalidade icônica e história marcante.

Além de Donnie, é impossível não falar de Shamier Anderson, que luta bravamente ao lado de uma leal companheira e cativa o público.

Dentre tantas menções positivas sobre o filme, deixo o destaque para o final: a parte sonora. Boas cenas de ação ficam ainda melhores com a trilha sonora adequada, e no filme somos agraciados com músicas e efeitos de áudio que transmitem tanta ação quanto as imagens. E isso, em dado momento, é literalmente colocado no enredo: veremos um jogo alucinante de músicas associadas a perseguição incessante a John usadas para instigar ainda mais seus perseguidores.

Muitos espectadores podem não se adaptar bem ao estilo de John Wick. Como mencionei anteriormente, há mais exagero do que algumas pessoas julgam aceitável. Ainda assim, não é atoa que a franquia arrastou tantos fãs ao redor do mundo e consagrou John como um dos assassinos mais queridos do cinema. Vale a pena se surpreender, impressionar e até mesmo se divertir com os filmes da saga, que possivelmente se encerra com a quarta produção.

John Wick 4 chega aos cinemas do Brasil em 23 de Março.

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