Jogos Vorazes – A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes | CRÍTICA

Participamos da cabine de imprensa de uma produção bastante aguardada pelo público para o ano de 2023: “Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”. Apesar de apresentar um elenco totalmente diferente dos filmes anteriores, o longa mantém a essência já conhecida da franquia. Aqui, somos apresentados aos acontecimentos que levaram o jovem Coriolanus Snow (Tom Blyth) e da forma como ele foi introduzido ao universo dos Jogos Vorazes, antes de se tornar o perverso ditador de Panem. Enfrentando graves dificuldades financeiras em casa desde a guerra, ele recebe a oportunidade de tornar-se mentor do tributo feminino do distrito 12, o que poderia transformar a realidade de Snow e de sua família. Coriolanus se aproxima mais do que o esperado de se tributo, a excêntrica Lucy Gray (Rachel Zegler), e fará de tudo para salvá-la nos jogos.  Essa premissa é um tiro certeiro, uma vez que a relação estabelecida entre Lucy e Coriolanus acrescenta uma boa dose de drama ao desenvolvimento brutal dos jogos. Além disso, se torna curioso notar traços de afeição no presidente Snow, mesmo que naquele tempo sua personalidade já desse indícios de baixo caráter.

Em “Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”, o que se destaca em termos de excelência é o trabalho do elenco. Cada ator envolvido na trama passa, através de uma atuação impecável, a sensação de que outro não poderia estar ali para aquele papel. É como se os personagens tivessem sido criados especificamente para o elenco escolhido.

Outro feito admirável é a forma como a expressividade e a boa química entre os atores proporcionaram ao longa a retratação de personagens absolutamente memoráveis, mesmo aqueles com pouco destaque ou tempo de tela. Isso entrega ao público uma conexão com cada integrante daquele universo que enriquece a experiência. Nesse aspecto, vale mencionar o trabalho irretocável de Tom Blyth (Coriolanus Snow) e Viola Davis, que interpreta a impiedosa e singular Volumnia Gaul, cientista renomada que coordena os mentores da décima edição dos Jogos Vorazes. Ambos trazem representações espetaculares das personalidades de seus personagens.

Acerca do enredo, é nele que encontramos os poucos problemas da trama. O desenrolar dos acontecimentos se inicia com uma carga alta de ação, tensão e drama. Esse desdobramento acelerado dos dois primeiros atos do filme empolga o espectador, deixando-o vidrado em cada cena. Porém, esse ritmo é abruptamente quebrado com o início do terceiro ato. Ali, tudo se desdobra de forma desacelerada e talvez um pouco confusa, o que pode afetar a imersão do público. Além disso, posso considerar que uma trama dividida em duas partes, como já vimos anteriormente na franquia, permitiria que se percorresse os acontecimentos e personagens de forma mais eficaz, trazendo uma compreensão ainda melhor do público e evitando pontas soltas. Explora-se bem a explicação da motivação de Coriolanus em odiar com tanta intensidade o distrito 12, mas aspectos que se tornam secundários deixam o público com uma sensação de curiosidade ao final da sessão, tais como a teia familiar de Snow, ou mais atenção a história de Sejanus (Josh Andres Rivera), estudante que estabelece uma forte amizade com Coriolanus. Ainda assim, o enredo é de fácil compreensão e consegue focar a atenção do espectador em sua maior parte, podendo ser considerado satisfatório.

“Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” é um longa que traz consigo uma apresentação visual belíssima. Cada detalhe é extremamente bem trabalhado, trazendo cenários incríveis, bem dimensionados e fidedignos ao que se espera de acordo com a identidade visual da franquia. Os figurinos impecáveis complementam ainda mais essa identidade visual, transparecendo através das vestes muito da personalidade e características dos personagens.

Um ponto muito presente nas cenas de “Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes”, é com certeza a musicalidade. Em diversos momentos, ela funciona não apenas como uma trilha sonora comum, mas como um recurso que acrescenta uma carga emocional extra as cenas. Tal aspecto foi adicionado ao filme sem exageros, o que evita que as cantigas se tornem maçantes e desnecessárias. “Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes” é um filme que com toda a certeza não irá decepcionar os fãs da franquia: ele apresenta ainda mais ação e de forma ainda mais brutal. Além da qualidade em diversos aspectos, é absolutamente interessante vislumbrar mais sobre a impactante história de Coriolanus Snow e vê-lo sentir tanto apego por Lucy. Em dados momentos, pode ser comum que o público se esqueça do grande vilão que Snow se torna mais adiante e se pegue torcendo por ele ou admirando sua meticulosidade e determinação. O filme conta com diversas referências que agregam ainda mais qualidade a experiência, como a origem da já conhecida canção “The Hanging Tree”. É uma ação dramática e chocante que retrata aspectos muito pertinentes para a sociedade, uma vez que a luta de classes é o foco principal da saga, mostrando como os mais frágeis são afetados por uma opressão mais poderosa.

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