Marvel’s Spider-Man 2 | Análise

Depois do enorme sucesso de Marvel’s Spider-Man, lançado para o Playstation 4, era inegável o entusiasmo dos fãs do teioso por uma continuação, principalmente com os ganchos deixados no final do jogo. 

Além disso, tivemos o stand alone que introduziu Miles Morales como o segundo Spider-Man deste universo e todos ficaram curiosos para ver como seria acompanhar um enredo compartilhado entre os dois heróis.

Marvel’s Spider-Man 2 teve um anúncio EXPLOSIVO, pois além de mostrar Peter e Miles juntos, tivemos um vislumbre de Venom, que seria uma das grandes ameaças nesse novo jogo, além de Kraven, o implacável caçador.

Tivemos a oportunidade de jogar o game graças ao Playstation BR, que nos forneceu uma chave, e agora vamos contar como foi revisitar Nova Iorque e balançar pelos prédios da cidade com ambos os cabeças de teia.

A História

Spider-Man 2 se passa 9 meses após os acontecimentos de Miles Morales, e logo percebemos que nossos heróis ainda tentam se ajustar a essa vida dupla.

Peter tenta se firmar em um novo trabalho, enquanto Miles busca inspiração para escrever sua redação e finalizar sua inscrição para a faculdade.

Não demora muito e uma nova ameaça surge, fazendo com que ambos coloquem suas máscaras para encarar Flint Marko, o Homem Areia, apresentado em trailers.

O início de Spider-Man 2 é simplesmente épico e já nos dá um gostinho do que está por vir nessa nova história, principalmente no que diz respeito às lutas contra chefes, sobre as quais falaremos mais adiante.

Durante essa batalha, temos indícios de uma ameaça vindoura que é apresentada logo em seguida: Kraven, o implacável caçador, cuja motivação é muito bem explorada ao longo da campanha.

O vilão é informado sobre a existência de inúmeros antagonistas em Nova Iorque, antigos inimigos do Spider, e o mesmo parte para a cidade com o intuito de iniciar a Grande Caçada.

Com um exército de caçadores sob seu comando e tecnologias de ponta, Kraven rapidamente se torna uma grande ameaça para os Spiders, capaz de render sequências de ação INSANAS e de tirar o fôlego, algo recorrente na trama.

Paralelo a isso temos o retorno de Harry Osborn, que é mencionado apenas no primeiro jogo, pois estava doente. O melhor amigo de Peter está mais saudável do que nunca, graças ao tratamento nada convencional proporcionado pelo seu pai, Norman, com o uso do Simbionte, o famoso alienígena das HQs.

Como já vimos em trailers, Venom é um dos antagonistas da história, e a construção da trama até a sua aparição é demais. Quando o vilão surge é difícil conter a empolgação, principalmente para quem é fã do mesmo.

Venom é impiedoso, poderoso e um trator humanoide. Toda a sequência após sua aparição é simplesmente incrível e com certeza vai pegar muitos de surpresa pela forma como foi feita. O que eu posso dizer é que foi: GRATIFICANTE!

Se a história já estava densa antes, a adição de Venom gera um misto de emoções.

Para encerrar este tópico, não posso deixar de mencionar a participação mais ativa de Mary Jane na história. Se a personagem já se mostrou corajosa no primeiro jogo, em Spider-Man 2 podemos ver o quanto ela evoluiu ao lidar com os problemas que surgem ao longo da jornada, principalmente no que diz respeito a Peter quando o mesmo está em posse do simbionte.

Embora ela apareça menos que os dois personagens principais, podemos considerá-la como uma terceira adição muito bem vinda. Os trechos em que jogamos com Mary Jane são bem divertidos.

A Evolução dos personagens

Em Spider-Man 2 temos dois protagonistas. Embora suas histórias estejam entrelaçadas, devido aos vilões já citados, Peter e Miles precisam lidar com algumas questões pessoais.

No caso de Peter, o maior impacto vem com o retorno de Harry. A Insomniac explora bem a amizade de ambos até um ponto em que vemos um Peter Parker mais fragilizado e disposto a tudo para salvar o amigo.

Embora o jogo nos dê a opção de alternar entre os Aranhas a qualquer momento no mundo aberto, cada um possui missões específicas e o foco maior está em Peter. 

Este acabou sendo um ponto negativo para mim, pois embora seja legal vermos outras faces do Spider mais velho, principalmente quando o mesmo começa a ficar agressivo graças ao simbionte e vislumbramos como isso afeta a relação com as pessoas próximas a ele, senti que Miles foi deixado um pouco de lado.

Isso quer dizer que o Aranha mais novo não tem desenvolvimento? De forma alguma. É sensacional ver o amadurecimento de Miles em Spider-Man 2. 

O personagem carrega questões não resolvidas com Martin Li, que foi o responsável pela morte do seu pai no primeiro game, e é insano DEMAIS ver como Miles evolui e se mostra digno de vestir sua roupa de herói.

Ele acaba sendo fundamental quando Peter começa a se perder e é muito bonito ver como a Insomniac explora a amizade dos dois. Eles realmente dão sentido à frase “Sejam melhores. Juntos”, que é o Slogan do jogo.

Tudo isso recebe um brilho adicional graças à localização para o português do Brasil, tanto em áudio, quanto em texto, que está impecável.

Gameplay familiar e mais robusto com novas mecânicas

Se havia alguma preocupação sobre o gameplay ser mais do mesmo em Spider-Man 2, fico feliz em dizer que, embora a base seja exatamente a mesma do primeiro, a Insomniac surpreendeu ao tornar esta sequência ainda mais divertida.

A começar pela melhor adição, na minha opinião, as Asas de Teia. Essa mecânica já havia sido mostrada em trailers, mas experimentá-la no jogo é outra história.

Mesclar o uso das teias para se balançar entre os prédios em busca de altitude e em seguida acionar as asas, traz um sentimento sem igual. Tudo é muito fluido, divertido e a locomoção por toda Nova Iorque está infinitamente mais rápida. Praticamente não usei a viagem rápida, pois é muito gratificante usar esse novo recurso.

Foram adicionados também os caminhos de teia, que podem ser feitos ao atirá-las em qualquer superfície plana. Isso trouxe uma liberdade ainda maior para eliminar inimigos em stealth, pois podemos criar caminhos alternativos no cenário com nossas teias que expandem essa abordagem.

Já no combate, além dos golpes tradicionais do primeiro jogo, foi inserido o uso do Parry, que é extremamente necessário contra certos tipos de inimigos, principalmente no segmento final da história. Esse recurso foi uma adição muito bem vinda, mas é preciso atenção ao timing dos ataques para acertá-lo.

Peter e Miles contam agora com uma árvore de habilidades dedicada para cada um, de forma que possamos desbloquear poderes específicos, assim como uma compartilhada, que tem como foco evoluir atributos gerais de combate e locomoção.

Pode parecer confuso inicialmente, mas tudo funciona super bem e o farm de XP para subir de nível não exige que o player precise parar seu avanço na história principal por um longo tempo, de forma a conseguir pontos de habilidade para desbloquear os recursos desejados.

Durante minha campanha foquei inicialmente na história, realizando algumas atividades paralelas vez ou outra, e ainda assim consegui desbloquear uma boa gama de habilidades necessárias para os personagens.

Os Gadgets estão de volta, mas em um escopo bem menor. Enquanto no primeiro jogo temos vários aparatos que auxiliam Peter, neste contamos com um total de 5, mas existe um motivo para isso.

Cada Spider possui um HUD com habilidades únicas que podem ser usadas em combate. 

Enquanto Miles usa seu poder Venom, Peter faz uso de suas pernas mecânicas de Aranha. 

Além disso, como usamos o simbionte em uma boa parcela da campanha, e existe uma gama de habilidades para ele que foram bem exploradas e tornam o gameplay mais divertido.

Os diferentes trajes retornam em Spider-Man 2 e temos vários à nossa disposição. Podemos desbloquear boa parte deles conseguindo as famosas fichas ao realizar atividades secundárias e realizando missões específicas. 

A Insomniac caprichou tanto em cada roupa disponível que é até difícil escolher qual utilizar na jogatina.

Novos inimigos e as Boss Fights

A ameaça dos caçadores de Kraven trouxe novos inimigos para serem derrotados e olha, se para alguns a dificuldade era bem branda no primeiro game, em Spider-Man 2 o estúdio elevou o nível.

Mesmo jogando na dificuldade normal, os oponentes apresentam um desafio considerável, graças principalmente à boa variedade dos mesmos.

Em um determinado ato da campanha, as coisas ficam ainda mais complicadas, devido a algumas questões que prefiro evitar mencionar para não dar spoilers.

As lutas contra chefes também evoluíram bastante. Cada Boss possui uma boa gama de movimentos que podem ser bem perigosos e demandam atenção do jogador. As sequências contra esses inimigos são épicas e é extremamente gratificante quando finalizamos uma batalha árdua e saímos com vida.

A Insomniac acertou em cheio nesse quesito.

Novos Puzzles e atividades secundárias

Marvel’s Spider-Man trouxe algumas atividades e puzzles bem interessantes para realizarmos à parte da história principal, e em Spider-Man 2 não foi diferente. Além dos crimes que podemos impedir pela cidade, existem atividades específicas para cada Spider.

Miles, por exemplo, realiza algumas missões para o seu tio Aaron, retirando uma tecnologia não utilizada do Prowler das ruas, para que não caia em mãos erradas.

Peter pode montar códigos genéticos de plantas e manusear cadeias de moléculas ao analisar certos compostos necessários para uma missão.

Temos bases de inimigos para encontrar e derrotar. Tudo isso gera fichas para compra de Gadgets e desbloqueio de trajes.

Algumas atividades podem se tornar maçantes se feitas em sequência, mas no meu caso foi bem tranquilo ao mesclar com a história principal.

Vale ressaltar que existem missões paralelas bem interessantes que complementam a história, então não deixe de fazê-las assim que estiverem disponíveis.

O game também possui problemas

Embora Spider-Man 2 seja um jogo incrível, ele não está isento de problemas.

Algumas vezes, durante o combate, alguns inimigos acabaram entrando em paredes, tornando impossível eliminá-los e finalizar algumas atividades secundárias.

Em uma luta contra um boss específico, o mesmo travou em um ponto do cenário e não conseguiu sair, sendo necessário reiniciar o save e começar a luta do zero.

Estes foram os problemas mais graves que encontrei, que aconteceram em momentos específicos, nada recorrente.

É bem provável que isso seja ajustado em Patches futuros.

Vale a pena?

Spider-Man 2 foi capaz de evoluir em todos os aspectos se comparado ao que foi realizado pela Insomniac no primeiro jogo.

A história é sensacional e possui um ritmo bem frenético, com raros momentos no primeiro segmento que são entediantes. 

Os dois vilões principais, Kraven e Venom, são trabalhados com maestria e trazem densidade para a trama, representando um perigo insano para nossos heróis.

É muito bonito também ver o crescimento de ambos os personagens, principalmente Miles, e como o estúdio construiu a relação de amizade dos dois.

O combate está ainda mais divertido, com um bom incremento na dificuldade, deixando os embates mais desafiadores.

Falando de uma forma geral, se você gostou do primeiro Spider-Man, lançado para o PS4, essa sequência é obrigatória. 

O encerramento do enredo nos entrega um gostinho do que podemos esperar em um próximo jogo, e os fãs mais assíduos do cabeça de teia vão pirar com o que é revelado.

Marvel’s Spider-Man 2 já está disponível como um exclusivo do Playstation 5.

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