Tekken 8 | Análise

Tekken é uma das franquias mais consagradas dos games de luta, figurando entre gigantes como Mortal Kombat, Street Fighter, entre outros.

Muita expectativa foi gerada acerca de Tekken 8 após o seu anúncio que, além de explosivo, nos apresentou gráficos de ponta e um gameplay ainda mais intenso.

Graças a Bandai Namco do Brasil, recebemos uma chave antecipada do game e irei discorrer a seguir sobre como é a experiência de se jogar Tekken 8.

Uma história épica

Antes do seu lançamento oficial, no dia 26 de Janeiro, a Bandai Namco disponibilizou para todos uma demo de Tekken 8, onde é possível jogar o primeiro capítulo da história.

Este acompanha o embate visceral entre Jin Kazama e Kazuya Mishima.

Como já é de conhecimento geral, Kazuya leva a melhor e anuncia uma nova edição do torneio King of The Iron Fist. De acordo com ele, esse evento irá destacar apenas os mais fortes, que estarão entre os líderes do seu novo regime, enquanto os mais fracos e seus países irão sofrer as consequências.

Esse é o pontapé inicial do enredo, onde iremos acompanhar a jornada de Jin, o único capaz de fazer frente ao seu pai, já que também possui o gene demoníaco que lhe confere um imenso poder.

Além de velhos conhecidos, somos apresentados a novos personagens, com destaque para Reina, lutadora misteriosa cujo jeito de lutar lembra bastante o lendário Heihachi Mishima.

Desde que foi anunciada, nos perguntamos qual a ligação da personagem com o antigo líder da Mishima Zaibatsu e sim, isso é abordado na história e me deixou bem surpreso e animado.

Com uma duração relativamente curta (finalizei em 3 horas), as coisas acabam acontecendo muito rapidamente, sendo este o único ponto negativo aqui, na minha opinião.

No entanto, esperem por momentos extremamente empolgantes e de tirar o fôlego. 

Como sempre costumo dizer nos vídeos do Meia-Lua, eu não sou um grande entendedor de Tekken. O máximo contato que tive com a franquia foi até o Tekken 3, e depois disso acabei me afastando.

Mas ainda assim, houveram capítulos nessa história MUITO nostálgicos e eletrizantes, que farão os fãs mais antigos de Tekken sorrirem e vibrarem como nunca.

O desfecho é simplesmente ÉPICO, e tudo isso somado aos gráficos de última geração implementados aqui, tornou cada momento ainda mais memorável.

O Poder da Unreal 5

No trailer de anúncio de Tekken 8 sentimos um gostinho de como seria a parte gráfica deste novo jogo e olha, eles definitivamente entregaram o prometido.

Tudo nesse jogo é incrivelmente LINDO, desde a modelagem dos personagens até os detalhes presentes em cada ambiente.

Em determinados momentos da história, é simplesmente impossível não tirar fotos para serem vislumbradas depois.

O capricho empregado aqui faz deste o jogo de luta mais bonito já feito até hoje, ao menos dentre os que são voltados para um aspecto mais realista.

Um gameplay agressivo

Tekken sempre foi muito único quando o assunto é gameplay, fugindo um pouco do padrão encontrado em jogos como Street Fighter e Mortal Kombat, que até tentaram adotar esse estilo no passado, mas não obtiveram tanto sucesso.

Em Tekken 8, além de manter a essência dos games antigos, a Bandai Namco implementou um novo sistema chamado Heat, deixando a jogabilidade ainda mais agressiva.

Abaixo do HP do personagem, temos uma barra menor que foi adicionada e vem totalmente preenchida para o uso do Heat.

Este recurso pode ser ativado de diferentes formas, fazendo a barra se esgotar rapidamente quando isso acontece, caso o jogador fique parado ou no modo defensivo.

O nome Heat, que indica calor, não foi empregado a toa, pois quando ativado, nosso lutador ganha um boost de força, e quando atacamos constantemente, a barra congela enquanto aplicamos nossos golpes.

Vale destacar também que, quando ativado, podemos apertar R1 novamente (mesmo botão de ativação) para efetuar um ataque mega poderoso que irá esgotar totalmente o nosso modo agressivo, causando um dano considerável no oponente.

Para um melhor entendimento das nomenclaturas do sistema heat, nós temos:

  • Heat Burst: Ativa o modo agressivo ao pressionar R1.
  • Heat Smash: Com o Heat ativado, ao pressionar R1 novamente, como expliquei antes, o lutador esgota sua barra em troca de um ataque mega poderoso.
  • Heat Engage: Cada lutador de Tekken 8 tem golpes específicos que, quando executados individualmente ou dentro de combos, imediatamente ativam o modo agressivo.
  • Heat Dash: Com o Heat ativo, quando usamos um Heat Engage dentro de combos, podemos segurar para frente, de forma que o nosso lutador avance rapidamente em direção ao oponente, possibilitando sequências ainda mais insanas.

Pode parecer complexo inicialmente, mas o jogo demonstra e ensina muito bem como e quando usar cada uma dessas possibilidades ao usar o Heat.

Eu particularmente gostei bastante, pois isso adiciona um toque estratégico durante as lutas, já que esse recurso é finito, ou seja, precisa ser muito bem usado.

Não posso deixar de citar o quão intensas são as lutas, principalmente devido ao peso empregado em cada golpe realizado pelos personagens. 

A recompensa visual ao aplicar combos avassaladores que jogam o oponente no ar ou o fazem bater na parede do cenário é gratificante.

Cada boneco possui um estilo único que é muito divertido de entender e aprender.

O único ponto negativo que preciso ressaltar está no uso do controle especial, que é basicamente uma forma facilitada de se jogar Tekken.

Eu digo negativo não pela implementação do recurso em si, que acho muito legal para aqueles que estão conhecendo a franquia agora, mas pela forma como o mesmo é utilizado.

Quando começamos um embate, a QUALQUER MOMENTO podemos pressionar o botão L1 para habilitar esse controle especial. Isso, na minha opinião, é um tanto injusto.

Imagine uma situação onde enfrentamos outro jogador, estamos dominando a partida e o mesmo decide ativar esse recurso para conseguir fazer combos extensos com facilidade.

Isso, acredito eu, pode acabar frustrando outros jogadores. O mais indicado, ao meu ver, seria a escolha do controle especial ou normal antes da partida começar, sem a possibilidade de troca durante a mesma.

Espero que os desenvolvedores repensem sua utilização.

Modos de jogo divertidos

Além da história, temos outros modos bem divertidos para entreter os jogadores casuais.

Temos aqui o retorno do famoso Tekken Ball, cujo principal objetivo é acertar uma bola que vai de um canto a outro no cenário, fazendo-a atingir o oponente e causar dano. Os golpes normais dos lutadores não causam efeito algum diretamente, apenas ao usar a bola.

Joguei algumas boas partidas contra a CPU mas, sem dúvida, a graça maior deste modo está ao jogar com um amigo.

A Bandai também implementou um modo arcade com uma breve história, onde usamos o avatar que criamos no game.

Apesar de não ser nada demais, diverte e serve como uma espécie de tutorial interativo para as mecânicas do jogo, uma vez que interagimos com outros avatares do game que nos mostram as diferentes técnicas para dominar o gameplay de Tekken 8.

Foi adicionado também o modo história por personagem, permitindo ao jogador acompanhar o enredo individual de cada um ao completar um total de 5 lutas. 

Alguns finais, apesar de não canônicos, são bem legais de se ver.

Como não poderia deixar de ser, temos um modo treino mega ROBUSTO em Tekken 8. Nele podemos ajustar as configurações do nosso personagem, do oponente, acessar amostras de combo de cada um dos bonecos, desafios e muito mais.

Recomendo fortemente dedicar um tempo ao treino para aprender desde o básico até o mais avançado do seu lutador favorito, vale muito a pena.

Para complementar esse aprendizado, temos as lutas contra o Fantasma e a possibilidade de jogar trechos de um Replay salvo anteriormente.

Durante nossa jogatina no Tekken 8, uma IA aprende constantemente a nossa forma de jogar e, ao enfrentá-la na luta Fantasma, a mesma usa nossas próprias técnicas contra nós. Além de divertido, esse recurso ajuda na evolução das batalhas, pois aos poucos enxergamos nossas falhas e nos adaptamos ao nosso próprio estilo. Essa foi uma sacada genial da Bandai Namco, que já acompanha a franquia desde os games anteriores e retorna mais aprimorada nessa nova instância.

Quanto aos replays, durante a minha experiência no online graças a uma sessão organizada pela Bandai Namco, pude jogar contra algumas pessoas.

Essas partidas são salvas automaticamente, podemos assisti-las a qualquer hora e, pasmem: podemos pausar o replay em um determinado momento e tomar o controle do nosso lutador para reviver aquele trecho específico da luta.

Isso é incrível, pois nos ajuda a entender como funcionam os golpes que nosso oponente usou e nos dá a possibilidade de entender como podemos contra atacar aquela investida.

Isso, unido a outros modos que auxiliam o aprendizado de Tekken 8, me impressionou bastante, além de me incentivar a masterizar os bonecos que mais curto jogar.

Online sólido e Lobby

Como citei há pouco, a Bandai Namco organizou uma sessão online para os veículos que receberam uma chave antecipada do jogo.

Minha experiência durante os betas foi satisfatória, mas experimentar o sistema de lobby com avatares que criamos e jogar contra a galera do Brasil foi um show à parte.

Tekken 8 implementa muito bem o famoso rollback netcode e o seu crossplay funciona lindamente.

Jogando a versão do PS5, enfrentei jogadores do PC e Xbox sem nenhum problema.

Foram raras as partidas que apresentaram problemas de conexão, causando delay nos comandos.

Dentro do lobby, podemos encontrar amigos e vislumbrar várias referências ao mundo de Tekken. 

Toda a experiência de sentar em frente a um console e jogar contra outra pessoa próxima, foi transferida para o meio digital.

Este é um sistema que todos os jogos de luta deveriam adotar, de verdade.

Personalização com moedas do próprio jogo

Uma constante em vários games hoje em dia são as famigeradas micro-transações, onde os desenvolvedores oferecem conteúdos cosméticos em troca de dinheiro real.

Em Tekken 8 fiquei surpreso, pois a personalização dos bonecos pode ser feita, em sua maioria, usando a moeda que adquirimos no próprio game.

Várias das peças que mais curti, pude comprar apenas com meu esforço ao jogá-lo, o que para mim foi algo incrível, tendo em vista as práticas implementadas por outras empresas atualmente.

Vale a pena?

Sendo um novato na franquia, já que estive afastado da mesma por anos, nunca imaginei que fosse me divertir TANTO com Tekken 8.

Eu vibrei em vários momentos da história, me emocionei com algumas referências que pude lembrar e, acima de tudo, apreciei cada minuto jogando esse game, de verdade.

Ele não oferece tantos conteúdos offline como Street Fighter, por exemplo, mas os que estão ali foram muito bem pensados e tenho certeza que irão entreter os diferentes tipos de jogadores por um longo tempo.

O salto gráfico absurdo é outro ponto de destaque que irá deixar muitas pessoas impressionadas.

Não posso dizer com propriedade pois não joguei os games anteriores, mas acredito que para os verdadeiros fãs de Tekken, este jogo entrará para a história como um dos melhores, se não o melhor game da franquia já feito.

Tekken 8 chega para todos no dia 26 de Janeiro e estará disponível para Playstation 5, Xbox Series X|S e PC’s.

Confira a nossa Análise em vídeo no Youtube:

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