Análise | Concrete Genie (PS4)

Desenvolvido pela PixelOpus, um dos estúdios que fazem parte do grupo Sony, Concrete Genie traz a estória de Ash para trazer nova vida a seu vilarejo que fora abandonado após um desastre ecológico.

Para restaurar o vilarejo, Ash usará seus dons artísticos e um pincel mágico para colorir e espantar a escuridão que assola a vila.

A apresentação de Concrete Genie na E3 me deixou muito curioso, pois trazia uma premissa inicial diferente do costumeiro e um visual com bastante contraste entre os desenhos coloridos e brilhantes e as construções sombrias e abandonadas.

Ao iniciar o jogo alterei a configuração do controle para poder direcionar a pintura com o direcional direito ao invés de usar o controle de movimento, o que se provou um grande erro já no tutorial. Recomendo utilizar o controle de movimento, como é a intenção do estúdio, se você não tiver qualquer tipo de restrição que atrapalhe essa forma de jogabilidade.

O jogo tem uma dublagem bastante competente pena que o movimento de boca e olhos dos personagens é feito em uma arte 2D, ao invés de 3D como o restante do modelo, e sua animação é bastante limitada. Essa limitação causa um pouco de estranheza inicial e acaba tendo menor impacto emocional.

A estória de Ash é simples e bem contada. É possível entender as motivações dele e suas dores e angustias causados pelo abandono da cidade e descaso dos outros garotos por sua arte.

Os demais personagens são bastante simplificados, já que não recebem tanto tempo de exposição e o que ocorre na segunda metade do jogo depende um pouco de boa vontade para que o jogador se importe e a resolução do arco é um tanto corrida.

Concrete Genie é formado de duas metades com divisão muito clara. Tentando não expor tanto o enredo do jogo, a primeira metade é sobre colorir a cidade e recolher as páginas perdidas do livro de ilustrações e a segunda parte é sobre confrontar os problemas e liberar a cidade da escuridão e da poluição.

No decorrer da primeira parte há uma certa leveza e não há pressa em se executar as tarefas e pinturas. É uma parte bastante contemplativa e introspectiva. Você enxerga a cidade pela visão de Ash e começa a entender um pouco do passado dele e das demais crianças.

A experiência de passear pela cidade, completando as artes dos outdoor e deixando tudo mais colorido e brilhante é muito boa. Encontrar as páginas dos livros para liberar mais opções e chamar e criar novos gênios é bastante divertido e… bem… fofo.

A segunda metade é uma quebra bastante brusca tanto na calmaria da primeira quanto nas mecânicas. Tudo que você aprendeu é deixado de lado, sendo apresentada uma outra faceta do jogo. Essa quebra não me agrada, pois não há indicação de que isso aconteceria e passamos por um tutorial apressado com habilidades novas que são desbloqueadas de forma um tanto estranha. Apesar do impacto na jogabilidade a justificativa no enredo faz sentido e é bem justificada.

Considerando que o time e o orçamento são diminutos, Concrete Genie foca em passar uma experiência consistente e cativante e acaba pecando em alguns pontos da jogabilidade que podem causar certa irritação, principalmente no momento final do jogo. As pequenas falhas do jogo, entretanto, não estragam a experiência simples e direta e permite a jogadores de várias idades apreciarem a beleza das pinturas geradas, o carinho colocado em personagens e enredo e a diversão de explorar o pequeno vilarejo.

Há também a possibilidade de explorar um modo criativo que libera uma área da cidade para que o jogador crie novos grafites usando formas que não estavam disponíveis naquele momento do jogo e compartilhe com a comunidade.

É possível experimentar o jogo em Realidade Virtual, mas infelizmente não possuo o PSVR para dizer como é essa experiência.

Concrete Genie foi lançado no dia 08 de outubro e está disponível exclusivamente para Playstation 4.