Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos – Crítica

Em 2006 a Blizzard mencionou a intenção em produzir um longa metragem baseado no mundo de Warcraft, inicialmente contando o arco do primeiro jogo, lançado em 1994. Nos anos seguintes, diversas mudanças ocorreram e o filme seguiu sendo adiado.

Com a entrada do diretor Duncan Jones (Contra o Tempo e Lunar) em 2013, o filme teve nova mudança de roteiro, para equilibrar a estrutura do filme e representar de forma mais adequada tanto orcs quanto humanos, o que resultou no lançamento de Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos, que chegou aos cinemas e pode gerar mais uma disputa bipolar entre os que gostaram e não gostaram.

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O mundo de Warcraft vem sendo desenvolvido há mais de vinte anos e transpô-lo para o cinema é um desafio basante grande e se torna maior quando considerados os milhões de fãs da série, portanto o risco para a Blizzard era igualmente elevado.

Após tanto tempo de desenvolvimento e preocupação, acredito que a Blizzard tenha conseguido gerenciar este risco com sucesso e entrega aos fãs, não exatamente aquilo que eles esperavam, mas que não fará nenhum deles querer queimar Duncan Jones.

Neste primeiro filme, foi decidido pular alguns arcos históricos prévios à chegada dos Orcs em Azeroth para o Primeiro Encontro Entre Dois Mundos. Esta decisão foi acertada, pois permitiu que as apresentações fossem feitas em pequenas doses no decorrer do filme, o que permite um controle maior do ritmo do filme.

Nele, Gul’dan (Daniel Wu), o feiticeiro Orc, pretende guiar seu povo através de um portal para um novo mundo, pois aquele no qual vivem está completamente destruído e morto. Para energizar o portal é necessária muita energia vital e para não sacrificar Orcs, eles aprisionam os demais povos daquele mundo e estes terão suas vidas drenadas por Gul’dan. Abrindo o portal, os Orcs chegam em Azeroth e travam o embate com os humanos do reino de Vento Bravo que, liderados por Anduin Lothar (Travis Fimmel) lutarão para evitar a invasão.

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O argumento do filme é bastante simples, uma invasão e consequente guerra entre duas raças diferentes e não traz nenhuma novidade ou ponto realmente notável, e isso não é demérito, pois, desde sua criação em 1994, Warcraft bebe da fonte das aventuras fantásticas e dos RPG e sabe utilizar das fórmulas e clichês de forma interessante e cativante.

A progressão da estória acaba sofrendo um pouco com esta simplicidade e de algumas decisões ruins na adaptação de alguns personagens para tentar equilibrar as ações entre humanos e orcs e dar importância maior a algumas ações que poderiam ser resolvidas de forma mais direta.

Devido à grande quantidade de mitologia criada, os fãs conseguirão fazer muitas relações entre as situações e personagens e enxergar diversas referências aos jogos da série. E isso é tanto um problema quanto um ponto positivo, pois pode causar recalamação das adaptações e mudanças.

Para quem não conhece nada do jogo, poucas coisas deixarão dúvidas, pois conseguiram sintetizar bem os conceitos e não gastam tempo de tela explorando conceitos que não trarão ganho no desenvolvimento do plot.

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A caracterização dos personagens está muito bem feita, principalmente dos personagens secundários. Gul’dan é com certeza o melhor caracterizado, seu visual é impressionante e a atuação de Daniel Wu é caricata e carismática. Destaque para uma cena em que ele entra em combate mais para o final do filme.

Em compensação as caracterizações de Durotan (Tobby Kebbel) e Khadgar (Ben Schnetzer) são tão fracas quanto suas atuações. A cara de bobo de Durotan, feita para deixá-lo mais caristmático e humano é um pouco irritante. Khadgar, um mago de Kirin Tor (uma sorte de conselho de magos), que fugiu por discordar de algumas ações do grupo passa um período foragido, teoricamente se escondendo, mas ao ser encontrado por Anduin está mais limpo que estaria se tivesse tomado banho há minutos, mesmo tendo andado em um campo de batalha e estar esgueirando no “IML” de Vento Bravo e vasculhando os corpos e nem o cabelo desarruma quando está em batalha.

Além do visual dos personagens o visual do mundo de Warcraft vai deixar os fãs contentes, com diversos detalhes remetendo aos jogos, mostrando as cidades, castelos, animais, montarias de forma bastante detalhada. Um pequeno problema, entretanto, está em algumas cenas terem um uso um pouco desleixado do fundo verde que acaba tirando o espectador da imersão.

Outro ponto que gostei foi a épica trilha sonora, bastante presente e que encaixa bem nas cenas, apenas não é muito memorável, o que não é um problema.

As batalhas do filme são muito interessantes e divertidas, desde disputas individuais às batalhas campais entre os exércitos, com boas coreografias e alguns ataques visualmente impactantes. Destaque para a última disputa do filme.

Depois de tanto tempo de desenvolvimento e tanto cuidado da Blizzard em entregar uma boa adaptação, é possível dizer que mesmo com diversos problemas o filme entrega um resultado satisfatório e é capaz de garantir uma boa bilheteria e o futuro da franquia no cinema.

Torço pelo sucesso de público de Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos, pois gostaria muito de ver a introdução das demais raças deste mundo fantástico e principalmente acompanhar a adaptação do arco do herói Arthas, de Warcraft 3.

Trailer:
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One thought on “Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos – Crítica

  • 07/06/2016 em 23:53
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    qualquer game da blizzard merece filme , torço muito pra que esse filme dê muito certo a ponto de chamar outros títulos da blizzard pras telonas…

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