A Senhora da Van – Crítica

Baseado na peça de teatro de Alan Bennett, que se inspirou em eventos de sua própria vida para criar a história, A Senhora da Van apresenta a relação do próprio Bennett com uma moradora de rua chamada Mary (Maggie Smith) que viveu por quinze anos próxima a sua residência.

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No início do filme somos apresentados a Mary fugindo da polícia após um acidente de trânsito e que passa o restante de seus dias com medo de ser pega e vivendo em sua van.

Bennett, interpretado por Alex Jennings, havia se mudado há pouco para uma casa em Camden Town e estava ainda conhecendo seus vizinhos quando Mary estaciona em sua rua e passa a interagir com os moradores.

Ele passa a observá-la e tentar compreendê-la, utilizando as experiências deste processo para se inspirar e criar uma peça.

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O processo criativo de Bennett é retratado com Jennings interpretando tanto as ações reais quanto seus pensamentos como se fossem duas pessoas distintas, o que permite explicações para o espectador sem que seja utilizado uma narração externa ao filme.

Assim como Jennings, Smith atua de forma consistente e interessante em grande parte do filme, mantendo o espectador no limiar de sua atenção, já que o ritmo lento e a forma confusa como a história é contada fazem o espectador desligar do que acontece em tela.

É bastante complicado entender o objetivo do longa, pois ele explora tantos assuntos diferentes que qualquer discussão ideológica pretendida se perde e é desperdiçada no emaranhado de acontecimentos que beiram o absurdo e o irreal.

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O drama de Mary e todas as explicações para suas ações e características são exibidos sem o cuidado necessário para que o espectador se aproxime e se importe com o que acontece com ela ou com Bennett

Durante todo o longa a linguagem e a narrativa são mundanas e reais, sem qualquer margem para idéias fantásticas e visualmente diferentes, entretanto ao encerrar a história é optado por um visual lúdico e irreal que não encaixa na narrativa e parece desconexo do restante.

A Senhora da Van tem duração de uma hora e quarenta e cinco minutos e esse tempo passa lentamente e, ao final, as poucas cenas interessantes são esquecidas e substituídas pela sensação de alívio em ver os créditos.

O filme estréia no circuito brasileiro em 10 de março.

Trailer: