[Pipoca com Naftalina] Blade Runner, O caçador de Andróides (1982)

Assinatura Sandro
 

Olá meus caros,

Cá estou eu aqui novamente, Sandro Moura, o Tiozinho Nerd.

Hoje venho falar a vocês sobre um ex-policial, que se afastou do serviço por estar cansado de fazer o trabalho sujo para uma mega-corporação. Ele volta à ativa por “livre e espontânea pressão”, para matar mais quatro seres humanos artificiais – replicantes – que apenas queriam viver mais do que seus míseros quatro anos (ele é o bonzinho?).

  • Nome : Blade Runner
  • Ano: 1982
  • Diretor: Ridley Scott
  • Roteiro: David Peoples, Hampton Fancher
  • Elenco: Harrison Ford, Rutger Hauer, Daryl Hannah e outros.

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O filme é baseado em um clássico da Ficção Científica chamado Do Androids Dream of Electric Sheep?, de Philip K. Dick.

O filme começa introduzindo ao publico o que são replicantes e o que são Blade Runners. Este recurso nos filmes é interessante pois fornece ao público conceitos fundamentais logo no inicio do filme, tipo “Taí tudo que vocês precisam saber, aproveitem o filme e não encham meu saco”. E então o filme começa de fato.

Eu sempre gostei muito dos filmes do Ridley Scott (com exceção daquela porcaria de Prometheus). Ele tem o dom de começar seus filmes com um toque impactante e conquistar o público logo no inicio. Em Blade Runner, ele não faz por menos. Sem nenhum motivo aparente o personagem que esta sendo interrogado mata seu interrogador (também pudera, as perguntas do interrogador eram pra lá de estranhas).

Após isso vemos nosso querido Han Indiana Solo Jones, ex – policial da unidade Blade Runner Deckard, jantando num restaurante de rua em de Los Angeles (que mais parece Tóquio – falarei mais sobre isso no fim do post). Ele é abordado por alguns policiais que não lhe dão muita escolha a não ser ir com eles.

Deckard é obrigado a caçar quatro replicantes que tentaram invadir a indústria que os criou, a Corporação Tyrell. Detalhe importante, a sociedade chama a execução de replicantes de “afastamento”. A Corporação Tyrell cria os replicantes para os mais devidos fins, todos voltados à exploração espacial. Porém, estes replicantes em questão foram criados para fins militares, ou seja, para matar. Eles são mais fortes, mais ágeis e mais inteligentes que um humano normal.

Apesar de tudo o que fazem, os replicantes não são maus. O condicionamento que sofreram não os ensina a resolver seus problemas de outra maneira, matar é o único caminho que eles conhecem.

Então qual é o problema dos replicantes? O prazo de validade. Para obter controle sobre os replicantes a Corporação Tyrell os cria para viver no máximo quatro anos. Como qualquer ser vivo consciente, os replicantes não querem morrer e fazem tudo que está ao seu alcance para impedir isso.

Na contramão está Deckard em um dilema moral, pois descobre que a assistente do presidente da Corporação Tyrell, Rachael, também é uma replicante, só que ela não sabe disso. Ele se apaixona por ela, conta que ela é uma replicante e “blá-blá-blá”. Na minha opinião ela é um dos pontos fracos do filme, pois é uma personagem muito fraca, ficando naquela situação de “donzela indefesa”. A dança do acasalamento cena de sedução entre Deckard e Rachael me incomodou muito pois Deckard usa a força para “seduzi-la”, sem contar saxofone da sedução brega pra ca$#%ho a trilha sonora. Sério, esta cena foi a pior do filme.

Outro ponto fraco do filme é que Deckard tem um “parceiro”, um Blade Runner oriental samurai ninja de gravata borboleta e chapéu, que deixa origamis por onde passa. Ele é como uma sombra de Deckard, vigiando seus passos, mas jamais – eu disse JAMAIS – move um dedo pra ajudá-lo. É sério, Deckard apanha bonito dos replicantes várias vezes no filme e aquele japonês não faz nada, NADA… a não ser aparições ninjas esbanjando sabedoria oriental.

Já os pontos fortes do filme são muitos. A trama é ótima, a direção também, bem como os principais atores (Harrison Ford como Deckard, Rutger Hauer como o líder dos replicantes Roy e Daryl Hannah “Elle Driver” aos vinte e dois aninhos como a replicante Pris) e o cenário.

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Vamos falar mais sobre o cenário do filme, como prometi acima. No começo dos anos oitenta houve um imenso BOOM da cultura oriental no ocidente. Desde a alimentação até a decoração. Muitos americanos acreditavam que a influência oriental iria se enraizar, misturando-se à cultura americana. Baseado nisso surgiu o cenário de Blade Runner: uma Los Angeles no ano 2019 sombria e chuvosa, repleta de ícones e símbolos da cultura oriental e onde parte da população fala japonês ao invés de inglês. Este cenário é muito diferente do filme Elysium (2013), do diretor sul-africano Neil Blomkamp, que imagina a Los Angeles do ano 2159 clara e seca como um deserto, cheia de favelas, latinos e falando mais espanhol do que inglês. PS: Elysium é um ótimo filme. Assistam e procurem observar os cenários dos dois filmes.

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Blade Runner não foi um sucesso de bilheteria, mas é considerado um dos clássicos absolutos do cinema mundial. Apesar do ritmo lento, é um filme que vale muito ser assistido.

Abraços a todos e dentro de duas semanas trarei mais uma velharia cheia de traças muito boa pra vocês.

Sandro Moura.