Horas de Desespero – Crítica

Dirigido por John Erick Dowdle (Quarentena), Horas de Desespero traz Owen Wilson no papel do engenheiro Jack Dwyer, que procurando emprego acaba aceitando uma proposta de uma empresa inglesa para acompanhar um projeto de extração de água num país asiático e leva consigo sua família.

Este poderia ser a introdução a um drama sobre dificuldade de adaptação ao novo país, mas não é o caso, pois na manhã seguinte à chegada no país, rebeldes assassinam o primeiro ministro e aplicam um golpe de estado e com isso Jack precisa proteger sua família e escapar deste país enquanto são perseguidos e caçados pelos rebeldes.

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O primeiro ponto notável deste longa é colocarem Owen Wilson em um filme de ação dramático, uma decisão curiosa considerando os filmes de comédia pelos quais é conhecido. E mesmo não sendo um grande ator, há pouco a reclamar de sua atuação.

O mesmo pode ser dito dos demais atores, afinal, o roteiro e o diretor parecem não exigir muito deles. Pierce Brosnan interpreta o sujeito canastrão, misterioso e ultra capacitado (papel que já teve em outros filmes) e Lake Bell está no modo moça indefesa que encoraja o herói, ou seja, nada de mais.

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A cena de abertura do filme mostra um jantar na embaixada, no qual o primeiro ministro asiático entra em acordo com o dono de uma empresa inglesa e neste jantar ocorre o ataque dos rebeldes e assassinato do primeiro ministro. Uma cena interessante e bem construída, usando alguns planos sequencia ao acompanhar um garçom e um segurança e estabelecer o clima de tensão que permanecerá por todo o filme.

A versão brasileira do título do filme faz jus a este clima de tensão e desespero, algo que o título original ‘No Escape’ (Sem Saída, em tradução direta) não consegue transmitir.

Infelizmente o mérito desta tensão é igualmente um demérito, pois é tão intenso e exagerado que mesmo quando o filme estabelece um momento de descanso para os personagens, o espectador não consegue relaxar e desligar, ficando anestesiado à frenética perseguição e exagerada violência visual exibida em tela.

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O roteiro dos irmãos Dowdle é muito fraco e força algumas situações completamente absurdas que tiram o espectador imediatamente do mundo criado e passa a desacreditar em como podem ter achado algumas soluções tão inverossímeis.

Há duas cenas chave que exemplificam isso, uma na qual a família deve pular do topo de um prédio para outro e o próprio final do filme. É possível rir das cenas!

E jogarei nas costas do roteiro, também, a personagem de Sterling Jerins, Lucy Dwyer, filha mala e irritante que em diversas situações coloca a família em perigo por bobagem. E pra piorar não há tentativa válida dos pais em tentar mostrar para a pequena insolente que a família inteira vai morrer se ela não ficar quieta e parar os chiliques.

Das poucas coisas interessantes no filme, destaco algumas situações de alívio cômico pelo personagem Kenny Rodgers (Sahajak Boonthanakit) e do próprio Wilson. E algumas referências a James Bond e MI6 feitas pelo personagem de Brosnan.

Horas de Desespero está nos cinemas e é distribuído no Brasil pela Diamond Films.

Trailer:
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