Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) – Crítica

Assinatura Renato
Em Birdman, dirigido por Alejandro Iñarritu​ (Babel, 21 Gramas e Amores Brutos), temos uma interessante, divertida e impactante representação dos bastidores da produção de uma peça de teatro que serve de trama para uma crítica a diversas entidades envolvidas no meio das artes.
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O filme conta como Riggan Thomas (Michael Keaton), um ator decadente que vivera seu auge no fim dos anos 80 e início dos 90 no papel de Birdman, um super-herói, e que está apostando todas suas fichas na montagem de uma peça baseada num conto de Raymond Carver.
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Acompanhamos o processo final de produção da peça, já na fase dos ensaios abertos ao público, e a dificuldade de Riggan para lidar com sua filha problemática (Emma Stone), um processo jurídico e diversos outros problemas pessoais e profissionais nesta tentativa de se desvencilhar de seu passado como super-herói de cinema e provar que é um grande ator.
Durante todo o filme, Riggan, quando sozinho, ouve uma voz em sua cabeça que aborda o problema em questão na cena sempre de forma direta e contrapondo ao que Riggan pensa.
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O elenco do filme é muito bom e todos estão muito bem.
Emma Stone faz a filha problemática, Zach Galifianakis faz o advogado e braço direito de Riggan, Naomi Watts e Andrea Riseborough fazem as atrizes da peça, sendo respectivamente namoradas de Norton e Keaton.
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Edward Norton, que está muito bem, faz o papel do ator genial com inúmeras manias e de temperamento explosivo que contrapõe com sua paixão pela arte o estilo mais travado de interpretação de Riggan.
Michael Keaton está incrível!
Ele nos faz acreditar em todos os momentos em Riggan, torcemos pelo sucesso da peça e entendemos suas loucuras.
E, merecidamente, já levou o prêmio de melhor ator no Globo de Ouro.
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Tecnicamente, duas coisas me agradaram bastante: trilha sonora e as gigantes cenas de plano-sequencia (sem cortes).
A trilha já deixa sua marca antes mesmo de o logo da Regency sumir de tela.
Ela é predominantemente percussiva o que traz ao filme um tom quase único e combina perfeitamente com as cenas.
Gosto muito também da inserção da trilha como algo real para os personagens, já que em diversos momentos é aquela música que toca nas ruas de Nova Iorque.
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Os planos-sequencia são muito legais e dão a sensação de que somos um espectador da produção, acompanhando os personagens pelos corredores dos bastidores da Broadway.
Birdman é uma comédia de tom estranho e nessa estranheza é que faz muitas críticas aos envolvidos com teatro e cinema. Não somente aos atores, produtores, etc, mas também aos espectadores e críticos e aos conceitos de celebridade e fama.
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O filme aproveita também para fazer algumas referências e piadinhas à carreira do próprio Michael Keaton, mas vou deixar essas para você pescar quando vir o filme.
Bridman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) é um filme incrível, divertido e surpreendente e que precisa ser visto.
No dia 15 de janeiro, a Academia anunciou os indicados ao Oscar 2015 e Birdman estará concorrendo nas seguintes categorias:
– Melhor Filme
– Direção, para Alejandro Iñarrítu
– Ator, para Michael Keaton
– Ator coadjuvante, para Edward Norton
– Atriz coadjuvante, para Emma Stone
– Edição de som
– Mixagem de som
– Fotografia
– Roteiro original
Estreia no Brasil em 29 de janeiro.
Trailer:

4 thoughts on “Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância) – Crítica

  • 26/01/2015 em 21:02
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    Tô muito curioso pra ver esse filme e descobrir pq vem chamando tanta atenção da critica o

  • 18/02/2015 em 18:21
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    Muito boa a critica, é bom quando aparece um filme diferente de tudo q se viu no cinema.

    • 23/02/2015 em 19:59
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      E ganhou o Oscar ainda por cima rs

  • 05/03/2015 em 03:02
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    Estou meio atrasada, mas vi o filme esse final de semana e gostei bastante. Me causou uma boa reflexão sobre ego, o ato de fazer arte, vaidade, necessidade de aprovação, etc. Fora que a edição que causa a impressão de o filme ter sido feito em uma só tomada é bem interessante. O Michael Keaton está mesmo muito bem! Creio que merecia o oscar de melhor ator.

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