Avatar: Frontiers of Pandora | Análise

Avatar: Fronties of Pandora é a mais nova aventura criada pela Ubisoft, utilizando a engine Snowdrop, e já está disponível para os consoles e PC. Nós do Meia-Lua recebemos o jogo da Ubisoft, e hoje trago para vocês a minha opinião sobre esta vasta jornada.

História

Começando pela história, eu vou passar aqui apenas o necessário (sem spoilers) para que vocês possam entender todo o background que nos leva a controlar um avatar, que é jogado de forma abrupta no vasto mundo de Pandora.

Logo no início, somos apresentados a um programa da RDA (Administração de Desenvolvimento de Recursos) chamado TAP, ou programa dos embaixadores, que possui a missão de treinar e educar crianças Na’Vi dentro da esfera de cultura humana. 

O objetivo dessa empreitada é fazer com que estas crianças, mais tarde, atuem como porta-vozes e facilitem o contato com os demais clãs existentes em Pandora, estreitando relações e levando a tecnologia avançada dos humanos para que eles possam se beneficiar dela. 

Tudo parece muito bonito no papel, mas, como já é de se esperar, as coisas começam a dar errado, pois a rebelião de Jake Sully (sim, o protagonista do filme) se intensifica contra a RDA e John Mercer, um dos vilões do game, exige o encerramento do programa.

Para evitar que sejamos mortos, Alma Cortez, a responsável por ensinar os Na’vi desde crianças, os ajuda a fugir. Anos depois, despertamos novamente e nos encontramos como parte da resistência que precisa lutar outra vez contra a RDA, que retorna a Pandora a fim de dominá-la de uma vez por todas.

É aí que o jogo começa de fato, pois por controlarmos um Na’Vi que viveu boa parte da vida entre os humanos, não conhecemos absolutamente nada de Pandora, nem mesmo os demais clãs que vivem nesse mundo.

E é justamente esse sentimento que a Ubisoft almejou transmitir aos jogadores quando entramos de cabeça neste planeta. Aprender sobre a fauna e a flora, conhecer os diferentes clãs, os costumes Na’vi e saber mais sobre a nossa própria origem no game, são alguns dos pontos altos dessa jornada.

A experiência de ser um Na’vi aprendiz e conhecer aos poucos como aquele mundo funciona é bem divertida.

A atmosfera de Pandora

Preciso falar sobre a ambientação de Pandora, um dos maiores atrativos deste jogo. O que a Ubisoft fez através dessa nova engine me deixou boquiaberto em vários momentos. 

Graficamente falando, esse é um dos projetos, senão o projeto mais bonito que já vi da empresa. A fauna e a flora em Pandora são riquíssimas em detalhes. Muitas das plantas que vemos nos filmes foram reproduzidas aqui e respondem de alguma forma quando chegamos perto, outras são nocivas e podem nos ferir, sem falar na vida animal, que pode representar um perigo considerável se não tomarmos cuidado.

Explorar Pandora é uma experiência bem gratificante graças a essa beleza visual que foi entregue para nós, jogadores. Alguns momentos onde nos deparamos com tempestades e ventania me deixaram realmente impressionado. 

Não posso deixar de mencionar que joguei Avatar na versão do PC, usando uma GeForce RTX 3070ti fornecida pela NVIDIA, o que com certeza ajudou bastante na entrega de um melhor desempenho, embora meu processador, que é um core i5 de décima geração, esteja suando bastante para aguentar os jogos mais pesados.

Ainda sobre a exploração, como o mundo de Pandora é bem vasto, muitas vezes precisamos andar bastante para chegar em certos lugares, e como já é de se esperar em um game como esse, temos missões e tarefas secundárias que podem deixar a jornada um tanto maçante em alguns momentos, então é necessário estabelecer um equilíbrio entre as mesmas. 

Durante minha jogatina optei por fazer algumas tarefas secundárias, depois focar na campanha principal e assim por diante. Isso, pelo menos até o momento em que conquistamos muitos pontos no mapa para fazer viagens rápidas, facilita a locomoção.

O Gameplay

Agora vamos para um dos pontos mais importantes aqui: o famigerado gameplay. Como vimos em trailers, a Ubisoft adotou a câmera em primeira pessoa, o que não chega a ser algo ruim, mas divide opiniões. Para melhorar a compreensão, os fãs mais assíduos das obras da Ubisoft estão bem familiarizados com a franquia Far Cry. Então, Avatar: Frontiers of Pandora segue uma estrutura similar, mas com suas particularidades.

O gunplay é muito bom, bastante fluido, os controles respondem muito bem, e acertar as flechas, balas, bombas nos inimigos é algo realmente satisfatório. 

Nós temos à nossa disposição um arsenal Na’vi que consiste em Arcos e Flechas variando entre Curtos, Longos e pesados; Lanças e outras armas brancas. Em contrapartida, temos ao nosso dispor também um arsenal próprio da RDA, com metralhadoras, shotguns, bazuca e granadas.

Cada um serve a um propósito! Podemos agir de forma mais furtiva ou lascar o pé na porta, descendo bala em todo mundo. O game nos dá essa liberdade, mas é sempre bom avaliar os riscos e a quantidade de inimigos antes de tomar alguma ação, pois certas batalhas podem ficar bem complicadas.

O sentido Na’vi é um ponto de destaque aqui, pois com ele podemos visualizar itens de interação que podemos coletar, marcar inimigos na região antes de agir, visualizar o marcador das próximas missões, entre outros. Funciona basicamente como uma visão além do alcance.

Além disso, o jogo nos apresenta um sistema de resgate de itens baseado em reputação. À medida em que concluímos objetivos para as diferentes tribos Na’Vi, conquistamos pontos de respeito, que podem ser usados na compra de armas mais poderosas.

O famoso sistema de criação, bastante usado em Far Cry, também está presente. Podemos criar diferentes tipos de munição para o nosso arsenal, através dos diferentes recursos que coletamos em nossa exploração.

Por fim, podemos cozinhar com frutas e outros tipos de alimentos que conseguimos para incrementar nossa vida, defesa e ataque por um breve período de tempo.

Em suma, a Ubisoft jogou no seguro, implementando uma estrutura similar a um dos seu jogos mais famosos, mas trazendo particularidades que são possíveis graças ao mundo criado e ao personagem que controlamos.

Isso não é um ponto negativo, longe disso, a experiência de se jogar Avatar para mim, que sou grande fã de Far Cry, foi deliciosa.

Mesmo aqueles que podem estar, digamos, saturados dessa fórmula, incentivo a dar uma chance, pois vale a pena.

Voar é um show a parte

A pouco falei sobre a locomoção em Pandora, que é gigante.

Em um dado momento da história, não muito longe do início, criamos um laço com nosso Ikran, a montaria voadora do game, bastante conhecida dos filmes.

Toda a trajetória até conquistarmos nosso fiel companheiro é belíssima. Subimos as montanhas flutuantes do longa, vislumbramos a paisagem inacreditável e somos acompanhados por uma trilha sonora tocante.

Sem dúvida foi um dos momentos mais marcantes do jogo para mim, principalmente por reproduzir um dos momentos mais icônicos dos filmes.

No momento em que realizamos nosso primeiro voo com o Ikran… UAU! Confesso que fiquei preocupado inicialmente com essa mecânica, mas a Ubisoft trabalhou bem nos controles e controlar a montaria é bem satisfatório.

Contudo, o mais incrível nestes momentos é visualizar toda Pandora através dos céus. O que já é muito bonito, se torna ainda mais incrível.

Expressões faciais melhoradas, finalmente

Se tem um ponto que rende críticas aos jogos da Ubisoft há anos, é no quesito expressões faciais e modelagem de personagens.

Fico feliz em dizer que, graças ao uso da engine Snowdrop, Avatar nos entrega um salto absurdo neste quesito, se comparado ao seu projeto mais recente, Assassin’s Creed Mirage.

As feições dos Na’Vi impressionam mais do que a dos próprios humanos, e os bonecos não parecem mais ter um aspecto de massinha.

Ver o que foi feito aqui me deixou extremamente empolgado para os projetos futuros da empresa, principalmente Assassin’s Creed Red, próximo grande jogo da franquia implementado com essa nova engine.

Alguns Bug’s pontuais

Com o histórico da Ubisoft em relação a Bug’s, imagino que algumas pessoas já esperam ver situações inusitadas no que diz respeito a IA e problemas de textura.

Bem, eles existem, mas confesso que não foram tão recorrentes durante minha jogatina. 

Tive alguns problemas de renderização em alguns momentos, personagens surgindo do nada, ou presos ao chão, mas nada exagerado.

Surpreendentemente a versão do PC está bem otimizada, tendo vista que meu processador está defasado para suportar os recursos mais avançados do game.

Vale a Pena?

“Avatar: Frontiers of Pandora” é a porta de entrada para os futuros jogos da empresa, no que diz respeito a nova engine.

Todo o trabalho feito aqui dita o que podemos esperar de projetos futuros e olha, os próximos anos serão bem promissores.

O mundo construído aqui é lindo, bem divertido de explorar e o gameplay é muito satisfatório. Se você gosta de jogos no melhor estilo Far Cry, embarque sem medo nesta jornada para Pandora.

Além do fator “gameplay”, temos um lado cultural que é explorado a medida em que interagimos com as diferentes tribos Na’Vi, fazendo referência aos longas de James Cameron.

Fico curioso sobre o que o futuro nos reserva para este título e quais outras histórias eles podem criar baseadas nesse mundo.

Avatar: Frontiers of Pandora já está disponível globalmente para Playstation 5, Xbox Series X|S e PC.

Confira também nossas impressões sobre o jogo no YouTube, com participação especial do amigo Kaká, do Ataque Crítico:

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