Análise | Monster Hunter World: Iceborne (PC)

Como muito dos jogadores, parei de jogar Monster Hunter World, alguns meses após seu lançamento. Não entenda mal, Monster Hunter é a série de jogos mais vendida da história da Capcom e seu último título é aquele que possui as melhores mecânicas e gráficos.

O problema, na verdade, foram os Eventos. Para aqueles que não estão habituados com a franquia, é comum que a Capcom disponibilizar pequenas DLCs temporárias com certa frequência, incluindo novas missões, itens, monstros e skins. No entanto, até então, os títulos eram lançados com meses de antecedência no Japão, ou seja, quando nós, meros ocidentais tínhamos acesso a esse game, ele já vinha com muito conteúdo extra. O World, todavia, foi uma exceção, ele o primeiro game da série lançado em simultâneo com o oriente, ou seja, não foi lançado recheado de missões extras e além disso, todos esse conteúdo passou a ser periódico, assim certos monstros e itens só poderiam ser adquiridos em determinadas épocas do ano.

Enfim, isso pode ser bom, para os jogadores mais novos, pois esse é o modo como esses extras são disponibilizados na maioria dos jogos e, é claro, isso contribui para sua longevidade. Mas ao mesmo tempo, isso pode afastar os fãs da série ou qualquer outra pessoa que não tenha paciência e espaço no HD, afinal de contas, há outros títulos interessantes para se jogar nesse meio tempo.

O fato é que Monster Hunter World: Iceborne, finalmente, foi lançado para PC. Iceborne é uma expansão que tem como tema principal a exploração das regiões geladas do Novo Mundo.

Essa imensa DLC adiciona uma centena de novos elementos ao jogo base, incluindo ainda mais eventos, porém específicos dessa expansão. Lembrando que, com exceção dos eventos, é claro, todos esses conteúdos são permanentes.

O objetivo desse texto, no entanto não é avaliar as novas mecânicas e conteúdos do título, mas sim mostrar todas as inovações gráficas e os problemas contidos especificamente na versão de PC. Caso seu intuito seja descobrir quais as novidades trazidas por Iceborne e se vale a pena adquirí-lo para consoles, pode ler o review feito pelo Alexandre Pereira.

Focando na Presa

Começando pela trama. Monster Hunter World, definitivamente é o jogo possui a história mais esclarecedora dentro da série, explicando o funcionamento de tudo o que acontece nessa sociedade e a razão de você caçar cada um dos monstros desse universo.

Em Iceborne não é diferente. A expansão nos apresenta uma nova narrativa, que é consequência direta dos eventos ocorridos no final do jogo base. Apesar de, nesse sentido, ter uma das melhores abordagens da franquia, a história continua não sendo uma pré-requisito para compreender as mecânicas e avançar nas missões do jogo, logo se você é uma daqueles jogadores que está mais preocupado com sua presa do que com o motivo pelo qual a está caçando, o jogo permite pular rapidamente os diálogos.

Beleza Glacial

De qualquer maneira, mesmo que você não aprecie a história, recomendo fortemente a assistir as cinematics, principalmente aquelas que introduzem os novos monstros. Os gráficos são tão belos e cheios de detalhes que provocam um calafrio gostoso na espinha.

Seu visual estonteante, no entanto, não se limita ao vídeos. Há vários outros elementos destacam seu realismo, principalmente tudo aquilo que envolve neve, gelo e clima frio. Aliás, nesse quesito, Iceborne é um concorrente a altura de Red Dead Redemption 2 . As pegadas e os rastros na neve deixados tanto por você quando as criaturas que habitam o local é algo realmente impressionante, mas o que mais chama a atenção, sem dúvida alguma, são as armaduras do personagens que ora ficam embaçadas ora ficam cobertas por uma fina película de gelo.

Todos esses elementos agregam muito a experiência com o game quando o assunto é fidedignidade e imersão. Não surpreenderia se essa sensação de extremo frio consiga atingir até mesmo nós brasileiros, que estamos em pleno inverno.

Uma Atualização Monstro

Iceborne foi lançado há apenas poucos dias e como todo lançamento sofre de alguns pequenos problemas. O primeiro deles é uma atualização de mais de 40 GB, o que não é nenhuma surpresa para aqueles que adquiriram Iceborne, afinal de contas se trata de uma quantidade enorme de novos conteúdos, porém seu download não se limitou aqueles que compraram a expansão.

O jogadores que já possuíam Monster Hunter World e, por algum motivo, optaram por não comprar Iceborne também foram obrigados a baixar dezenas de Gigas antes de poderem voltarem a sua jogatina mesmo que não tenham acesso a esse conteúdo.

Em sua defesa, a Capcom alegou que sem essa atualização, os que tem expansão não poderiam jogar com aqueles que não possuem. Mas será esses últimos realmente gostariam de jogar com aqueles que já tem IceBorne? Será que gostariam de ver outros jogadores ostentando armas e armaduras as quais eles não tem como adquirir? Eu penso que não. Isso parece mais um golpe de marketing para tentar influenciar ainda os jogadores de World a comprarem seu novo produto.

Mas mesmo aqueles que compraram a expansão não estão livres de problemas, principalmente se você é do tipo de adora usar mods em seu jogos. Caso você utilize qualquer arquivo ou programa que modifique essa expansão, corre um grande risco de sofrer de um bug, que corrompe seu save, fazendo com que você perca todo o seu progresso.

A perda do save é algo tão frustrante que faria a maioria dos jogadores simplesmente desistir de jogar o título, ainda mais pelo fato de você só ter acesso ao conteúdo de Iceborne após o término do jogo base.

Por fim, a expansão também sofre de alguns problemas de otimização. Há várias quedas de frame rate, mesmo quando se está nas cidades, e alguns pequenos congelamentos durante as missões. De qualquer maneira, nada que seja incomum quando se trata do lançamento de um Triple A do porte de Monster Hunter World: Iceborne. Nada que, em breve, não possa ser resolvido.

Quanto maior a espera melhor é prêmio

Apesar de sofrer de alguns pequenos problemas e ter sido lançado tardiamente, a versão para PC de Monster Hunter World: Iceborne é a que possui os melhores gráficos e pode se adquirida por um valor menor em comparação aos consoles. Logo, ela é uma excelente escolha para aqueles que apreciaram o jogo base.

Monster Hunter World: Iceborne já está disponível para PC, PlayStation 4 e Xbox One.

Manoel Siqueira

é formado História, Filosofia e cursa Pós no Uso de Jogos e Brincadeiras em Sala de Aula. Também é redator, podcaster e editor no site http://meialua.net @meialuafsoco.