Saiu neste último domingo (29/01) o terceiro episódio de The Last of Us. Como esperado, tivemos mais um episódio incrível. Apesar de contar com menos cenas aterrorizantes ou de ação, há nele uma construção brilhante que traduz a sensação dos sobreviventes ao fungo Cordyceps.
Já no início, vemos Joel e Ellie seguindo juntos após os trágicos acontecimentos do segundo episódio. Aqui, já é possível notar ao que me referi no início dessa análise: a profunda imersão aos sentimentos dos personagens. Vemos Joel dividir seu alimento com Ellie e tentar preservar sua integridade física e psicológica ao evitar o contato dela com cenários chocantes. Ainda assim, nota-se a (falha) relutância de Joel em criar laços de afeto com Ellie.
Apesar de não termos uma introdução que retrate explicações técnicas acerca da origem da contaminação do Cordyceps, vemos Joel explicar brevemente a Ellie sobre os primeiros acontecimentos: a contaminação dos alimentos, os primeiros sinais em pessoas, até as mordidas que levaram ao caos.
Ao explorar um local encontrado pela dupla, Ellie protagoniza uma das cenas mais impressionantes da série até então: ela se depara com um infectado imobilizado por um desabamento, se aproxima dele e faz um corte, como forma de ver o que há por dentro daquele ser. Em seguida, o mata. A aproximação associada à iluminação da lanterna de Ellie permitem ver de forma extremamente detalhada a anatomia do infectado, e é possível notar que Ellie dá sinais de uma personalidade destemida e forte.
Mais à frente, a série nos apresenta Bill, um sobrevivente extremamente calculista que mantém um padrão de vida satisfatório após o caos, buscando sozinho os recursos dos quais necessita. Apesar de trazer um ritmo mais lento a série, conhecer a história de Bill é gratificante e vai emocionar o espectador. Mesmo em meio a desconfiança de quem sobreviveu em um mundo pós apocalíptico, ele abre as portas de sua casa para Frank, um desconhecido que fica preso em uma armadilha de Bill e implora por ajuda.
Eles se conectam de forma rápida, e vemos o receio de criar vínculos dando lugar ao afeto. Após alguns anos vivendo juntos como casal, Bill e Frank estabelecem uma amizade com Tess e Joel, na qual voltamos a ver Bill relutante e desconfiado.
O desdobramento a partir daí mostra algo profundo sobre a solidão daquele novo mundo: a insegurança acerca de se aproximar de alguém não está apenas no medo de ser enganado, roubado ou morto, mas também na incerteza de até quando a afeição terá laços físicos em um mundo no qual todos estão com a vida em risco. Bill relata isso a Frank, quando diz a ele que antes de conhece-lo não tinha medos.
Para ele, a solidão era uma barreira de segurança não apenas física, mas emocional. E isso nos remete instantaneamente ao cenário vivido por Joel, que viveu grandes perdas e parece tentar se fechar para Ellie.
No decorrer do episódio, vemos a história de Bill e Frank se desdobrar de forma romântica, divertida e corajosa. Mas vemos também o final de tudo, quando os dois decidem partir juntos de forma “poética” e emocionante. Joel e Ellie chegam até a casa de Bill, e apesar de não encontrá-los da forma que Joel esperava, descobrem um bilhete deixado por Bill permitindo que Joel tome posse das armas, equipamentos e do carro que pertencia ao casal.
O episódio se encerra novamente com Joel e Ellie seguindo caminho, dessa vez na caminhonete de Bill.
O terceiro episódio poderá não agradar aos que se habituaram ao cenário caótico repleto de ação e terror dos dois primeiros, mas é altamente necessário para a trama em geral, além de permitir ao espectador uma ampla visão da história de um personagem que fez parte do jogo. Se trata de uma história forte, emocionante e intrigante, apesar de “desacelerar” o ritmo da série em determinados aspectos.
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Essa série é muito boa!!!!!