Babilônia | Crítica

O Meia-Lua esteve presente na pré exibição do filme “Babilônia”, obra bastante aguardada pelos fãs de cinema tanto por seu elenco de ponta quanto pela sinopse intrigante. Contando com a atuação de nomes como Margot Robbie e Brad Pitt, o longa conta também com Tobey Maguire atuando e produzindo, e direção e roteiro do renomado Damien Chazelle.

O filme retrata a caótica transição do cinema mudo para o cinema falado/cantado, através da história de membros do cenário cinematográfico. Na obra, conheceremos uma visão satirizada de Hollywood e o efeito montanha russa que percorre as carreiras de seus protagonistas.

O filme já apresenta em seus primeiros minutos o que veremos durante todo o decorrer da exibição: o exagero. E se fosse necessário descrever Babilônia em uma palavra, exagero seria a escolha certa. É exagerado em seus cenários, nas atuações, nos diálogos e acontecimentos acelerados e, principalmente, no caos constante de suas cenas. “Babilônia” é uma verdadeira hipérbole do cenário Hollywoodiano, retratado de forma absolutamente depravada e degradante.

E é justamente onde o filme peca: nos excessos, a começar pela infundada duração. A obra não tem um enredo que sustente a atenção do público por tanto tempo, e apresenta pouquíssimos momentos de conexão com o espectador e de uma história que realmente tenha um propósito. A quantidade excessiva de cenas devassas e asquerosas acabam por causar mais constrangimento do que diversão, e tomam conta de maior parte da extensa trama. O que deveria dar um cunho divertido ao drama por trás do enredo, poderá arrancar do público mais olhos revirando do que sorrisos. Se não fosse pelos mencionados excessos, apesar de um enredo não muito inovador, poderíamos conhecer uma narrativa melhor elaborada que explorasse mais os personagens e suas histórias.

Algo a ser admirado em “Babilônia” é a crítica livre de pudor. Há uma retratação assustadora do cinema de forma deprimente e enlouquecedora, trazendo a exposição de como a sensação constante de declínio e ascensão da carreira artística resulta na ruína psicológica. Enquanto muitos buscam apresentar ao público o glamour, a riqueza e a fama, aqui temos a exibição do lado humilhante e abusivo por trás da glória.

As atuações resultam no que se espera de um elenco brilhante como o de Babilônia: personagens marcantes e caricatos na medida certa, que associados aos cenários absolutamente fidedignos a história, deixam o espectador imerso ao caos deprimente retratado no filme.

Para alguns, o que se vê na obra pode ser absolutamente divertido, artístico e genial. Porém, infelizmente não foi essa a sensação que tive. A permanente dinâmica do excesso não agrega muito ao enredo, o que cria uma experiência cansativa. Além disso, a atmosfera crítica do filme parece causar mais espanto do que reflexão. Em geral, considero que havia potencial para um bom filme, uma vez que em dados momentos a trama parece evoluir, mas cai novamente na mesmice. A obra se encerra de forma emocionante, mas pouco surpreendente.

Babilônia estará disponível nos cinema Brasileiros a partir de 19 de Janeiro. Confira o trailer abaixo: