Trapaça – Crítica

Assinatura Jéssica

 

Não chega a ser uma genialidade fílmica, mas é um bom entretenimento por causa das atuações apresentadas, um elenco realmente bastante talentoso. A direção é de David O. Russell (diretor dos elogiados O Vencedor e O Lado Bom da Vida), que mesmo estando em foco no momento, acredito que esse diretor ainda não encontrou o seu estilo próprio, percebe-se que em cada um de seus filmes existe uma nova “roupagem” que ele assume, ou seja, nada estabelecido e nesse filme em particular estão presentes características muito evidentes do estilo de Martin Scorsese. Além disso, uma expectativa muito grande foi criada em torno do lançamento desse filme e, sinceramente, não conseguiu atendê-la.

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            A trama é a seguinte, dois golpistas são obrigados a trabalhar para o FBI e assim conseguir prender alguns políticos corruptos, é basicamente isso, não entrarei em mais detalhes (odeio spoilers!). O roteiro poderia ter sido trabalhado com mais cuidado porque tem uma trama interessante, mesmo não sendo uma temática nova (“filmes de golpes” já existem milhares). A estética do filme, os figurinos, as locações, a fotografia em tons pastel que deu um toque especial de retrô, escolhas inteligentes de músicas daquela época e bem usadas na trilha sonora, tudo isso faz você viajar no tempo e vivenciar a história que é ambientada fielmente nos anos 70. O elenco foi fundamental e tem uma participação especial surpresa de um ator genial que só fez enriquecer ainda mais o desempenho geral dos atores. Se quiser saber quem é, assista ao filme, não quero estragar o prazer de ninguém. Performances poderosas, principalmente as atuações femininas que estão deslumbrantes, sedutoras e arrasadoras. Melhor cena do filme é a que se passa em um banheiro, onde Sidney (Amy Adams) e Rosalyn (Jennifer Lawrence) entram em uma discussão, apenas as duas, simplesmente, elas dão um show de interpretação. E aproveitando que estou falando de Lawrence, sua personagem deveria ter uma aparência mais velha, ela tem um filho de mais ou menos 10 anos e sua “carinha de vinte e poucos” se torna incoerente com esse fato, eu tinha que comentar isso porque acredito que não fui a única a ter essa sensação, mesmo ela sendo uma atriz esplêndida. Christian Bale, que é o golpista Irving, como sempre, muito competente em seu trabalho, fazendo mais uma mudança corporal em sua carreira por causa de seu personagem e Bradley Cooper, como o agente do FBI, também está maravilhoso. Entretanto, em uma equipe cheia de talentos sempre terá aquele que brilhará mais e, nesse caso, Amy Adams está impecável, conseguiu desenvolver muito bem uma personagem complexa, ela tem o maior destaque porque fez por merecer.

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Concluindo, os pontos fortes são a direção de arte, as atuações e a trilha sonora, já o ponto fraco é a narrativa lenta com diálogos longos em momentos desnecessários, feitos na tentativa de serem divertidos e inteligentes, acabou não atingindo o seu objetivo e deixando o filme chato em algumas cenas, porém a edição/montagem e os atores foram tão bem que conseguiram “mascarar” um pouco essas falhas. Enfim, mesmo sendo um bom filme, não concordo com tantas indicações ao Oscar 2014, sério mesmo, não entendi o exagero, outros filmes concorrentes mereciam muito mais indicações do que esse, de verdade.

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6 thoughts on “Trapaça – Crítica

  • 06/02/2014 em 01:27
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    Concordo com a critica, o filme é meio lento, mas como eu curto muito esse estilo dos anos 70 e 80 o filme me cativou muito, não só pelas belissimas atuações já citadas, mas a trilha sonora esta incrivel mesmo e devo dizer que o plano é bem montado, gostei muito do Trapaça mas não deve levar Oscar ou outras premiações. Tudo parece ir para Lobo de Wall Street

    • 06/02/2014 em 02:11
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      Eu também curto muito esse estilo, tanto que gostei do filme, mas não tive como não comentar os pontos negativos que percebi. E concordo contigo, acho que não levará prêmios, mas como se trata do Oscar, não temos como prevê, eles favorecem quem eles querem, esnobam e ignoram muita gente que merece ganhar e depois se arrependem e premiam quando não tem mais graça, Jennifer Lawrence é um exemplo disso, ela merecia ganhar e muito por Inverno da Alma, mas só ganhou depois com O Lado Bom da Vida que é um trabalho dela que nem se compara com o que fez em Inverno da Alma. Enfim, nos resta apenas torcer. E obrigada pelo comentário mais uma vez, Leandro, eu lembro que você foi o primeiro a comentar na primeira postagem minha aqui. Obrigada mesmo por acompanhar.

  • 06/02/2014 em 20:09
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    Aguardando pra assistir uma hora dessas…
    Interessante Jeremy Renner parece arroz de festa volta e meia está em um filme sempre num papel genérico…

    • 07/02/2014 em 01:06
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      hahahhaha… Obrigada por mais um comentário, Eliel. E agradeço muito por continuar acompanhando. ^^

  • 07/02/2014 em 01:03
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    Como você frisou durante o texto, que aliás está bastante coerente, se não merece tantas indicações ao Oscar, deixarei-o para o fim da fila.
    Continuarei acompanhando, sempre que possível, as suas críticas.

    • 07/02/2014 em 01:12
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      hahahahhah… Mas eu gostei do filme, só não podia deixar de lado os pontos negativos que notei, tenho que ser sincera o máximo que eu puder, isso faz o texto ser mais autêntico e é com muito prazer que o faço. Muito obrigada por mais um comentário, Anderson. Agradeço demais por continuar acompanhando. ^^

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