TILL: A Busca por Justiça | Crítica
Fomos convidados para a cabine de imprensa de um filme emocionante e especial. “Till: A Busca por Justiça”. Dirigido por Chinonye Chukwu, o longa retrata a impactante história baseada em fatos reais do jovem Emmett Till (Jalyn Hall), brutalmente assassinado em uma viagem para visitar seus primos após um suposto episódio de assédio a uma mulher branca. Após o revoltante acontecimento, a trama ressalta a agoniante busca de sua mãe Mamie (Danielle Deadwyller) por justiça.
Mamie, que era cautelosa com seu filho ao ponto de instruí-lo a nem sequer olhar de forma diferente para um branco, percorre o inimaginável na tentativa de dar voz à injustiças vividas pelos negros.
O drama se passa em 1955, e enfatiza o nível elevado de racismo vivido naquela época, na qual negros viviam em absoluta conduta de submissão aos brancos, e isso fica evidente a medida em que a palavra e a causa de Mamie ganham força, mas ainda assim ela é constantemente menosprezada. Outras séries e filmes dão uma boa condução ao tema nessa e em outras épocas, mas a base real de Till pode torna-lo ainda mais tocante.
A experiência de assistir a “Till” é absolutamente desesperadora. Se o enredo por si só já aborda uma história pesada, a atuação de Danielle Deadwyller transmite toda a dor de uma mãe que perde seu único filho em circunstâncias brutais.
O choro, o grito forte e a atitude da personagem mediante tamanho sofrimento irão emocionar e chocar o espectador. Não espere sofrimento romantizado ou qualquer tipo de eufemismo: a retratação da história de Emmett se dá de forma intensa e dolorosa e irá acarretar em diversos sentimentos durante a exibição. Creio que nem os de personalidade mais fria não irão se emocionar, revoltar e compadecer.
Existe uma construção responsável por conectar profundamente o espectador ao filme: os cenários impecáveis, as atuações arrebatadoras e a trilha sonora satisfatória que se associam ao desenrolar dos fatos e faz com que a profunda mensagem por detrás do filme seja ouvida e sentida.
E é essa a mensagem que faz de “Till” não apenas um filme recomendável, mas necessário. É a chocante retratação de um cenário de injustiças, humilhações e medo que não pode mais ser aceito, através da imensurável dor de uma mãe que parece sentir a dor de perder um filho antes mesmo dos desumanos acontecimentos.
Esperamos que o conjunto artístico grandioso de “Till : A Busca Por Justiça” renda grandiosidade equivalente em premiações cinematográficas e bilheteria!
