Pixels – Crítica

Pixels acertou a minha veia nostálgica e me fez querer tirar o Atari do armário.

Pixels

Estreou hoje, nos cinemas, o filme Pixels. Dirigido por Chris Columbus (Harry Potter 1 e 2 e Esqueceram de mim 2), o filme começa contando a história de Brenner (Adam Sandler), um garoto extremamente competente nos jogos de Arcade, mas que perde no campeonato para Eddie (Peter Dinklage), após uma partida de Donkey Kong. Esse campeonato é filmado e enviado para o espaço para, quem sabe, ser encontrado por outros seres.

Entretanto, a trama realmente começa após um salto temporal de alguns anos. A terra é atacada por alieníginas que usaram a filmagem para moldar seus corpos e padrões de invasão. Obviamente, os militares não conseguem enfrentar a ameaça e Brenner é convidado a montar um time de antigos jogadores e peitar os inimigos até o “game over”.

Pixels

Acho que o primeiro ponto que preciso registrar aqui é que não sou fã do Adam Sandler, mas também não odeio seu trabalho. Nesse filme ele está até que mais calmo do que o normal, dando um pouco mais de espaço para os outros atores. Principalmente Peter Dinklage deixando de lado seu papel de Tyrion, mas ainda roubando as cenas nas quais participa.

Dito isso, posso falar que o roteiro de Pixels é extremamente raso, assim como seus personagens (o que eu já esperava e não me frustrou), só que foi capaz de tirar boas risadas do público e até gargalhadas de mim, que rio mais fácil que o ser humano comum, de modo que achei bem divertido.

No entanto, foram usados alguns clichês que se tornaram forçados até para mim. Por exemplo, um dos nerds “pinta e borda” em cima dos Marines Americanos, dando tapas na bunda e tudo mais, completamente sem propósito e numa cena completamente descartável, ainda mais que o roteiro insinua toques de homosexualidade do personagem, sendo que ele é perdidamente apaixonado por uma heroína de um dos games.

Já as cenas de ação, no geral, foram bem animadas e bem dinâmicas, usando das características dos jogos apresentados em cada uma delas. Por ser um filme de comédia, não me incomodou algumas coisas ficarem sem explicação, cito aqui o fato de não ser mostrada a forma de usar “cheat codes” fora dos video games ou o deus ex-machina que surge no final de Pixels, já que apenas complementaram algumas sátiras.

Na verdade, pensando melhor, tem uma coisa que me incomodou: a transformação da Lady Lisa de Pixels em HD e depois o que acontece com ela no final (apesar de que a cena pós créditos me fez gargalhar).

Pixels

Aproveitando que comentei sobre as cenas de ação, vou passar para o que achei da música do filme.

Pixels tem uma trilha sonora que me animou e entristeceu ao mesmo tempo. Os rocks que tocam dão toda a sensação de diversão e desafio para os acontecimentos na tela, mas tenho de admitir que esperava remixes das músicas dos jogos (ou até as originais mesmo). Colocar pequenos sons e trechos mínimos das trilhas clássicas acendeu a minha nostalgia, entretanto ela logo é quebrada pela troca por algum rock ou similar.

As músicas do games são parte da complexidade deles, de modo que perderam uma grande chance de serem reinventadas, remixadas ou revividas. Se todo o “engodo” visual foi remodelado, por que não a sonorização?

Por fim, vou falar daquilo que achei impecável, mas não surpreendente: os efeitos visuais.

Achei que ficou muito bom o efeito das coisas “pixelando” (ótima alternativa para poder matar coisas, simular a violência, mas manter a censura livre), além do aspecto 3D dos games que jogamos em duas dimensões por tanto tempo. Desde o trailer, eu achava que o contraste de cores entre pixels e a realidade estava interessante e essa sensação só melhorou vendo o filme e curtindo as cenas.

Em alguns momentos os alienígenas são mostrados bem de perto e é possível ver que, mesmo com a base simples de um 8-bit, a quantidade de detalhes é bem grande.

Uma pena que isso tudo não seja mais um motivo de vendas de ingresso. Como eu disse, é impecável, porém não tem nada de surpreendente.

Pixels

Enfim… se não gostam do Adam Sandler, não percam seu tempo indo ao cinema, mas se não ligarem dele estar nas telas, de uma chance ao Pixels, principalmente se quiserem lembrar dos jogos ou se tiverem crianças pequenas. Ou esperem sair em home-video e se divirtam em suas próprias casas.

Ah, num certo momento, falando em lembrar dos jogos, é tentado fazer uma comparação dos arcades com os games mais novos, tinha potencial, mas é uma pena ter ficado tão ruim.

É isso. Um abraço e fiquem com o Trailer:

[su_youtube url=”https://www.youtube.com/watch?v=R7N1Y5RlXeQ”]

2 thoughts on “Pixels – Crítica

  • 24/07/2015 em 10:59
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    concordo bastante da sua critica, o efeito sonoro dos games foi pouquissimo utilizado, apenas o Pacman e Arknoid eu reconheci, Como eu gosto das comédias do Adam Sandler eu curti bem mais o filme, não é o melhor dele (Rei das Aguas é o melhor) mas está longe de ser o pior. Agora acho que o filme seria muito melhor se tivessem fechado um acordo com a Activision, ja pensou ver HERO, Enduro, Seaquest,, Keystone Kapers e Pitfall na tela? 🙂

    • 24/07/2015 em 23:03
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      Tem razão Le, ficou “na média” dos filmes dele.
      Quem sabe não vemos um Pixels 2 (se a bilheteria refletir, vão fazer com ctz, hehe) com os outros jogos. Falando em bilheteria, acho que a galera tá falando tão mal desse filme, que vai atrair público pela pura curiosidade, hauahauhauhaa.
      Abrss

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