O Bom Dinossauro – Crítica

O Bom Dinossauro é a mais nova animação da Pixar e dizer isso é estabelecer um nível inicial de expectativa um tanto alto, o que é sempre problemático, e é ainda mais por ser lançada pouco mais de seis meses depois do fantástico Divertida Mente (clique aqui para nosso review dele).

Infelizmente, a alta expectativa cobrou seu preço e deixa uma sensação de desapontamento que talvez essa animação não mereça.

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A premissa inicial é que o famoso meteoro que extinguiu os dinossauros, nesta realidade paralela passou apenas raspando e os gigantes animais mantiveram seu domínio sobre a terceira rocha a partir do Sol.

Acompanhamos então uma pequena família de apatossauros que vive tranquilamente em sua fazenda, plantando e colhendo tranquilamente para se prepararem para a chegada do inverno. Tudo ia bem ate que algo começou a consumir o estoque de milho e o pequeno Arlo fica incumbido por seu pai de resolve o problema.

Arlo, o mais novo, fraco e medroso dos três infantes usará essa tarefa para provar a sua família que pode ser útil e descobre o que esta comendo todo o milho armazenado: uma criança humana.

Arlo consegue captura-lo em uma armadilha, mas fica com dó e o liberta.

Seu pai fica bravo com isso e pede que Arlo resolva o problema e capture o humano, para que ela não mais roube o milho e também para que Arlo mereça sua marca.

Neste processo de captura ocorre uma tragédia e Arlo acaba separado de sua família, tendo que fazer uma jornada de aprendizado para retornar para casa.

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Estabelecida a premissa para a jornada fica complicado não iniciarmos as comparações com O Rei Leão. As semelhanças vão se acumulando até o final do filme e não é exagero considerar este um remake do longa de 1994, agora com dinossauros e sem o tio malvado.

Temos as “hienas”, uma releitura da cena do “viscoso mas gostoso”, a amizade improvável e por aí vai.

Essa comparação tira muito da personalidade do filme, e ao final o filme acaba resumido unicamente ao visual estonteante e tecnicamente brilhante dos designers da Pixar.

Eu passei o filme inteiro achando que haviam filmado as locacoes e encaixado os personagens sobre elas, como muitos artistas tem feito com. Fotografias nos ultimos anos.

>O nível de detalhes nos cenários, da animação do fluxo das águas, das nuvens, é tudo tao incrível que deixam documentários sobre natureza, feitos pela National Geographic, com inveja e eu com vontade de visitar aqueles lugares.

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Apesar do roteior nada inspirado e personagens coadjuvantes rasos e previsíveis a relação de Arlo com Spot, a criança humana que é retratada como um cachorro de estimação, é muito cativante e emocionante.

A construção dos laços deles, principalmente aqueles que quase não tem diálogo, ou monólogo, já que Spot não fala, são muito tocantes e provavelmente tirarão algumas lágrimas, principalmente ao nos aproximarmos dos minutos finais do longa.

Há também, bons momentos de diversão e comédia, como nas cenas de uma sessão de estórias ao redor da fogueira e uma na qual Spot e Arlo se alimentam de alguns frutos caídos ao pé de uma árvore, esta última uma cena que as crianças provavelmente não entenderão.

No geral, O Bom Dinossauro é uma animação tecnicamente primorosa que se perde nas belezas do ambiente e esquece de criar uma estória única para repetidas vezes referenciar uma das melhores animações da Disney, se não a melhor. Mesmo assim é uma boa animação que pode cativar e emocionar crianças e adultos, o que faz dela uma boa escolha para um evento familiar e descontraído.

Trailer: