Não, não olhe! | Crítica

O Meia Lua participou da cabine de imprensa de “Não, não olhe!”, filme dirigido por Jordan Peele. O filme retrata os acontecimentos sobrenaturais que rondam uma pacata e isolada região, bem como a reação dos moradores diante de tais acontecimentos, dando foco a um casal de irmãos de personalidades totalmente distintas, residentes de um rancho de cavalos deixado pelo pai, que morreu de forma enigmática. Eles tentam a qualquer custo registrar as imagens bizarras que têm presenciado.

O longa chega aos cinemas diante de grande expectativa dos fãs de terror e suspense, sobretudo daqueles que conhecem e admiram o trabalho de Jordan Peele em filmes de sucesso como “Corra!” e “Nós”. Entretanto, a julgar com base em tais trabalhos do diretor, acredito que “Não, não olhe!” seja a produção de menor complexidade e crítica social para o espectador.

O enredo não surpreende: seres aparentemente extraterrestres aterrorizam uma pequena região, que passa por acontecimentos assustadores e se vê obrigada a lidar, cada um de sua forma, com essa circunstância. A única possibilidade de uma notável crítica social está na forma como os moradores passam por toda essa situação, priorizando o registro dos acontecimentos e não a solução ou até mesmo a própria proteção.

Porém, a trama é capaz de prender o espectador. Você não irá desgrudar os olhos da tela antes de saber o desfecho dos acontecimentos. E é nesse ponto que o público pode se frustrar; um filme no qual o enredo beira o clichê, porém explorado de maneira intensa, gera para o espectador expectativas acerca de seu final, de uma conclusão cheia de reviravoltas e um final esclarecedor. Quando se trata de filmes de tema sobrenatural, o público anseia por conhecer a origem dos acontecimentos. Mas aqui, apesar de um final repleto de ação, muitas questões ficam sem esclarecimento, e a conclusão nos espanta justamente por não surpreender muito.

Ainda assim, é impossível não dar méritos aos atores que participaram da trama. Enquanto Keke Palmer (Emerald Haywood) dá vida a uma jovem extrovertida e perspicaz , responsável pela maior parte do alívio cômico do filme, o jovem Brandon Perea (Angel Torres) interpreta um jovem vendedor que não apenas acredita nas ideias dos irmãos Haywood, como se torna aliado deles.

Mas o destaque é, com certeza, de Daniel Kaluuya (OJ). O ator traz em sua expressividade todo o medo, aflição e agonia que se espera que um ator transmita ao público de uma trama de tanto suspense.

Tudo isso aliado a efeitos especiais incríveis, figurino capaz de expressar a personalidade de cada personagem, sonorização absolutamente eletrizante e iluminação sombria, faz com que o filme cumpra seu papel no quesito suspense. A tensão, que é fator presente desde a primeira cena do filme, vai garantir sustos até para os de coração mais forte.

O Meia Lua recomenda, sim, o filme “Não, não olhe!”. Porém, não espere uma história de plot twists eletrizantes ou um enredo diferente de tudo o que você já viu. Ainda assim, vale a pena assistir e aproveitar boas cenas de ação, suspense e atuações brilhantes, bem como efeitos visuais que vão da simplicidade de uma paisagem desértica à uma chocante chuva de sangue.

Não, não olhe já está disponível nos cinemas.

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