Muitos Homens Num Só – Crítica

Dirigido por Mini Kerti, Muitos Homens Num Só conta a história de um ladrão conhecido como Dr. Antonio (Vladimir Brichta) que cometia pequenos furtos em hoteis de grande porte no Rio de Janeiro no início do século XX e que em um de seus golpes acaba se apaixonando por Eva (Alice Braga), uma talentosa artista que deixara de lado sua arte para se prender a um casamento infeliz.

O filme é baseado no livro “Memórias de um Rato de Hotel”, escrito por João do Rio, que conta a história real de um ladrão sedutor.

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A abertura do filme mostra o ladrão se esgueirando pelos corredores, oculto nas sombras, entrando em quartos e furtando itens de valor, enquanto uma narração descreve sucintamente o estilo de vida do gatuno. Essa sequencia é bastante interessante e instiga a curiosidade. Curiosidade esta que se mantém por todo o primeiro ato do filme, mostrando as habilidades, peculiaridades e um pouco de sua origem.

Infelizmente esse clima de curiosidade e mistério não se mantém, sendo substituído por um romance proibído e uma trama de assalto um pouco mais complexa, que trazem o filme para mais próximo do comum e esbarra em clichês que parecem estar alí para forçar o movimento da história, não fazer parte dela.

Claro que por ser baseado em uma história real, o filme vai ser mais pé no chão, mas em tela algumas coisas parecem muito forçadas, como a introdução de uma situação no estilo bomba-relógio para apertar o passo do assalto.

Gostei da construção do personagem Dr. Arnaldo, que é feita durante todo o filme, não apenas na sequencia de apresentação do filme, e também da introdução de Eva e da relação entre eles. Ambos Vladimir e Alice conseguem passar bem as inseguranças e dúvidas dos personagens.

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Caio Blat, que interpreta do investigador Félix Pacheco, está bem no filme, mas seu personagem tem apenas uma função interessante para a história: mostrar a introdução de ciência forense no departamento de polícia.

A ambientação do filme é bem feita e bastante cuidadosa em retratar a cidade, costumes e a sociedade do início do século passado.

Apesar de alguns deslizes na condução da história Muitos Homens Num Só é um filme interessante que conta com bom elenco e atuações, ambientação competente e um personagem principal um pouco mais complexo que o normal que consegue sustentar o filme até seu encerramento.

Muitos Homens Num Só está em cartas nos cinemas e é distribuído pela Downtown Filmes e produzido pela Tambellini Filmes.

Trailer:
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One thought on “Muitos Homens Num Só – Crítica

  • 28/06/2015 em 02:26
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    Vou conferir o filme depois.
    Sendo um filme brasileiro e abusando do meu senso de clichês, quero saber uma coisa… tem peitinhos??!?!

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