Elvis | Crítica

Hoje o Meia Lua traz para vocês a crítica de um filme muito especial: Elvis.

O filme retrata a trajetória artística e pessoal do lendário astro Elvis Presley (Austin Butler), percorrendo diversos aspectos que podem levar o público ao absoluto êxtase de suas deslumbrantes apresentações, ou as lágrimas com sua conturbada vida pessoal.

A palavra que define o longa é, com certeza, extravagância. O visual, as apresentações de Elvis, e os cenários grandiosos em Las Vegas trazem a dimensão do quão grandiosa e brilhante foi a passagem de Elvis por esta vida. Mas todo o brilho, a cor e sonoridade são contrastados   pela obscuridade vista e sentida ao se tratar da angústia que o astro viveu ao longo de sua carreira através da exploração de um empresário, da repreensão moral da época e da exaustão que fizeram o sucesso dar lugar a ruína.

A construção do enredo nos traz constantemente tal sensação de altos e baixos, uma vez que a carreira, a saúde, o casamento e a sanidade de Elvis oscilam entre ascendência e declínio. É impossível não apreciar a forma como o legado de Elvis Presley impacta até aos pouco conhecedores de sua trajetória, e o filme consegue retratar incrivelmente esse impacto para uma época de profunda moralidade, na qual o rebolado de Elvis nos palcos era considerado um ato de luxúria e perversão, que levava as mulheres ao delírio e os homens ao ápice do ciúme e inveja.

O excesso de performances ao longo da trama consegue remeter exatamente ao que foi a rotina artística do astro: o sucesso ascendeu na mesma proporção da exaustão.

Em filmes biográficos, a missão dos atores escolhidos é ainda mais árdua, uma vez que estes terão que apresentar um ser que existiu, que tinha características físicas e emocionais reais e já conhecidas pelo público. Qualquer deslize será imediatamente criticado pelos fãs da pessoa representada na obra. Sobre as atuações, acredito que o destaque fique com os atores que representam os protagonistas Elvis e Tom Parker.

Austin Butler interpreta Elvis de forma tão fidedigna que em certos momentos o espectador poderá sentir que está assistindo a uma gravação da época. Na cena final do filme foi possível notar a dúvida geral que pairava entre quem assistia, se ali se tratava do próprio Elvis ou do ator.

Ele representa o cantor em seu olhar, sua dança, trejeitos e em toda a intensidade característica de sua personalidade. Tom Hanks, por sua vez, consegue entregar um Tom Parker extremamente odioso enquanto transparece toda a perspicácia e frieza do empresário. O olhar de Hanks transmite com exatidão o caráter enganador, invejoso e interesseiro de seu personagem. 

Outro ponto que não passa despercebido é a caracterização. Se tratando de um filme de época, é de grande importância trazer figurinos que retratem de forma fiel o que se vestia naquele momento. Os modelos vestidos por Elvis e sua esposa Priscilla (Olivia DeJonge) são um show a parte, mostrando (mais uma vez) a extravagância que está não apenas nas roupas, mas nos cabelos, maquiagem e postura. Mas o que mais impressiona é a forma como a fisionomia dos personagens muda ao longo do filme.

É possível ter a percepção de que Elvis, principalmente, ganha traços mais amadurecidos e aparentemente um pouco de peso no decorrer dos acontecimentos. Isso mostra que a produção não se preocupou apenas em trazer vestes, carros e (até) lingeries características dos anos 50/60/70, mas também em transmitir ao espectador essa sensação de que o tempo ali estava passando.

Vale a pena assistir ao filme? Sim. Talvez por se tratar de uma cinebiografia, ele traz mais entretenimento do que ação ou conteúdo cultural. Mas uma retratação extremamente emocionante da vida e carreira de Elvis Presley. Mesmo para quem pouco se interessa pela música ou pela vida dele, considero que vale a pena assistir.

O filme traz, através da história do cantor, uma amostra válida das duas faces do sucesso, da fama e do dinheiro. Nele você verá a ascensão e a glória de um artista que é aclamado pelo público, mas também a pressão constante, o preconceito e o ódio que Elvis sofreu por sua personalidade rebelde que o motivou a nunca alterar sua identidade artística (ainda bem!).

Elvis desejava ser visto como um super herói, e me dou hoje, após assistir ao filme, a liberdade de dizer que ele é sim este herói. O herói da música, da liberdade e da paixão sem limites pelo palco. Você verá esse herói em sua versão mais vulnerável, mas ainda assim, encerrará o filme admirando o lendário Elvis Aaron Presley e o se legado.

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2 thoughts on “Elvis | Crítica

  • 12/07/2022 em 21:12
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    Ótima crítica. Parabéns 👏🏽. Fiquei com vontade de assistir o filme.

  • 12/07/2022 em 21:36
    Permalink

    Nossa já me deixou, super ansiosa para assistir esse filme

Fechado para comentários.