Elementos | CRÍTICA

Participei da cabine de imprensa do filme “Elementos”, e a partir dessa sessão já posso trazer minhas percepções sobre a nova animação da Pixar, que traz uma temática muito pertinente aos dias atuais.

Dirigido por Peter Sohn, a trama mostra os quatro elementos (água, fogo, terra e ar) coexistindo na chamada Cidade Elemento, um lugar colorido e agitado. Em meio aos diversos desafios de convivência que fazem com que os elementos acreditem que não podem se misturar, dois jovens dos mais distintos elementos se apaixonam: Faísca (fogo) e Gota (água).

“Elementos”, como era de se esperar, é visualmente deslumbrante. A grandiosidade em detalhes e cores da cidade elemento, bem como a representação bem pensada dos personagens, são o ponto alto do filme. Em dados momentos o espectador poderá se distrair da própria história do longa por apreciar cada pedacinho que compõe o visual. E sob essa percepção que podemos mencionar também o ponto fraco do filme: o enredo. Para o público que a produção almeja atingir, o conteúdo apresentado pode ser o suficiente, mas é inegável que uma mensagem de tolerância, amor e aceitação tão forte merecia um desenvolvimento melhor. Muitas vezes a trama se desenrolava de forma confusa e extremamente apressada, deixando pontas soltas e afetando a experiência do público.

O que pode cativar a quem assiste “Elementos”, além da já mencionada beleza visual, são os personagens. Faísca representa uma jovem dedicada e de personalidade forte, porém com dificuldades em controlar sua própria irritabilidade. Em contrapartida, Gota nos apresenta um ser amável e generoso que se emociona facilmente. Ambas personalidades são apresentadas como características dos respectivos elementos, o que torna a temática divertida. É interessante acompanhar aquilo que se espera de cada um: o fogo se caracteriza como literalmente “esquentado”, enquanto a água é pacífica. A interação entre os elementos também diverte, nos mostrando o porquê da crença de que os elementos não se misturam. Enquanto um espirro dos personagens água pode danificar o fogo, um esbarrão com personagens fogo não será muito agradável para os personagens terra. Ainda nesse sentido, senti falta de percorrer mais pelos outros elementos. O filme mostra, mas não detalha com tanto cuidado as características e marcas de terra e ar, mas isso pode, inclusive, ser um sinal de uma continuação por vir.

“Elementos”, infelizmente, é um filme predominantemente confuso. Ainda assim, é uma boa pedida para o público infantil, uma vez que tem personagens incríveis e uma boa mensagem a ser discutida. O amor como meio de união, de aceitação e como forma de se tornar melhor. O que falta ao longa é percorrer melhor outros “personagens elementos” protagonizando algumas cenas, de forma a explorar melhor os quatro elementos, além de manusear o tempo disponível visando que o enredo central se desdobre de forma menos corrida. Dessa forma a história seria bem enriquecida.

Para os fãs de animações, vale assistir para conhecer esse novo trabalho. Para o público infantil, o filme é uma excelente opção, tanto pela mensagem quanto pelo visual e personagens cativantes. Não se trata de um filme ruim, é uma animação fofa, com uma linda mensagem, personagens e detalhes cativantes. Então, posso considerar que ele apenas não atendeu ao que se esperava, mas ainda assim apresentou um bom resultado.

Qual é a sua expectativa para o filme? Vai ao cinema assistir a “Elementos”? Se assistir, conte para nós o que achou!

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