Dragon’s Dogma 2 | Análise

Dragon’s Dogma 2 é um dos jogos mais aguardados do ano. A Capcom investiu pesado na divulgação do seu novo título, o que contribuiu bastante para elevar o hype dos fãs da franquia.

Nós do Meia-Lua recebemos da Capcom Brasil uma cópia antecipada do game e, a seguir, vocês irão descobrir se este novo jogo cumpre o que promete.

Um adendo importante! Eu não cheguei a jogar o primeiro Dragon’s Dogma, então só farei comparações com base nas pesquisas que fiz sobre o mesmo recentemente, já que essa sequência foi inspirada em seu antecessor.

A HISTÓRIA

Assim como no primeiro jogo, um novo ciclo se inicia em Dragon’s Dogma 2, quando o Dragão devora o coração do nosso protagonista, que se ergue como o novo Nascen.

Quando um indivíduo se torna Nascen, automaticamente ele pode reivindicar seu lugar no trono como governante daquele mundo, só que as coisas não são simples como parecem.

Conforme avançamos no enredo, tomamos conhecimento de uma conspiração envolvendo a rainha regente, entre outros personagens, para se manterem no trono. Esse é o pontapé inicial da história, que nos leva a alguns eventos intrigantes.

Não vou discorrer mais a respeito aqui para evitar spoilers, mas saibam que todo o plot é bem interessante e nos instiga a avançar cada vez mais para ver sua conclusão, tanto dessa conspiração, quanto da ligação do nosso personagem com o famoso Dragão.

GRÁFICOS

Não é segredo para ninguém que Dragon’s Dogma 2 se inspira bastante no seu antecessor em diversos aspectos. No entanto, uma mudança notável são os gráficos, que agora fazem uso da famosa RE Engine.

Em minha jornada, o que mais chamou atenção foram os locais que visitamos, seja de dia ou de noite. Os efeitos das magias poderosas de nossos personagens e dos inimigos ficaram bem legais, e a modelagem dos bonecos é bacana.

Durante as cutscenes da história, podemos notar um capricho maior nos bonecos principais, embora as expressões faciais não entreguem tanto assim.

Isso quer dizer que o jogo é feio? Claro que não, mas fica bem nítido que o mesmo não está no nível dos grandes jogos que temos atualmente. E isso, obviamente, não é algo que afeta a experiência.

Percebe-se um capricho por parte da Capcom em alguns pontos, assim como um desleixo em outros.

Nos deparamos com problemas de textura, serrilhados e até mesmo a face de NPC’s causam estranheza em alguns momentos.

GAMEPLAY

Quando iniciamos nossa jornada, o primeiro passo é criar nosso boneco. Dragon’s Dogma 2 traz consigo uma boa gama de personalizações, que possibilita aos jogadores estimular sua criatividade de formas inimagináveis.

Até pequenos detalhes como tamanho das narinas, posição dos olhos, entre outros, podem ser alterados aqui.

Em seguida é necessário escolher uma vocação inicial. Temos à nossa disposição o Combatente, o Mago, o Arqueiro e o Ladrão. Cada um possui características únicas, ficando a gosto do jogador selecionar a que melhor se encaixa com seu estilo de gameplay.

Eu optei pelo Combatente, que traz um bom equilíbrio entre força e resistência, embora não possua ataques mágicos.

Mas não para por aí, novas vocações podem ser desbloqueadas ao longo da campanha, aumentando nosso leque de possibilidades.

Durante minha Run, acabei alternando para o Lanceiro Místico, muito divertido por sinal, que apresenta um misto de ataques físicos e mágicos. No entanto, temos outras como Feiticeiro, Guerreiro, Ilusionista, etc.

É bem legal como cada classe difere uma da outra, e o game nos permite explorar cada uma delas, mantendo a evolução da anterior, caso a escolhida não seja de nosso agrado.

Ao enfrentar os inimigos do mundo de Dragon’s Dogma 2 evoluímos nossas vocações, possibilitando adquirir habilidades de combate, habilidades passivas e aptidões. Novamente, fica a gosto do freguês montar sua própria build para enfrentar os perigos existentes ali.

Eu pude testar algumas boas combinações, até achar a mais eficaz para minha vocação, e esse é um processo bem gratificante de se explorar.

Quanto às batalhas, nós temos os famosos ataques rápidos e pesados, podemos correr, nos defender (conforme a vocação), executar habilidades, conjurar magia e principalmente controlar nossa stamina.

Tudo funciona muito bem, no entanto, uma mecânica que não foi implementada no primeiro game e não foi adicionado em Dragon’s Dogma 2, é a câmera fixa nos inimigos.

Em certos momentos, esse recurso não se faz necessário, visto que hordas de inimigos nos atacam de uma só vez. No entanto, nas batalhas contra chefes senti falta e confesso que me incomodou um pouco não termos essa mecânica à nossa disposição.

Agora preciso falar sobre os peões, que fazem toda a diferença na campanha e trazem uma dinâmica bem interessante. 

Além do nosso personagem, podemos criar um peão fixo e selecionar mais dois, compondo um grupo de quatro bonecos para nossa jornada.

O mais legal aqui, é que estes peões adicionais podem ser adquiridos de outros jogadores ao redor do mundo através da fenda. Essa ideia foi implementada no primeiro game, eu sei, mas preciso ressaltar o quanto isso é divertido.

Cada peão possui uma vocação específica e o grupo que formamos pode mudar completamente o rumo de nossas batalhas. 

Você pode optar por usar um mago, cujo foco é o suporte e cura dos demais, um arqueiro para dar cabo de inimigos voadores e até mesmo um feiticeiro, capaz de conjurar magias extremamente poderosas.

Esse é um ponto mega positivo em Dragon’s Dogma 2, por nos trazer uma gama de possibilidades insana.

Além disso, os peões interagem entre si e com nosso personagem, passam informações úteis sobre o mundo, contam sobre suas experiências em mundos além da fenda, nos guiam ao encontro de missões e tesouros, é muito daora. 

EXPLORAÇÃO E O MUNDO

Como já é de se imaginar, o mundo de Dragon’s Dogma 2 é enorme e traz inúmeras possibilidades de exploração em nossas viagens.

A vastidão do mesmo é tamanha, que ao seguirmos uma estrada rumo a um objetivo principal, facilmente somos fisgados por algum caminho tortuoso que nos leva a uma ruína abandonada, cavernas, buracos, barulhos estranhos que escutamos a longas distâncias e mais.

A curiosidade pode ser bem recompensadora em Dragon’s Dogma 2. 

Essa sensação de descoberta que o jogo traz é muito gostosa de vivenciar, principalmente ao encontrarmos inimigos secretos/únicos, ou missões que só são ativadas através da exploração. Recomendo fortemente que visitem os cantinhos mais singelos e sem muito apelo inicialmente, você pode se surpreender.

Algo importante que preciso destacar é: prepare-se para andar COMO NUNCA.

Os produtores reforçaram diversas vezes durante os materiais de divulgação que Dragon’s Dogma 2 teria grande foco na imersão do mundo e na exploração.

No entanto, certos caminhos de um ponto A até o ponto B são bem longos e podem acabar se tornando maçantes para alguns jogadores.

Não fazemos uso de montarias aqui e nem das famosas viagens rápidas. Os meios de locomoção mais ágeis à nossa disposição são as carroças e os cristal-portos. 

As carroças nos levam de uma cidade a outra especificada pelo próprio jogo, não podemos escolher. Além disso, ao fazer uso desse recurso acabei me frustrando bastante, pois toda vez o trajeto era interrompido por algum inimigo interceptando o veículo.

Já os cristal-portos, como o próprio nome já diz, são cristais presentes em algumas cidades que, ao usar uma pedra-barca, somos teleportados imediatamente para onde o mesmo se encontra. 

O grande porém aqui é que essas pedras não são fáceis de se achar. Nós podemos conseguir cristal-portos portáteis para colocar em locais que iremos visitar novamente em alguma ocasião, mas, assim como as pedras, também são escassos.

Ou seja, o jogo incentiva bastante o trajeto a pé. No meu caso, fez com que minha jornada se tornasse cansativa em alguns momentos, principalmente depois de algumas boas horas de gameplay.

Entendo a ideia dos produtores, mas creio que ao menos uma montaria não faria mal.

BATALHAS ÉPICAS

Algo que chamou muito a atenção dos jogadores durante a divulgação de Dragon’s Dogma 2 foi, sem dúvida, as batalhas épicas contra os inimigos maiores. 

Após ter jogado posso afirmar sem medo, elas são incríveis.

Além dos inimigos comuns, vez ou outra nos deparamos com ciclopes, centauros, grifos, feras, entre outros, cada um trazendo um desafio diferente.

É nesse momento que o jogo brilha e que o auxílio dos peões faz toda diferença, seja na distração, ao paralisá-los com magia, etc.

Sendo maiores, obviamente são mais fortes, então todo cuidado é pouco. Eles podem nos jogar para longe com um golpe, nos agarrar e causar bastante dano e até mesmo nos fazer cair de alturas elevadas, seja em um penhasco ou quando estamos agarrados em inimigos voadores, causando morte instantânea.

Apesar de mais longas, a sensação de conquista ao derrotá-los é sem igual.

No entanto, tem um fator que pode tirar um pouco desse brilho, que está diretamente relacionado às longas distâncias que viajamos no mundo, que é a repetição.

Certos inimigos como o próprio ciclope, o centauro, entre outros, podem ser encontrados diversas vezes e, durante o período de uma missão importante, eles podem acabar se tornando um obstáculo maçante no caminho.

Isso quer dizer que elas se tornam chatas? De forma alguma, mas podem incomodar em alguns momentos.

MISSÕES SECUNDÁRIAS

Além da jornada principal do Nascen, temos diversas outras histórias que podem ser encontradas através das missões secundárias.

Em cada cidade conversamos com alguns NPC’s chave que ativam missões distintas. Elas variam entre resgate, exploração, assassinato de monstros, entre outras. 

Algumas, inclusive, trazem histórias bem interessantes e que fazem valer a pena o tempo dedicado a elas, nos instigando a realizá-las justamente para ver seu desfecho.

É muito importante também, após encontrar certas cidades, visitá-las novamente com o passar dos dias, pois isso irá ativar novas missões que podem ser recompensadoras.

Esse sem dúvida é outro quesito implementado com maestria em Dragon’s Dogma 2, incentivando a exploração.

VALE A PENA

Se você gostou da sua experiência em Dragon’s Dogma 1, sem dúvida irá se deleitar nessa sequência.

Como mencionei anteriormente, Dragon’s Dogma 2 se inspira bastante no seu antecessor trazendo gráficos repaginados, uma nova história, aprimoramento em mecânicas conhecidas e mais.

Sendo este o meu primeiro contato com a franquia, fui fisgado em pouco tempo ao entender como o gameplay, o papel dos peões e todo o sistema de farm e loot funcionam.

O sentimento de descoberta ao explorar e as batalhas insanas contra os inimigos maiores adicionam um tempero especial.

O jogo tem problemas, claro, mas não é algo que afete drasticamente a jornada como um todo, então, vá sem medo.

Dragon’s Dogma 2 chega em 22 de Março para Playstation 5, Xbox Series X|S e PC.

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