Call of Duty: Modern Warfare traz um ar de frescor necessário para a franquia | Análise

A franquia Call of Duty passou por altos e baixos com o passar dos anos. Minha experiência com os últimos títulos não foram das melhores, devo confessar.

Mesmo com um gameplay de qualidade, algumas inovações, como aconteceu em Black Ops 4 com a adição do modo Battle Royale, a sensação de que faltava algo esteve sempre ali.

Eis que a Activision anuncia o Reboot do seu maior sucesso, Mordern Warfare, com a promessa de uma campanha densa, realista, além de uma nova engine capaz de apresentar gráficos estonteantes.

Depois de jogar Call of Duty: Modern Warfare, fico feliz em dizer que esse sentimento de “faltou algo mais” foi saciado.

Uma história intensa e o retorno de Price

O grande apelo no anúncio de Modern Warfare foi sem dúvida a volta do icônico Capitão Price, um dos personagens mais populares da franquia.

Ao iniciar a campanha, o novo COD reafirma o que foi mostrado em seus materiais de divulgação, que foi a promessa de um enredo pesado e realista.

A ameaça de uma facção terrorista chamada Al-Qatala é iminente, além da participação de extremistas russos que farão de tudo para afirmar seu poder.

Após o roubo de um carregamento de gás extremamente tóxico e com capacidade de assassinar milhares de pessoas, cabe a Price a seu esquadrão irem a luta com intuito de impedir que esta arma seja usada contra a população.

Mas não para por aí, o buraco é bem mais embaixo.

Pode parecer simples quando explicado desta forma, mas é o máximo que posso revelar evitando potenciais spoilers.

A proposta deste novo enredo é mostrar as nuances de uma guerra.

Mesmo estando do lado dos mocinhos, nem sempre tudo será preto e branco, pois o jogo faz questão de nos colocar em situações onde precisamos cruzar uma certa linha para atingir um determinado objetivo em prol dos demais.

Não apenas isso, o jogo nos faz escolher se queremos participar de alguns momentos, caso tenhamos “estômago” para isso, e até mesmo responder perguntas sob tortura que podem ter consequências graves.

A campanha gira em torno de 6 horas. Sim, é bem curta, mas garante um ritmo eletrizante com cada missão apresentando novos desafios e situações inusitadas, onde passamos por ambientes fechados e abertos, sempre com a tensão em nossos ombros.

O único ponto negativo é de fato ela ser tão curta.

Captura de movimentos, gráficos de ponta e Ray Tracing

O que faz uma história ser boa não é apenas a trama criada, mas também os personagens ali inseridos.

Em Call of Duty Modern Warfare, cada personagem foi construído de forma minuciosa, com intuito de passar suas aspirações e objetivos.

Isso foi possível graças ao trabalho espetacular realizado com captura de movimentos. O nível de atuação está impecável e cada ator/atriz escolhido se encaixou como uma luva em seu papel.

O ator Barry Sloane foi o responsável por dar vida ao Capitão Price e nos passa facilmente a ideia do quão destemido o personagem pode ser.

Modern Warfare conta também com uma nova engine capaz de nos entregar gráficos de ponta.

É impressionante perambular por florestas a noite e vislumbrar a luz do luar passando entre as folhas das árvores, até mesmo os efeitos de destruição quando um míssil atinge uma torre ou um bunker cheio de inimigos são de cair o queixo.

O mesmo pode ser dito de cenários mais abertos, onde o sol paira sob nossas cabeças e possibilita saber onde certos inimigos estão, devido a sua sombra projetada em paredes ou no chão.

Além da nova Engine, Modern Warfare traz consigo o Ray Tracing, tecnologia empregada nas placas de vídeo da série RTX da NVIDIA.

É simplesmente incrível ver construções perfeitamente refletidas em uma poça d’água.

Este efeito, durante a campanha, fez com que eu antecipasse algumas ações dos inimigos e me colocou em situações complicadas, devido a momentos com muitas explosões e fogo por toda parte. É surreal.

Gameplay refinado, mas familiar e modo online

A jogabilidade da franquia Call of Duty sempre foi digna de elogios. Em Modern Warfare, com a adição da nova engine, está ainda melhor.

A movimentação flui muito bem, os inimigos, apesar de falhos em alguns momentos, são uma ameaça considerável e até mesmo irritante ao se jogar na dificuldade mais elevada.

Contamos também com um modo online extremamente robusto e com diversas possibilidades.

Temos desde o clássico mata-mata em equipe, até um novo modo divertidíssimo de 2 contra 2 que possibilita partidas dinâmicas e rápidas, e necessitam de sincronia entre os jogadores para conquistar a vitória.

E claro, temos um vasto arsenal a nossa disposição que vai sendo liberado à medida que alcançamos níveis mais altos.

As armas também possuem level para que possamos desbloquear acessórios e torná-las mais poderosas, precisas, de fácil mobilidade, entre outras características, além dos famosos perks, ou modificadores, que nos dão vantagens distintas durante o combate.

Aliado a todos estes quesitos bastante comuns na franquia, Modern Warfare traz também a possibilidade de Cross-Play, ou seja, jogadores do Playstation 4, Xbox One e PC podem jogar uns contra os outros.

Um respiro e um futuro promissor para a franquia

Para aqueles, como eu, que achavam que Call of Duty havia entrado na mesmice, sem muitas inovações, precisa jogar Modern Warfare.

O “core” é bastante familiar, mas a nova campanha, o retorno do Capitão Price e a adição da nova engine deram a franquia um novo ar de frescor necessário a muito tempo.

O enredo irá te envolver e o deixará imerso durante toda a jornada. Os personagens foram muito bem construídos e somos capazes de criar empatia por eles.

O gameplay entrega tudo aquilo que a franquia faz tão bem e ainda melhor, unido à um modo online robusto.

Se você é fã de Call of Duty e de jogos de tiro em primeira pessoa, Modern Warfare é um jogo obrigatório que garantirá boas horas de diversão.

Agora só nos resta esperar para ver o que o futuro reserva para este título consagrado e a continuidade desta história, que traz consigo personagens tão icônicos.