Análise | Hitman 3

Hitman é uma série de jogos com foco em jogabilidade Stealth, produzida pela IO Interactive e que completou 21 anos em 2021. Em todos os games da série você controla o agente “47”, que na história do game é considerado o melhor assassino/espião/careca do mundo. No game, nós prestamos serviços para a ICA (International Contract Agency), executando assassinatos em diversas partes do planeta.
Em 2016 a franquia recebeu uma espécie de “reboot”, o jogo intitulado HITMAN foi produzido pela IO Interactive e publicado pela Square Enix para PlayStation 4, Xbox One, e PC em formato episódico.  A versão completa para consoles, com todos os episódios, foi lançada em 31 de janeiro de 2017 com o nome Hitman: The Complete First Season.
Apesar de ser considerado por muitos um “reboot” da série, canonicamente a história se passa depois dos eventos de Hitman Absolution, HITMAN (2016) foi considerado por muitos um dos melhores games do ano, e apesar de não ser um absoluto sucesso comercial, as boas reviews garantiram duas sequências.

HITMAN 3

Hitman 3 (2021) é uma sequência direta de seus antecessores; Segue a mesma linha narrativa, partindo da onde a história do anterior parou. A versão que nós do Meia-Lua recebemos, inclusive, continha o primeiro e o segundo game com algumas melhorias. O jogo utiliza o mesmo motor gráfico dos anteriores com apenas algumas pequenas mudanças. Estes 3 jogos passam a impressão de ser na verdade um. Não que isso seja ruim, lembrem-se que o game de 2016 foi considerado, por muitos (eu incluso), um dos melhores do ano; entretanto, se você não gostou dos outros dois, você também não vai gostar deste e vice e versa.

O terceiro jogo que encerra a nova trilogia do agente 47 segue o conceito apresentado no primeiro, make the world your weapon” (faça do mundo sua arma), a tentativa de trazer essa liberdade de escolha de como realizar as missões em Hitman, não é novidade, os games da série vem evoluindo e tentando dar cada vez mais liberdade ao jogador ao longo dos anos; porém, no game de 2016 a evolução desse conceito foi considerável, e veio melhorando nos jogos seguintes. Existem inúmeras maneiras de concluir os objetivos da missão. Você pode, por exemplo, ir direto ao alvo, atirar na cabeça dele e sair lutando contra os guardas até a saída mais próxima; ou segui-lo por alguns minutos, descobrir que ele gosta de um determinado drink, se disfarçar de garçom e envenena-lo com a bebida – e vejam esses dois exemplos são os menos criativos possíveis que esse jogo oferece.

Existem algumas sequências mais elaboradas. O jogo, por exemplo, te guia para realizar os assassinatos, chamados no game de “história da missão”. Você pode destravar essas sequências ouvindo conversas de NPC’s, e formular um plano, guiado pelo jogo através delas. Porém, são completamente opcionais, e se você não explorar o suficiente, pode nem encontrar esses “gatilhos” de história – repetindo, o jogo deixa completamente livre para você decidir como realizar os assassinatos.

Ao finalizar uma missão, o game te da uma pontuação e mostra um quadro dizendo tudo que é interessante de interagir naquele mapa, ilustrando o que você fez, e ao mesmo tempo dando a dimensão de quanto mais tem para ser explorado. Esse conceito de variedade, na forma de completar as missões, trás ao jogo (que assim como seu antecessor é relativamente curto) um fator Replay enorme. Você fica com vontade de jogar novamente a missão, fica aquele gostinho de: “E se em vez de fazer x eu tivesse feito y”. Até mesmo os itens que você pode escolher para levar antes de um mapa, podem alterar completamente o andamento do seu gameplay, e quando você joga novamente uma missão de forma diferente, o jogo não te decepciona.
Existem alguns pontos negativos, um deles, em minha opinião, é a história. Desde o jogo de 2016, a história é focada no passado do protagonista, e ela se apresenta de forma bem clichê e previsível. Estes jogos poderiam ser apenas contratos a serem executados com um pequeno background sobre o alvo, e já seria suficiente, uma grande história de fundo aqui não se faz necessária, afinal a parte mais importante desses jogos é o gameplay. Alguns pontos na jogabilidade, como, por exemplo, guardas esquecerem rapidamente que você executou uma série de seguranças, e realizar ações em modo “stealth” bem na frente de outros NPC’s e eles não te verem apenas porque você está em modo “stealth”, acontecem; porém, não chegam a incomodar.

No mais, novamente o jogo carrega um tom enorme de 007 e Missão Impossível te levando através de lindos cenários e situações ao redor do mundo. Ambientação é um ponto positivo. Hitman 3 é com certeza uma recomendação para quem gostou dos jogos anteriores e fãs da série e jogos de Stealth. Aprovadíssimo! HITMAN 3 já está disponível para PC, XBOX e Playstation.