Aliança do Crime – Crítica
Em Aliança do Crime, dirigido por Scott Cooper (Coração Louco e Tudo por Justiça), Johnny Depp interpreta James ‘Whitey’ Bulger, um violento criminoso de Boston que decide aceitar ser informante do FBI para destruir uma família de mafiosos que ameaçava seus negócios escusos.
Após passar nove anos preso, Bulger conseguiu sua liberdade condicional e lentamente retornou a suas atividades criminosas até se tornar líder da White Hill Gang, uma organização criminosa da zona sul de Boston, na qual James, seu irmão Billy (que é Senador, interpretado por Benedict Cumberbatch) e seu amigo John Connolly (agente do FBI, interpretado por Joel Edgerton) viveram suas infâncias.
John retornou a Boston para tentar livrar sua cidade natal dos mafiosos, o que poderia gerar um conflito imediato com James, mas o fato deles serem amigos de infância e James ter ajudado John em diversas ocasiões faz com que a relação de confiança entre eles atrapalhe seu julgamento e impulsione a convencer James a se tornar um informante.
Essa relação conturbada e o anseio de John por poder e fama vão subindo a cabeça e tornam-no um personagem tão interessante quanto detestável em uma crescente muito bem desenvolvida.
A trama toda se passa nas décadas de 1970 e 1980 e sua representação é excelente, tanto visualmente quanto na utilização do já bem estabelecido clima de filmes de máfia como Os Bons Companheiros, de Martin Scorsese.
As homenagens a esse estilo de filme são muito bem aplicadas e o diretor não se perde nelas, conseguindo manter o ritmo durante todo o filme e ainda colocando alguns toques que mostram que não está apenas replicando o passado.
A trilha sonora acompanha e completa muito bem o filme, mas não será guardada na memória.
O que mais me agradou em Aliança do Crime foi ver Depp se distanciar dos trejeitos exagerados de Capitão Sparrow e dar vida a um personagem complexo e cheio de conflitos (principalmente na primeira metade).
James começa o filme como um personagem dual, alternando entre sua vida como bom marido e pai e como criminoso preciso e violento e no decorrer da película vai se tornando mais intenso e mais violento.
Essa evolução ocorre enquanto ele ganha poder na gangue e domina o território e tem dois pontos chave: a morte do filho e a aceitação em informar o FBI dos crimes da família adversária.
Os demais atores estão em Aliança do Crime para completar o elenco e mesmo nomes fortes como Cumberbatch e Kevin Bacon são ofuscados pelas atuações de Depp e Edgerton.
Este é um daqueles filmes de gangue/máfia que funcionam e que entregam uma boa estória com personagens interessantes e merecem a atenção do espectador.
Trailer:
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