A Pequena Sereia | Crítica

Participamos da cabine de imprensa de um filme bastante comentado nos últimos meses, tanto pela expectativa do público quanto pelas inúmeras polêmicas acerca das escolhas dos desenvolvedores: o live action de “A Pequena Sereia”.

O longa é uma cópia quase que fiel a animação de 1989 da Disney que carrega o mesmo título. Nele acompanhamos parte da história de Ariel (Halle Bailey), uma jovem sereia que mesmo repreendida por seu pai, o Rei Tritão (Javier Barden), sonha em saber mais e mais acerca dos humanos e de suas vidas. Tal interesse leva Ariel a encontrar uma embarcação com problemas e se encantar pelo príncipe Eric. É então que ela aceita um acordo com Úrsula (Melissa McCarthy), bruxa do mar sedenta para se vingar de Tritão. Nesse acordo, Ariel abe mão de sua bela voz em troca de pernas para que possa se aproximar do príncipe Eric (Jonah Hauer-King).

Após vários meses de polêmica envolvendo a escolha de uma atriz negra para interpretar o papel de Ariel, posso afirmar que Halle Bailey deu um show de atuação e carisma. Quando se vê Halle cantando e atuando fica fácil entender a sua escolha. Para um filme de conteúdo tão fantasioso, o olhar e sorriso da atriz parecem capturar toda a essência da Ariel que conhecemos nos contos da Disney.

O remake dirigido por Rob Marshall se trata de um musical, o que pode torna-lo cansativo para quem não aprecia este tipo de produção. O tempo acrescido em comparação ao clássico está repleto de canções e coreografias que serão para o público extremamente contagiantes ou extremamente cansativas. Além disso, o filme em dados momentos parece um pouco “acinzentado”, e isso mostra um dos obstáculos em criar live actions de animações: aqui, o filme de 89 se destaca no sentido visual pela riqueza exagerada de cores saturadas, detalhamento de cenários e pela beleza com que retratam o fundo do mar. Na versão de 2023, no entanto, por se tratar de uma esfera realística, os produtores trouxeram uma ambientação que remete a fundo do mar de forma mais escurecida, além de cenas em alto mar retratando condições climáticas totalmente desfavoráveis, que são inclusive o que leva ao primeiro contato entre Ariel e Eric. Ainda assim, cenários bonitos foram entregues: o baixo contraste não torna os ambientes menos interessantes, além de contarmos com personagens CGI que são bem feitos e trazem uma sensação nostálgica satisfatória ao espectador por sua aparência fofa e personalidades divertidas.

As cenas que mostram interações entre Ariel e Eric são encantadoras e mostra uma química incrível entre os atores, mesmo quando a jovem filha de Tritão não pode falar. Grande parte do crédito ao resultado satisfatório da produção vem das excelentes atuações de Halle, Jonah, e Melissa. São a perfeita expressão da essência de cada personagem sem precisarem ser caricatos. Acredito que sejam estes os pontos mais positivos do longa: atuações, efeitos visuais e trilha sonora capazes de proporcionarem ao espectador imersão o suficiente para que o filme não seja assistido, mas sentido.

O enredo é muito bem desenvolvido, de forma a relembrarmos a perseverança de Ariel em meio a todo encanto de uma sereia, e também explorarmos o fundo do mar com uma visão mais “realística”. Não será uma história a ser relembrada apenas para quem se apaixonou pela animação clássica da Disney, mas também um longa emocionante a ser conhecido pelo público geral. É um ótimo filme para assistir em família: para se emocionar, se entusiasmar e apreciar musicalmente e visualmente.

Quando assistirem ao filme, contem para nós o que acharam!

Não se esqueça de nos seguir nas redes sociais (@meialuafsoco) ou nos links no topo da página. Ah, e se inscreva no nosso canal no YouTube para não perder a cobertura de eventos, vídeos e lives!