The Last of Us Parte 1 é uma obra impressionante, mas tem um grande porém! | Análise

The Last of Us Parte 1, ou Remake, pegou todos de surpresa quando foi anunciado na Summer Game Fest deste ano, embora o jogo tenha vazado algumas horas antes do evento oficial.

Sua revelação causou um misto de empolgação e descrença por parte de muitos jogadores, o que é totalmente compreensível, uma vez que essa grande obra da Naughty já havia recebido um Remaster após seu lançamento inicial em 2013.

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A proposta que nos foi apresentada por Neil Druckman, diretor criativo do estúdio, era que, devido a falta de tecnologias e engines mais avançadas, eles não puderem criar The Last of Us com a visão que eles gostariam, algo que foi possível com The Last of Us Parte 2, considerado um dos jogos mais bonitos atualmente.

Sendo assim, eles reconstruíram a primeira parte da jornada de Joel e Ellie totalmente do zero, com o intuito de nos entregar a experiência definitiva, de forma que a história pudesse causar maior impacto devido ao avanço tecnologia, que proporciona não só gráficos, mas também expressões faciais para lá de impressionantes.

Neil e a Naughty Dog entregaram o que prometeram? Com certeza e vou discorrer sobre isso a seguir, com alguns pontos de ressalva que merecem atenção.

Uma evolução gráfica impressionante

O grande apelo de The Last of Us Parte 1 é justamente o salto gráfico, principalmente nas cinemáticas, visto que o jogo tem como grande foco a sua narrativa.

Se é possível se impressionar até hoje com o que foi feito no game original lançado em 2013, tenho certeza que esse remake vai elevar esse sentimento até a décima potência.

Mesmo sendo uma história já bastante conhecida e tendo em mente o que está por vir em cada capítulo, o cuidado com que as cutscenes foram recriadas é capaz de causar um impacto ainda maior, principalmente em cenas extremamente emotivas.

Momentos chave como a morte da Sarah, o encontro com a Girafa, o embate contra David, entre outros, me deram um baita nó na garganta e meus olhos ficaram marejados.

Tudo isso graças a captura de movimentos, já utilizada no original, unida a nova engine empregada em The Last of Parte 1.

As expressões faciais dos personagens são impressionantes e refletem com perfeição as emoções e sentimentos de cada um.

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Detalhes como as rugas no rosto de Joel, os olhos inocentes de Ellie, às lágrimas, sorrisos, expressões de dor, tudo isso foi maximizado de forma impecável.

Isso se estende também às inúmeras ambientações divididas entre as estações do ano. Cenários como florestas, áreas urbanas totalmente destruídas, cachoeiras, lagos, esgotos, locais de esporos onde encontramos os infectados, tudo isso evoluiu de maneira significativa.

Preciso destacar principalmente áreas onde ocorrem chuvas, locais onde interagimos com lagos, estruturas que possuem aberturas onde o sol é capaz de acessar, vegetações densas, cada um desses detalhes transforma nossa experiência.

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Por fim, não posso deixar de mencionar a violência gráfica tão característica em The Last of Us. Graças ao salto gráfico, as execuções, tiros a queima roupa, uso de armas cortantes em locais vitais causam bastante impacto.

É possível ver sangue se espalhando para todos os lados após um tiro de espingarda, inimigos sendo desfigurados após uma bala certeira na cabeça, seja com rifle ou um 38, enfim… a Naughty Dog não poupou esforços para tornar a experiência ainda mais visceral.

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Fiz um comparativo entre as versões Remaster e Remake de The Last of Us Parte 1 e fiquei impressionado com o quanto essas mudanças são perceptíveis. Em breve, no YouTube do Meia-Lua, teremos um vídeo apresentando um lado a lado de ambos.

Mas e o Gameplay?

Este quesito foi, sem dúvida, um dos pontos de maior preocupação entre os jogadores, quando The Last of Us Parte 1 foi anunciado. 

Não faz muito tempo, jogamos a parte 2 e vimos a evolução do gameplay, que trouxe algumas mecânicas novas e interessantes que agregam bastante em nossa jornada.

Não só de gráficos é feita a nossa experiência em um game, todos concordamos com isso! Contudo, a Naughty Dog em seu vídeo detalhando a construção do Remake, afirmou que o núcleo do gameplay de The Last of Us 1 estaria intacto, ou seja, sem mudanças drásticas ou adições, de forma a preservar a experiências que todas amaram em 2013.

De fato, a jogabilidade é exatamente a mesma apresentada no game original e devo dizer que isto me decepcionou um pouco. 

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Como o remake foi construído totalmente do zero, incluindo momentos de embate contra variados tipos de inimigos, com os ajustes na inteligência artificial, poderiam ter adicionado uma ou outra mecânica implementada em TLOU 2 para incrementar ainda mais a experiência.

Não me entenda mal, eu adoro a jogabilidade de The Last of Us 1, contudo fiquei com um sentimento de que perderam uma boa oportunidade para aprimorar o que já era muito bom.

No entanto, o estúdio aproveitou a oportunidade para trazer algumas melhorias pontuais. A bancada de upgrades traz mais interações durante seu uso, ficando bem próximo do que vimos em The Last of Us Parte 2.

O uso do Arco e Flecha também foi ajustado. A estranha mira azul com um traço do original, foi substituída por uma retícula mais eficiente, assim como o uso do arco de um modo geral. Durante minha jogatina utilizei bem mais esta arma para abates furtivos do que no jogo de 2013.

Foram ajustes que não afetam de forma grandiosa a jogabilidade como um todo, mas foram bem vindos.

Diversos conteúdos Extras e fator Replay

Após fechar a campanha principal de The Last of Us Remake, o menu de Extras é liberado para o jogador.

Diferente do jogo original, este apresenta uma vasta gama de opções, possibilitando ao jogador comprar (com pontos do próprio game obtidos na jornada) modos de renderização variados, que vão muito além dos 3 disponíveis no game de 2013.

Alteração dos trajes de Ellie e Joel, onde podemos até mesmo jogar com a roupa de inverno de Joel presente em The Last of Parte 2. Ellie possui roupas temáticas dos jogos do Playstation, com logos de God of War Ragnarok, Shadow of the Colossus e entre outros.

A aparência das principais armas dos protagonistas pode ser alterada, uma galeria com vários modelos dos personagens e infectados pode ser desbloqueada.

E para aqueles que gostam de habilitar cheats para tocar o terror na jogatina, foi disponibilizado um menu dedicado a isso. Podemos desbloquear munição infinita, uso infinito de acessórios secundários como bombas, molotovs, armas que não se quebram, modo de escuta no máximo desde o início e muito mais.

Sem dúvida vale a pena experimentar estas opções para encarar situações que nos deram sufoco durante a campanha.

Existem outras opções a serem exploradas, como bastidores, comentários do diretor, créditos do jogo e mais.

Tudo o que citei acima sem dúvida influencia bastante para o fator Replay de The Last of Us Parte 1. Quem não gostaria de refazer sua jornada, em busca até mesmo da platina, usando a Skin de Joel no The Last of Us Parte 2, ou até mesmo zerar no mais difícil utilizando alguns dos cheats disponíveis, ou todos eles.

Os incrementos do modo extra com certeza me agradaram bastante.

O preço no entanto…

Este é um ponto que gerou bastante polêmica na comunidade de fãs do The Last of Us e do Playstation de um modo geral. 

Apesar de todos os pontos positivos na reconstrução deste jogo tão consagrado, não deixa de ser uma obra já bastante conhecida do grande público, que não apresenta novidades expressivas que irão pegar o jogador de surpresa. 

Não temos plot twists, reviravoltas não previstas, basicamente é uma história que conhecemos de cór e salteado. 

É inegável o impacto causado pelo salto gráfico, no entanto, achei bem salgado o valor de 350 reais sendo que, apesar de toda a reformulação feita no projeto, assets construídos do zero para nos entregar a experiência definitiva, isso não exclui o fato de que este não é um jogo novo.

Algo que poderia justificar melhor esse valor seria a adição de algumas cenas e/ou momentos que complementam a história, assim como a adição de certas mecânicas de jogabilidade em contraste com os ajustes na inteligência artificial dos inimigos.

The Last of Us Parte 1 vale a pena?

Com certeza! 

Reviver essa história tão incrível com gráficos e cinemáticas reformulados foi algo surreal. Me emocionei novamente nos principais pontos da história, fiquei boquiaberto com o trabalho de captura de movimentos e expressões dos personagens.

Me diverti bastante destroçando infectados e demais inimigos com o alto nível de gore alcançado nesta nova versão. Utilizei bastante o modo foto ao revisitar os belíssimos cenários presentes no game.

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Contudo, acho bastante puxado investir 350 reais neste momento em um jogo que não é novo, por assim dizer. Se você é fã incondional de The Last of Us, mesmo com esse valor, tenho certeza que irá aproveitar cada segundo dessa reformulação.

Se você gosta bastante da franquia, mas tem outras prioridades no momento, sugiro aguardar uma boa promoção ou a diminuição do preço nos próximos meses.

The Last of Us Parte 1 será lançado no dia 02 de Setembro como um exclusivo para o Playstation 5.

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