Análise | Streets of Rage 4 representa o respeito que todo clássico merece.

Após longos 16 anos, os fãs de Streets of Rage estão recebendo o 4º título da série, mas será que esta espera será realmente recompensada, ou as batalhas contra terrível o legado de Mr. X são apenas boas memórias de um passado distante?

               

 

APRESENTAÇÃO

Streets of Rage (SoR) é uma franquia do gênero ação no estilo briga de rua (beat’em up). Foi o primeiro beat’em up a ser produzido e lançado diretamente para console, sem antes ser lançado para arcade. Além disso, a franquia trazia uma trilha sonora marcante produzida por Yuzo Koshiro e Motohiro Kawashira, um dos maiores nomes na área de trilha musical para vídeo games.

Até agora…

Após o último título oficial (Streets of Rage 3), houve uma grande inciativa de fãs para trazer o clássico de volta que resultou em Streets of Rage: Remake, um título não oficial cuja divulgação e distribuição (mesmo gratuita) foi inicialmente barrada pela Sega. Essa ação demonstra o quanto os fãs queriam uma continuação da franquia ou uma adaptação para a nova geração.

Depois de longos 16 anos sem uma continuação e várias coletâneas contendo o título, finalmente a Sega lança o mais novo título: Streets of Rage 4 (SoR4), publicado pela Dotemu e desenvolvido pela Lizardcube e Guard Crush Games.

SoR4 continua a saga iniciada pelo trio Adam, Axel e Blaze, para acabar com o sindicato do crime, antigamente liderado por Mr. X, mas que agora está nas mãos de seus filhos, Ms. e Mr. Y que, de certa forma, representam a Geração Y, aqueles que mais jogaram SoR e que foram responsáveis pelo seu retorno.

SoR4 traz um visual renovado, desenhado a mão com animações muito bem feitas, cores vibrantes e cenários bem detalhados e bonitos. Tudo isso contendo características do clássico original.

O design de cada personagem, incluindo NPCs, foi totalmente baseado nos jogos clássicos. Há extras no jogo que mostram cada personagem que foi redesenhado, as referências usadas para isso e diversas outras coisas interessantes.

Além disso, SoR4 é recheado de referências, easter eggs e parece um passeio em um parque temático de Streets of Rage. A variação na quantidade de inimigos que o jogo traz poderia ser considerado um ponto negativo, mas isso aparentemente foi proposital com a intenção de se manter o mais fiel possível ao clássico da franquia.

               

GAMEPLAY

Um ponto realmente marcante em SoR4 é seu gameplay.

Trazendo novas mecânicas de combos e interação com itens, o jogo se mantém absurdamente divertido do começo ao fim. Nós mesmos chegamos a terminar esse jogo cerca de 10 vezes ou mais sem enjoar de nada. Quanto mais você joga, mais você descobre rotas novas de combo e, desta forma, fica mais motivado a descobrir outras coisas novas, e assim por diante.

Alguns elementos clássicos ainda existem, como por exemplo, a possibilidade de “pular” por cima de um inimigo para mudar um golpe de “agarrão”.

Cada personagem do jogo possui características próprias de Gameplay. Naturalmente, alguns movimentos e mecânicas básicos são compartilhados entre eles, assim o jogador sempre poderá se sentir confortável com qualquer um dos personagens que desejar jogar.

Os personagens retrô estão presentes e todos adaptados às novas possibilidades do jogo e, mesmo assim, jogam exatamente como nos jogos originais. Isso é algo memorável e deveria servir de exemplo para os futuros jogos com origem em franquias clássicas.

É realmente satisfatório ver o quanto os desenvolvedores se preocuparam com o fan service, uma integração linda entre o clássico e o novo.

               

MÚSICAS E OUTROS ELEMENTOS

Não é segredo que o jogo conta também com as músicas originais dos títulos anteriores, o que é muito bom. No entanto, as músicas originais de SoR4 (Yuzo Koshiro, Motohiro Kawashira, Yoko Shimomura, Olivier Derivière, Keiji Yamagishi e Harumi Fujita e outros) são muito boas. O que é possível dizer aqui é que diferentemente do que aconteceu em SoR3, SoR4 traz músicas que se integram e reforçam os ambientes do jogo e competem muito com as músicas clássicas em qualidade.

Os efeitos sonoros de combate variam conforme a geração que o jogador escolhe. Isso significa que se você estiver jogando com Axel de SoR4, o player 2 com o Axel de SoR3 e assim por diante, cada um terá um som de impacto diferente ao acertar algo. Nesse ponto, os sons clássicos de SoR 2 e 3 se mostram mais satisfatórios do que o atual.

As vozes dos personagens também variam em acordo com a geração, e aqui fica a crítica em relação à voz dada a personagem Blaze Fielding (versão SoR4) durante seu blitz atack. Visualmente vemos uma personagem mais velha, mais madura e agressiva, com uma voz que vai completamente na contramão disso. Simplesmente não encaixa no design atual. É ruim? Não seria se estivesse em outro personagem.

               

 

CONCLUSÃO

Neste review foi tomada a liberdade de se fazer comparações com os títulos anteriores, uma vez que o mesmo traz toda a história da franquia em si. Entretanto é necessário dizer que no primeiro momento o que encontramos é um jogo que se sustenta por si só. Como o 4º título da série, Streets of Rage 4 conta sua história exatamente da mesma forma que seus predecessores e, após o um tempinho jogando, ele deixa de ser o 4º título da série para se tornar quase um remake. Repleto de referências e easter eggs, esse jogo é um grande presente para os fãs após anos na espera.