[Review] The Elder Scrolls Online: Wrathstone

A Temporada do Dragão começou em The Elder Scrolls Online com o lançamento da DLC Wrathstone, porém antes de vermos dragões ameaçando Elsweyr e Tamriel, precisamos ver como Abnur Tharn adquiriu a chave para a prisão dessas criaturas, tal como vimos no trailer de Elsweyr. Abnur Tharn não é um nome desconhecido pelos jogadores, visto que o personagem teve um papel importante na Main Quest do jogo base, e agora ele retorna e comete outro grande erro: liberta dragões em Tamriel ao usar uma misteriosa placa de pedra em frente à uma porta selada. Mas como Abnur Tharn adquiriu a placa? Onde o jogador se encaixa nessa situação? Qual foi o papel dele para esse acontecimento ocorrer?

Nós aprendemos como isso ocorreu durante a história das quests presentes nas duas dungeons adicionadas em Wrathstone: Frostvault e Depths of Malatar.

Apesar de não ser uma DLC de história – sendo baseada em dungeons, tal como Wolfhunter foi -, isso não quer que os jogadores simplesmente entram em uma caverna ou ruína para destruir tudo que se move e pegar tudo de dentro de baús que estão convenientemente preservados, há alguma quest ou narrativa dentro dela para entreter os jogadores, tal como é comum ocorrer nos jogos da série The Elder Scrolls. Em Wrathstone, as duas narrativas presentes nas duas novas dungeonsestão conectadas e ambas possuem o mesmo objetivo: a busca pelas duas metades da Wrathstone.

Para realizar essa tarefa, os jogadores novamente se aliam à Tharayya, uma pesquisadora de história e artefatos Dwemer que os jogadores conheceram em Volenfell, uma dungeon localizada no Deserto de Alik’r. Apesar do modo como os eventos se desenrolaram em Volenfell – que pode ser resumido como um desenrolar desastroso de eventos e a traição do seu ex-marido, Quintus Verres -, Tharayya não deixou se intimidar e continuou com sua busca e estudos de artefatos Dwemer. Essa determinação à levou para a pesquisa da ruína de Frostvault em busca de um artefato descrito como sendo de “grande importância”, e depois seguindo pelo seu segundo fragmento em Garlas Malatar.

Como dito anteriormente, a história contada pelas duas dungeons estão conectadas, então para não ficar confuso a respeito da narrativa, é interessante fazê-las na ordem correta pelo menos na primeira vez completando-as. A primeira parte dessa história acontece em Frostvault, a segunda em Depths of Malatar .

Frostvault

A primeira das duas dungeons é Frostvault, localizada na região de Eastmarch, em Skyrim, tal como o nome sugere (cofre de gelo), é um cofre Dwemer congelado e atualmente é habitado por goblins e por autômatos. Diante do claro perigo, Tharayya decidiu organizar um grupo para poder estudar e explorar a ruína, onde os jogadores assumem o papel de guarda-costas dos pesquisadores.

A complexidade e a força dos inimigos aumentam constantemente conforme se avança na dungeon, começando com o enfrentamento de uma tribo de goblins, passando para autômatos Dwemer, magos, e encerrando com uma grande batalha contra um constructo gigante, misturando tecnologia e magia de modo dinâmico e já bem característico de The Elder Scrolls. Frostvault é a mais diversa entre as duas dungeons presentes em Wrathstone, não apenas pelas armadilhas e encontros com inimigos ficarem cada vez mais complexas conforme se avança nela – uma das mais complicadas sendo um enfrentamento com um autômato enquanto é necessário tomar cuidado com armadilhas que são ativadas em intervalos cada vez menores de tempo -, como também pela necessidade dos jogadores de enfraquecerem os bosses e desativarem as armadilhas.

É nessa dungeon em que os jogadores tomam forma de um Skeevaton – um rato mecânico introduzido no jogo pela primeira vez na DLC Clockwork City – para desativar abrir caminho e enfraquecer um boss, que é sem dúvida uma das partes mais divertidas da dungeon mesmo com a tensão de ter que fazer essas tarefas de forma rápida de modo que sua bateria não acabe e evitando as armadilhas criadas para destruir as pequenas máquinas.

Frostvault é uma dungeon de grupo, necessitando de quatro jogadores para ela ser completada, e esse grupo deve ser equilibrado – recomendo a composição clássica: dois DPS, um Tank e um Suporte – para garantir que se possa progredir até o fim dela, visto que a ausência de um Tank ou de um Suporte pode deixar tudo, no mínimo, mais difícil do que deveria ser. Também recomendo que os jogadores levem consigo poções que aumentem seu dano crítico, evitam derrubadas e tontura, e que regenerem seus recursos de forma contínua e instantânea.

Os ambientes transitam entre grandes cavernas abertas com alojamentos/acampamentos dos goblins – onde é possível encontrar ingredientes para a criação de comidas, aproveite para recolher bastante, mas guarde espaço para no seu inventário para os equipamentos exclusivos da dungeon – e arquitetura Dwemer, tudo completamente dominado pelo gelo, exibindo que a estrutura do lugar está lá há bastante tempo para tudo ter congelado da maneira como congelou, mostrando muito bem o impacto do tempo. Tal como pode ser visto em outras ruínas Dwemer pelo jogo, há diversas plataformas e áreas com diferentes altitudes, então é importante tomar cuidado com onde se transita – principalmente considerando que o combate final acontece em uma plataforma e para sobreviver é necessário ficar em constante movimento. Minha dica é não usar a câmera em primeira pessoa.

Os sets de equipamentos que podem ser adquiridos nessa dungeon são: Icy Conjuror (armadura leve), Tzogvin’s Warband (armadura média), Mighty Glacier (armadura pesada), e Stonekeeper (Monster Helm – adquirida na dificuldade Veteran). Esses sets podem complementar bem a build de seus personagens, apenas tenha certeza que elas combinam com o modo que você distribuiu os atributos e as habilidades de seus personagens, porque apesar de ser muito excitante ter sets novos de equipamentos e coloca-los em uso, dificilmente ser uma pessoa estilosa compensa ter uma build torta.

Depths of Malatar

Não é necessário dizer que depois de toda a loucura e perigos que ocorreram em Frostvault, os jogadores são os únicos seres mortais malucos os suficientes para voltarem a trabalhar com a Tharayya. Os jogadores são recrutados para explorar o antigo Forte Imperial construído sobre as ruínas Ayleid de Garlas Malatar na Gold Coast (Costa Dourada), onde ela localizou a segunda metade da Wrathstone. Tecnicamente não são apenas os jogadores e Tharayya que estão juntos nessa missão se você não contar a presença do espírito de Quintus Verres preso em um dispositivo mágico nas mãos de Tharayya, servindo literalmente como um “guia de bolso” na exploração dessa ruína. Pequeno spoiler: Os dois constantemente ficam discutindo e se insultando enquanto os jogadores tentam sobreviver e avançar perante os perigos na dungeon, então sim, as coisas ficam um tanto desconfortáveis.

Em Depths of Malatar, os inimigos que os jogadores terão que enfrentar incluem a Legião Imperial que habitava originalmente o Forte que agora servem à Meridia – Daedric Prince da vida e senhora das energias finitas -, além de Daedras que ligados a ela, Ayleids que foram afetados pela influência de Meridia, que são inimigos particularmente desafiadores, principalmente os bosses. Algo que eu notei nessa dungeon foi o quanto de atenção que os jogadores precisam ter para encontrarem uma maneira de não morrer instantaneamente, além de terem que ficar atentos para o que os outros integrantes do grupo estão fazendo. Em outras palavras: comunicação é chave nessa dungeon. Novamente: Leve um grupo equilibrado (dois DPS, um Tank e um Suporte), não faça nada ser mais difícil do que precisa ser.

Os cenários sofrem uma mudança bastante brusca: começando com uma típica construção militar e fechada típica de Fortes Imperiais para uma caverna gigantesca e outros espaços amplos cheios de construções decaídas e cores da vegetação subterrânea. Considerando que a maioria das ruínas Ayleids jogo também são compostas por salas gigantescas – o que fortalece minha teoria que os Ayleids gostavam de espaços abertos para poderem produzir ecos – com itens mágicos fornecendo iluminação e vida em seu interior, pode parecer que o design da dungeon foi pouco criativo, porém há algumas particularidades a respeito dela que a deixam única. Alguns dos jogadores mais antigos da série The Elder Scrolls devem ter percebido que o nome da dungeon não é estranho, visto que também há uma localização chamada Garlas Malatar em The Elder Scrolls IV: Oblivion na mesma região. E sim: ambas se tratam da mesma localização, porém como Online se passa centenas de anos antes de Oblivion, é perfeitamente viável que a dungeon exista em ambos os jogos com inimigos e funções diferentes, além de ser um adicional aos fãs mais antigos.

Os sets de equipamentos de Depths of Malatar são: Auroran’s Thunder (armadura leve), Scavenging Demise (armadura média), Frozen Watcher (armadura pesada), e Symphony of Blades (Monster Helm – adquirida na dificuldade Veteran). Novamente: coisas novas são legais, mas não deixe sua build torta. Tenha certeza que seu Suporte não vai acabar com um bônus de set que mais atrapalha do que ajuda, não use um set de Suporte misturada com o de DPS. Leia os bônus com cuidado, faça experimentações, não corra para uma dungeon na dificuldade Veteran ou para os Battlegrounds sem ter feito esses testes. Acredite, nada de bom irá acontecer se você fizer isso.

Vale a pena comprar Wrathstone?

Wrathstone faz parte de uma história maior a ser contada diretamente com as outras expansões que virão nesse ano, algo que eu não acho que ocorreu com as DLCs de dungeons anteriores, as conexões entre a história de uma expansão para outra geralmente são reservadas às expansões categorizadas como “capítulos”. Eu dificilmente acredito que Elsweyr terá uma narrativa que utiliza pesadamente os eventos contados nas quests das dungeons de Wrathstone, sendo mais plausível que Tharayya te direcione ao seu “misterioso patrocinador” – nós sabemos que é o Abnur Tharn, todos nós assistimos o trailer – mencionado ao final de Depths of Malatar. Porém isso é apenas uma especulação minha.

Para jogadores que gostam de jogar dungeons e colecionar equipamentos, itens títulos e conquistas, Wrathstone pode ser uma boa oportunidade de expandir sua biblioteca, principalmente considerando que é possível adquirir uma skin, uma pintura, um pet e móveis para as suas residências ao jogar Depths of Malatar. Particularmente eu achei as dungeons muito divertidas e desafiadoras, então se você gosta de aproveitar essas coisas em um jogo, ou não quer perder esse capítulo da Temporada do Dragão, seu investimento pode ser muito bem utilizado.

The Elder Scrolls Online: Wrathstone já está disponível mundialmente para PC e Mac, chegando para PlayStation 4 e Xbox One no dia 12 de março. A DLC pode ser adquirida na sua versão padrão por 1,500 crowns na Crown Store ou na versão Collector’s Bundle por 4,000 crowns – que inclui cinco pergaminhos de experiência, a montaria Treasure Hunter e o pet Carnelian Theodolite. Os jogadores que assinam a ESO Plus recebem a DLC em seu jogo sem a adição de preço.

Laura Giordani

Historiadora e estudiosa de imagens e mídias viciada em jogos, filmes, HQs, livros, podcasts, RPG, animes e séries. Quando não está tentando desvendar os mistérios da História e sua relação com as novas mídias, ou tentando navegar pelo seu quarto debaixo de pilhas gigantes de livros, pode ser encontrada em um canto meio iluminado jogando algum título da série Final Fantasy, Diablo, Elder Scrolls ou Pokemon. Sua preferência literária é vasta, porém há preferência pelos temas de fantasia, ficção científica, cyberpunk e terror. Suas mais notáveis habilidades são: ingerir dezenas de litros de cafeína sem ter um ataque cardíaco e tagarelar por horas sobre nerdices sem parar.