Análise | HITMAN 2 (2018)

Hitman é uma série de jogos com foco em jogabilidade Stealth, produzida pela IO Interactive e que completa 18 anos em 2018. Em todos os games da série você controla o agente “47”, que na história do game é considerado o melhor assassino/espião/careca do mundo. No game, nós prestamos serviços para a ICA (International Contract Agency), executando assassinatos em diversas partes do planeta.
Em 2016 a franquia recebeu uma espécie de “reboot”, o jogo intitulado HITMAN foi produzido pela IO Interactive e publicado pela Square Enix para PlayStation 4, Xbox One, e PC em formato episódico.  A versão completa para consoles, com todos os episódios, foi lançada em 31 de janeiro de 2017 com o nome Hitman: The Complete First Season.
Apesar de ser considerado por muitos um “reboot” da série, canonicamente a história se passa depois dos eventos de Hitman Absolution, HITMAN (2016) foi considerado por muitos um dos melhores games do ano, e apesar
de não ser um absoluto sucesso comercial, as boas reviews garantiram uma sequência.

HITMAN 2

Hitman 2 (2018) é uma sequência direta de seu antecessor de 2016; segue a mesma linha narrativa, partindo da onde a história do anterior parou. A versão que nós do Meia-Lua recebemos, inclusive, continha todo o primeiro game com algumas melhorias, e o jogo me passou a sensação de uma “segunda temporada”, assim como ocorria em alguns jogos da Telltale. Utilizando o mesmo motor gráfico do antecessor, com apenas algumas melhorias, Hitman 2 passa a impressão de ser na verdade um “Hitman 1.5”, não que isso seja ruim, lembrem-se que o game de 2016 foi considerado, por muitos (eu incluso), um dos melhores do ano; entretanto, se você não gostou do primeiro, também não vai gostar do segundo, e vice-e-versa.
Na tela de abertura do game, uma das primeiras coisas que chamou minha atenção foi o subtítulo, “make the world your weapon” (faça do mundo sua arma), a tentativa de trazer essa liberdade de escolha de como realizar as missões em Hitman, não é novidade, os games da série vem evoluindo e tentando dar cada vez mais liberdade ao jogador ao longo dos anos; porém, no game de 2016 a evolução desse conceito foi considerável, e neste segundo jogo não é diferente. Existem inúmeras maneiras de concluir os objetivos da missão. Você pode, por exemplo, ir direto ao alvo, atirar na cabeça dele e sair lutando contra os guardas até a saída mais próxima; ou segui-lo por alguns minutos, descobrir que ele gosta de um determinado drink, se disfarçar de garçom e envenena-lo com a bebida – e vejam esses dois exemplos são os menos criativos possíveis que esse jogo oferece.

Durante o game, (1) eliminei inimigos dedetizando uma casa inteira com veneno, após descobrir, através de um
documento, que o alvo havia preparado a casa para dedetização; (2) afrouxei os parafusos de uma estátua de um chefe de cartel, para empurrar em cima dele durante um discurso: e (3) me fantasiei de defunto em um velório para esfaquear discretamente um alvo enquanto se despedia do falecido. E até espancar pessoas com um peixe é possível.
Existem algumas sequências mais elaboradas. O jogo, por exemplo, te guia para realizar os assassinatos, chamados no game de “história da missão”. Você pode destravar essas sequências ouvindo conversas de NPC’s, e formular um plano, guiado pelo jogo através delas. Porém, são completamente opcionais, e se você não explorar o suficiente, pode nem encontrar esses “gatilhos” de história – repetindo, o jogo deixa completamente livre para você decidir como realizar os assassinatos.
Ao finalizar uma missão, o game te da uma pontuação e mostra um quadro dizendo tudo que é interessante de interagir naquele mapa, ilustrando o que você fez, e ao mesmo tempo dando a dimensão de quanto mais tem para ser explorado. Esse conceito de variedade, na forma de completar as missões, trás ao jogo (que assim como seu antecessor é relativamente curto) um fator Replay enorme. Você fica com vontade de jogar novamente a missão, fica aquele gostinho de: “E se em vez de fazer x eu tivesse feito y”. Até mesmo os itens que você pode escolher para levar antes de um mapa, podem alterar completamente o andamento do seu gameplay, e quando você joga novamente uma missão de forma diferente, o jogo não te decepciona.

 
 
 
 
 
 
 
Existem alguns pontos negativos, um deles, em minha opinião, é a história. Desde o jogo de 2016, a história é focada no passado do protagonista, e ela se apresenta de forma bem clichê e previsível. Hitman e Hitman 2 poderiam ser jogos com contratos a serem executados apenas com um pequeno background sobre o alvo, e já seria suficiente, uma grande história de fundo aqui não se faz necessária, afinal a parte mais importante desses jogos é o gameplay. Alguns pontos na jogabilidade, como, por exemplo, guardas esquecerem rapidamente que você executou uma série de seguranças, e realizar ações em modo “stealth” bem na frente de outros NPC’s e eles não te verem apenas porque você está em modo “stealth”, acontecem; porém, não chegam a incomodar.
No mais, se prepare para uma viagem ao redor do mundo, passando pelas “favelas” de Mumbai, o tranquilo subúrbio de Vermont e até mesmo uma festa de uma organização secreta a la Iluminatti, em um castelo no meio do mar (com um tom enorme de filme do 007). Ambientação é um ponto positivo. Hitman 2 é com certeza uma recomendação para quem gostou do jogo de 2016, fãs da série e jogos de Stealth. Aprovadíssimo!
HITMAN 2 chega para Xbox One, PS4 e PC em 13/11/2018.

Ps: Eu não citei a adaptação para filme de propósito, por motivos de não merecer ser citada.