Após um hiato de 10 anos desde o lançamento de Pikmin 3 (2013), a Nintendo nos agraciou no ano passado com o anúncio de Pikmin 4, para a alegria dos fãs da série.
Embora eu não tenha jogado os games anteriores, no máximo algumas horinhas de Pikmin 3, fiquei bastante ansioso e curioso para conferir esta sequência, visto que o pouco contato que tive com a franquia me surpreendeu positivamente.
Pikmin 4 chegou as prateleiras em 21 de Julho deste ano e, graças a Nintendo, recebemos uma chave do game para análise. Portanto, irei compartilhar com vocês a seguir como foi a minha experiência com o jogo.
Um enredo simples (e tá tudo bem!)
Antes de começar, reforço que não joguei tanto quanto deveria o Pikmin 3 ( com o 1 e o 2 não tive nenhum contato), então não farei comparações. Irei focar apenas no que foi apresentado neste game em termos de história e gameplay.
O enredo de Pikmin, na verdade, é bastante simples. Um dos personagens principais, o capitão Olimar, acaba ficando preso em um determinado planeta após sua nave quebrar durante suas expedições.
Com isso, o mesmo emite um sinal para a brigada de resgate que, ao partir para encontrá-lo e com uma boa dose de má sorte, acaba tendo problemas no percurso, fazendo os membros da tripulação se perderem em diferentes locais.
É aí que entra o jogador! Sendo um novo recruta da brigada de resgate, cabe a nós ir em busca da tripulação perdida e do capitão Olimar.
Logo no início já encontramos o primeiro tripulante perdido, que serve como uma espécie de guia e irá nos auxiliar durante a jornada. Como é possível notar, a história serve mais como um pano de fundo para a jornada que se inicia e está tudo bem!
Sendo um jogo mais infantilizado, cujo o foco é na estratégia e resolução de Puzzles, não é necessário algo extremamente elaborado.
Uma jornada divertida
Após encontrar o primeiro tripulante, ele nos explica a situação e não demora muito para que conheçamos o nosso fiel companheiro que estará presente na aventura, o cãozinho Otchin.
Acredite, esse animalzinho auxilia bastante no gameplay contra os perigos que iremos encontrar e nos puzzles que precisaremos resolver. Vamos chegar lá!
Nossa missão a partir daí é encontrar os outros tripulantes perdidos da brigada, consertar nossa nave encontrando suas peças e reunir purpuríneo, que é basicamente o combustível da mesma.
Com esse combustível, é possível potencializar a nave para que possamos ampliar o alcance do radar e encontrar novos locais para explorar.
Contudo, outros personagens de EXTREMA importância para o gameplay, que também levam o nome do game, são os Pikmin’s.
Eles são pequenas criaturinhas dóceis e fofinhas que nos ajudam de diversas maneiras. Como você já deve ter notado nos materiais promocionais do jogo, existem vários tipos e cada um deles serve a um propósito diferente na jogatina.
O grande atrativo: O Gameplay
Não há dúvidas de que o gameplay é o ponto mais alto do game. Durante nossa exploração, precisamos gerenciar os Pikmin’s para alcançar nossos objetivos e o jogo nos entrega obstáculos bem interessantes a serem superados.
Logo na primeira área recebemos a nossa “cebola”, que serve como um recipiente para armazenamento e criação de Pikmin’s. Podemos levar conosco um número limitado destes bichinhos que podem (e devem) ser incrementados ao encontrarmos novas cebolas no ambiente.
A quantidade de Pikmin’s que possuímos impacta diretamente nas estratégias que iremos usar para alcançar determinados lugares e coletar tesouros. Um exemplo: para congelar um lago precisamos de 30 Pikmin’s de gelo, número esse que não temos logo de cara, logo explorar é um ponto crucial da jornada.
Como mencionei anteriormente, essas criaturinhas nos auxiliam de várias formas na jogatina. Isso se dá devido a existência de diferentes espécies que trazem consigo propriedades distintas.
Os Pikmin’s vermelhos, os primeiros que encontramos, são resistentes ao fogo, podendo caminhar sobre ele sem problema.
Os amarelos são imunes a qualquer efeito elétrico, são excelentes escavadores e podemos arremessá-los mais longe que os demais.
Os azuis claro tem propriedades de gelo e, além de congelar lagos, podemos também imobilizar inimigos.
Estes são apenas alguns exemplos de inúmeros que iremos encontrar durante nossa jornada. Temos até mesmo uma variante para exploração noturna.
Outro fator importante é saber qual criaturinha é mais indicada para uma certa situação, pois o jogo nos permite utilizar três tipos diferentes por vez. Portanto, escolha com cautela.
Com o tipo e quantidade de Pikmin’s definida, cada cenário apresenta diversos locais para se explorar, alguns sendo mais difíceis de se alcançar do que outros. Em cada ambiente encontramos cavernas para adentrar, onde normalmente descobrimos novos tipos de Pikmin e sobreviventes fora da brigada que nos auxiliam em nossa missão.
Controlar as bichinhos é bastante simples. Caso perca algum ou os envie em alguma atividade, basta usar seu apito próximo a eles para que retornem a formação.
O jogo consiste basicamente na coleta de recursos e quem realiza essa atividade são justamente os Pikmin’s. Quando entregam algo em nossa base central, que fica em um ponto específico do mapa, eles não voltam para o jogador automaticamente, sendo necessário ir até lá para tocar o apito.
No entanto, conforme avançamos, o game nos traz recursos que agilizam e facilitam a coleta de Pikmin’s. Para isso, precisamos resgatar novos membros da brigada para desbloquear suas expertises.
Não posso esquecer de mencionar Otchin, nosso fiel cãozinho que também facilita bastante a exploração. Quando a quantidade de Pikmin’s que podemos levar conosco se torna elevada, Otchin possui a habilidade de carregar TODOS ELES em suas costas, fazendo com que eles não se percam, caiam buracos ou sejam pegos por inimigos.
Ele pode atacar, farejar tesouros, tripulantes perdidos e muito mais através de comandos específicos que temos a nossa disposição.
Além disso, podemos treiná-lo para aprimorar suas habilidades, fazendo com que seu ataque fique mais forte, carregue itens mais pesados para auxiliar os Pikmin’s, e até mesmo tornar mais ágil o carregamento de sua investida, que serve para quebrar determinadas barreiras.
Otchin sem dúvida foi uma grande adição, por fazer nossa aventura se tornar mais dinâmica e menos arrastada.
Inimigos e Boss Fights!
Durante nossa jornada encontramos diversos tipos de inimigos, alguns mais fracos e outros bem perigosos.
Digo isso pois, apesar de bem úteis, os Pikmin’s também são frágeis. Antes de entrar em combate contra inimigos maiores, é preciso analisar bem o tipo de ataque do mesmo, pois em alguns casos apenas uma investida pode matar várias criaturinhas de uma só vez, resultando em Game Over ou em um desfalque na quantidade disponível.
É aí que entram os diferentes tipos de Pikmin’s, unido a análise dos padrões de inimigos. Alguns possuem ataques de fogo, outros elétricos e assim por diante: cada bichinho pode ser usado como resposta a uma determinada situação.
As Boss Fights são um show a parte não só pelas estratégias que precisamos definir para enfrentá-los, mas pela criatividade com que foram construídos. Se as criaturas maiores já representam um perigo considerável, contra os chefes essa ameaça aumenta exponencialmente. É preciso bastante cuidado.
Missões paralelas e Recursos
Enquanto exploramos, além dos tripulantes de nossa brigada, encontramos também diferentes sobreviventes. Ao resgatá-los eles retornam para nossa base e, a partir daí, nos concedem missões secundárias simples que auxiliam no acúmulo de matéria prima, uma espécie de cristal.
Estes objetivos consistem em descobrir uma quantidade x de inimigos, acumular mais pikmin’s, incrementar nossa cebola, etc. Funciona de forma bem orgânica, na verdade, pois são tarefas realizadas de forma automática pelo jogador.
Quanto aos cristais, eles são muito importantes para comprar aparatos tecnológicos que facilitam a exploração: itens como bombas, alimentos que atordoam inimigos, entre outros. Durante as fases, achamos pilhas desses cristais que os Pikmin’s podem coletar, e existem outras maneiras de consegui-los.
Em certos ambientes precisamos, por exemplo, finalizar a construção de pontes e válvulas necessários para acessar alguns lugares, e tudo isso é feito com essa matéria prima. É bem importante administrá-la com sabedoria, mas não chega a ser algo extremamente complexo.
É tudo perfeito?
Infelizmente não!
Embora o saldo seja bem positivo, Pikmin 4 pode se tornar maçante em alguns momentos, principalmente no início. O game conta com um ciclo diurno e enquanto não temos os meios para agilizar a coleta de tesouros e administração de Pikmins, certas atividades podem gastar um tempinho.
O game até nos ajuda nesse sentido, permitindo alterar o local da nossa base em pontos específicos do mapa, mas como a coleta de tesouros se torna algo repetitivo, isso pode acarretar um sentimento de tédio.
Quando o ciclo termina, precisamos encerrar o dia, voltar para a base e assim iniciar uma nova expedição.
Isso é algo que afetou minha experiência como um todo? De forma alguma, mas preciso alertá-los quanto a isso.
Vale a pena?
Em meio a tantos jogos com histórias profundas, densas, com um gameplay desafiador que exige bastante do jogador, Pikmin 4 traz um sopro de ar fresco no quesito diversão.
Embora seja um jogo de gerenciamento, estratégia e resolução de puzzles, é bem gostosinho explorar cada cantinho dos cenários disponíveis. Encontrar novos Pikmin’s e entender sua utilidade, abre um novo leque de possibilidades para sua jogatina. A exploração, algo central na jornada, pode ser bem recompensadora.
Então se você busca um game divertido, criativo e que te faz pensar em formas diferentes de resolver problemas ou enfrentar inimigos, Pikmin 4 é altamente recomendado.
Nas poucas horas que passei com Pikmin 3 há anos atrás, fiquei encantando. Com Pikmin 4, pude vislumbrar a experiência total entregue em mais um fabuloso título da Nintendo.
Caso tenha gostado dos games anteriores, não perca tempo e entre agora mesmo para a brigada de resgate em busca do capitão Olimar. Ele precisa da sua ajuda!
Pikmin 4 já está disponível como um exclusivo para Nintendo Switch.
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