Hyper Light Drifter será adaptado para a televisão

Em entrevista ao site Polygon, o fundador do estúdio indie Heart Machine, Alex Preston, revelou que Hyper Light Drifter será adaptado para uma série de animação para a televisão. A adaptação do jogo está nas mãos de Adi Shankar, que é responsável pela adaptação de outros jogos, tal como Castlevania da Netflix, Devil May Cry e Assassin’s Creed.

Durante a entrevista, Preston disse que ele e Shankar ainda estão trabalhando com roteiristas para encontrar um modo de traduzir Hyper Light Drifter para as telas, visto que há a dificuldade em traduzir o título para uma mídia não-interativa.

“As diferenças entre uma série e um jogo são grandes em muitas maneiras. Hyper Light como um jogo tem bastante atmosfera e um tanto autoritário às vezes. Para uma série, a pergunta é: como você sustenta e mantém a atenção em um meio não-interativo? Deve ser de uma maneira muito sombria e séria? Tem que ter alguma leveza? ” – Disse Preston na entrevista. – “Ainda há a questão de o quanto de diálogo teremos, e se teremos algum diálogo. Será uma série silenciosa ou teremos dublagem? Considerando que Hyper Light não tinha palavras, há uma ideia de o quanto disso iremos levar para a série. ”

Considerando que Hyper Light Drifter é um RPG de ação, que recebeu influência de jogos como The Legend of Zelda: A Link to the Past e Diablo, e dos filmes do Studio Ghibli, é compreensível ver as dificuldades em adaptar o jogo para uma série de animação além das dificuldades que já existem em realizar esse processo.

Falando em adaptações, estamos vendo uma tendência na indústria na adaptação de videogames

Durante o painel da Polygon na SXSW, Shankar comentou sobre sua tendência em adaptar jogos como meio de traduzir as histórias de criadores como Preston para o meio audiovisual:

“Estou fazendo a mesma coisa que diretores ou roteiristas liam um livro no passado faziam, dizendo ‘Nossa esse livro é incrível’ e não ‘Minha nossa, esse livro vendeu muitas cópias’, e vendo cifrões como um cartum. É importante para mim não me tornar um viciado em Triple As de repente. Fazer tipo, ‘Certo, quais são as maiores franquias, eu vou jogar todas elas’. Não é por isso que estou fazendo isso.”

Esse comentário de Shankar enfatiza que há uma nova onda da realização de adaptações de jogos para a mídia audiovisual, que resultaram em excelentes resultados – tal como a série Castlevania da Netflix – e outras que não foram conseguiram ter muito sucesso –  como o filme Hitman de 2015. O que parece diferenciar essa nova tendência com a do passado é que agora elas estão realizando essas adaptações para serem séries ao invés de filmes, mostrando que produtores, roteiristas e diretores estão reconhecendo que os videogames possuem histórias e mitologias com conteúdo demais para ser traduzido em uma hora e meia ou duas horas.

O ato de adaptar histórias para uma nova mídia sempre foi uma arte imperfeita, dependendo muito da habilidade dos envolvidos na ação de traduzir a história de um meio para o outro. Esperamos que Preston e Shankar possam arranjar uma boa maneira de traduzir Hyper Light Drifter para a televisão sem ter que sacrificar aspectos do que fez o jogo tão memorável.

Ainda não há uma data de estreia prevista para a adaptação Hyper Light Drifter.

Hyper Light Drifter está disponível para PC, OS X, Linux, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch.

Fonte: Polygon

Laura Giordani

Historiadora e estudiosa de imagens e mídias viciada em jogos, filmes, HQs, livros, podcasts, RPG, animes e séries. Quando não está tentando desvendar os mistérios da História e sua relação com as novas mídias, ou tentando navegar pelo seu quarto debaixo de pilhas gigantes de livros, pode ser encontrada em um canto meio iluminado jogando algum título da série Final Fantasy, Diablo, Elder Scrolls ou Pokemon. Sua preferência literária é vasta, porém há preferência pelos temas de fantasia, ficção científica, cyberpunk e terror. Suas mais notáveis habilidades são: ingerir dezenas de litros de cafeína sem ter um ataque cardíaco e tagarelar por horas sobre nerdices sem parar.