Forth Triumph | Análise

Um RPG tático em turnos que pode ser divertido até para quem não gosta do gênero.

Após alguns anos em desenvolvimento, recebendo feedback de jogadores em acesso antecipado e jornalistas, Forth Triumph está disponível na Steam e conta com análises bem positivas no site. Desenvolvido pela CookieByte Entertainment e financiado através do Kickstarter o jogo é um RPG tático em cenário medieval fantástico. Bem dinâmico e com um visual que lembra muito World of Warcraft, o título está entre um dos RPGs táticos mais divertidos e acessíveis que eu já joguei.

HISTÓRIA E NARRATIVA

Um dos pontos que me chamou atenção quando este game entrou no meu radar, foi o fato dele ser um jogo de esquadrão tático medieval, sendo um grande fã de Final Fantasy Tatics fiquei interessado imediatamente, quando se pensa neste tipo de jogo atualmente, geralmente pensamos em X-COM ou outros jogos de temática futurista, entretanto, Forth Triumph vem na contra mão. Com inspiração clara em Dungeon & Dragons, o jogo começa de maneira muito familiar para os jogadores de RPG. Você e seu grupo de mercenários estão em uma taverna e um serviço aparece, a principio, salvar uma mulher de um grupo invasor de gobblins, em pouco tempo a trama de desenvolve para por em risco todo o reino, e você e seu grupo de personagens serão os grandes responsáveis por, pouco a pouco, restaurar a paz.

Verdade seja dita a respeito da história, não existe nada de muito especial aqui, porém, a narrativa é escrita de forma divertida, simples e bem humorada, o jogo sabe de seus clichês e brinca com eles, faz ótimas piadas e tem um ritmo satisfatório, deixando claro e aceitando que a história aqui é só um plano de fundo para o gameplay, e tudo bem, é uma escolha e o jogo sabe lidar com isso de forma positiva.

GAMEPLAY E DESEMPENHO

Após algumas horas de Forth Triumph eu diria que o jogo fica entre Mario Rabbits e X-COM, em termos de dificuldade, diversão, mecânicas e sistema de combate. O game é muito bem balanceado, fazendo com que aqueles jogadores mais ‘hardcore’ se sintam contemplados com um desafio e opções inteligentes de customização, possibilidades de abordagem e estratégia e ao mesmo tempo é amigável com novos jogadores, com uma curva de aprendizado bem otimizada. Uma característica que facilita muito é que você não precisa gerenciar novas tropas ou muitos personagens, o seu grupo será o mesmo (com uma inserção ou outra de vez em quando em missões da história), então os personagens ganham níveis e você acostuma a jogar com eles, o seu grupo de aventureiros não morre permanentemente nas batalhas caso você falhe, isso pode ser apontado como ponto negativo por muitos, entretanto, é fato que isso facilita a vida de muitos jogadores iniciantes.

Forth Triumph conta com quatro classes, Paladinhos (tanque), Magos (suporte), Ranger (DPS) e Savage, que seria uma classe com altíssimo dano (geralmente corpo a corpo) porém pouca resistência. Outra diferença dos jogos táticos que este apresenta, é a necessidade do combate corpo a corpo, mudando completamente a mecânica e a estratégia que deve ser adotada. Existe uma progressão de personagem que também pode ser usada escolhendo habilidades conforme se ganha experiência, o que é interessante para moldar seu grupo da maneira que você prefere.

Uma das marcas de Forth Triumph é a utilização do ambiente a seu favor, ou ser prejudicado por ele, exemplo: Ao se esconder atrás de uma árvore, um inimigo pode cortar a pobre coitada e você levará dano pois ela cairá sobre seu personagem, e vice e versa. Empurrar pedras e derrubar paredes também são opções viáveis, criando assim um leque de opções e acabando com o sentimento de proteção absoluta do cover.

Mesmo inovando e tendo uma mecânica mais amigável que jogos do seu genero, Forth Triumph ainda é um jogo de RPG tático em turnos, e não foge tanto assim do que o estilo se propõe, se você gosta deste tipo de jogabilidade, você muito provavelmente vai gostar desse jogo, se você não gosta, você pode até se divertir no inicio, mas vai enjoar depois de algumas horas.

GRÁFICOS, DIREÇÃO DE ARTE E TRILHA SONORA

Em relação a parte gráfica, o jogo tem dois momentos, e consequentemente eu tenho duas opiniões. Nos momentos de combate o jogo tem gráficos 3D muito semelhantes a World of Warcraft e League of Legends, estes gráficos me agradam e toda direção de arte do jogo também. É um RPG vivo e cheio de cor, criando aquele tom fantástico, fugindo um pouco dos tons sombrios e realistas que muitos RPGs ocidentais decidiram adotar nas ultimas gerações.

Na parte de visão do mapa, enquanto você transita de um local para o outro, os gráficos são de visão isométrica em pixel arte, e neste caso eu achei muito semelhante a jogos mobile de gerenciamento de mapa, fazenda, etc, aqueles jogos bem simples, isto não me agradou muito, porém, é necessário compreender que este é um jogo indie feito através de uma campanha de financiamento coletivo, ao analisar estes jogos todos nós precisamos ter uma compreensão diferente do que temos quando analisamos um triple A produzido pela Sony ou Microsoft por exemplo. Então, neste caso não considero um ponto negativo do jogo.

A trilha sonora cumpre seu papel e é bem divertida, não consegui encontrar nenhum momento em que ela estivesse deslocada.

CONJUNTO DA OBRA E CONCLUSÃO 

Forth Triumph, após anos em desenvolvimento e acesso antecipado, entrega um produto honesto, um RPG tático que faz jus as suas inspirações e consegue colocar seu tempero, inovar um pouco, talvez seja uma porta de entrada atual e interessante para o estilo e deve agradar tanto aos veteranos quanto aos novatos. Fica aqui a oportunidade de escutar mais um pouco sobre este jogo no Meia Lua Cast onde falamos sobre RPGs táticos, clicando aqui!