Êxodo – Deuses e Reis – Crítica

Assinatura Renato
Depois de assistir a alguns trechos do filme, agora tive a oportunidade de ver o filme completo.
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Para quem não leu o texto anterior, Êxodo – Deuses e Reis conta a trajetória de Moisés (Christian Bale) para libertar o povo hebreu da escravidão no Egito, mostrando sua atuação como general das tropas egípcias, seu relacionamento com Ramsés (Joel Edgerton), o exílio e seu retorno.
O filme começa com o Imperador Seti (John Turturro) consultando a sacerdotisa (Indira Varma) sobre a vindoura Batalha de Kadesh, contra os Hititas.
A sacerdotisa indica que o desfecho da batalha não está claro, mas que nela um futuro líder quase perecerá e será salvo por um que não deveria ser líder, mas um dia liderará.
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Moisés faz pouco da profecia, mas esta fica na cabeça de Ramsés, que diz que se por algum motivo fosse visto em perigo, que Moisés corresse para o lado oposto.
Kadesh foi reconquistada pelos egípcios, e novamente perdida pouco tempo depois, mas no filme a batalha é exibida apenas para que a profecia fosse justificada e iniciasse o desgaste da relação entre Moisés e Ramsés.
Este início estabelece Moisés como cético e incrédulo para poder mostrar sua transição para a figura do salvador do povo hebreu, destinado a guiá-los à liberdade pelos caminhos designados por Deus.
É mostrado durante todo o filme ritos e crenças de ambos politeísmo egípcio e monoteísmo hebraico, o que é bastante interessante.
Neste trecho inicial também é exibida a grandiosidade das cidades de Memphis e Pitom e de suas construções e nestes momentos o 3D traz grande valor à obra.
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A parte técnica do filme está excelente, principalmente a fotografia e a edição de som e ambos ganham muito quando vistos em um cinema com tecnologia IMAX.
Apesar da qualidade técnica há um ponto que incomoda: entre o exílio e retorno ao Egito, há um período de 9 anos, mas essa passagem de tempo é quase invisível nos atores, que não envelhecem um dia.
A passagem de tempo só é visível por cabelos e barbas em alguns momentos.
Outro ponto é que os atores coadjuvantes serem famosos não traz nada ao filme, Aaron Paul, Ben Kinsley, Sigourney Weaver, são bons atores e acertam no tom, mas os papéis são tão secundários que em muitos momentos as interações são desnecessárias.
Em compensação, o garoto que interpreta Deus (Isaac Andrews), ou seu mensageiro, não fica claro, manda muito bem. Consegue trazer leveza e força em equilíbrio.
Mesmo tratando de uma passagem bíblica, há todo um cuidado histórico na representação do império egípcio, por exemplo, Ramsés II ficou conhecido por Ramsés, o Grande, por suas conquistas, focou seus primeiros anos de império à construção de sua nova casa no delta do Nilo, a cidade de Pi-Ramesses, e era um grande general.
A interpretação de Christian Bale é excelente e, diferentemente do que vi anteriormente, consegue separar bem a imagem que temos dele de outros filmes para esta de Moisés.
Um grande mérito do filme para mim foi a inserção de uma explicação científica e lógica para as pragas, algo que não precisava ser feito, já que se trata de um filme baseado na bíblia.
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Esse tom intermediário entre o religioso e o histórico-científico funciona e permite a ampliação do público-alvo, algo importantíssimo para uma super-produção, sem desrespeitar em nenhum momento.
O filme é longo, mas tem um bom ritmo, tendo apenas uns poucos momentos no qual se torna arrastado ou cansativo.
Entretanto, ele é tão grandioso que ao final estamos anestesiados e não mais enxergamos essa grandiosidade, e ao fim não deixa aquela sensação de algo incrível e único.
Minha recomendação é que vejam no cinema, se possível em IMAX 3D para aproveitar todo o esplendor visual e sonoro da obra.
Trailer em HD de Êxodo – Deuses e Reis da FOX:

IMDB: Êxodo Deuses e Reis

3 thoughts on “Êxodo – Deuses e Reis – Crítica

  • 16/12/2014 em 13:28
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    Ansioso pra assistir, depois de ver vou ler esse post e comentar de novo eahuehahuea

  • 26/12/2014 em 20:06
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    Agora reli a critica pois assisti o filme, mto boa parabéns. Sobre o filme, só posso dizer que algumas coisas me incomodaram uma delas é o que já foi citado no texto o fato de excelentes atores ficarem muuito em segundo plano, o pior de todos foi o Aaron Paul que deve ter dito umas 5 frases o filme inteiro ( mas mesmo assim deve ter ganhado uma grana do caralho só pra isso entao ta tudo certo kkk ) Zona de SPOILERS A SEGUIR: eu realmente não gostei daquele garotinho Deus batendo o pé e fazendo birra dizendo que queria destruir o império do Faraó e também acho que perderam uma graaaaaaaaaaaaande oportunidade de fazer uma cena épica do Bale abrindo o mar vermelho! A cena é realmente muito sem graça, quando ele se fecha é até legal mas antes é muito sem graça. Apesar disso e do filme ser um pouco cansativo, o filme é legal, just it! Valeu

    • 30/12/2014 em 01:52
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      hahaha assisti tb e achei o Aaron Paul muiiiitooo sub aproveitado tb rs Mas de modo geral gostei mto do filme. Tb não gostei mto da representação de Deus como criança birrenta, mas sobre o mar até que gostei da releitura, fugiu um pouco do clichê e foi mais pro lado da natureza na questão de ir baixando a maré e retornando como um tsunami ou algo assim. Também achei um pouco cansativo. Pra quem gosta do tema, dá pra aguentar bem, mas quem já não curte, vai se cansar muitooo rs

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