Dead Island 2 | Análise

12 anos após o lançamento do primeiro jogo e depois de passar por vários adiantamentos, finalmente Dead Island 2 está entre nós. A Deep Silver nos enviou uma chave em acesso antecipado para que pudéssemos fazer nossa análise do jogo que, como vimos nos trailers, prometia uma chacina desenfreada de zumbis, das mais variadas formas, assim como personagens carismáticos que iriam nos acompanhar nessa trajetória sanguinária.

Afinal, Dead Island 2 revigora a fórmula dos games de zumbis? Vamos discorrer sobre isso.

Uma história clichê

Qualquer obra pós apocalíptica que tenha zumbis como pano de fundo, a história em si não traz grandes surpresas ou reviravoltas. Em Dead Island 2 isso não é diferente. Los Angeles foi totalmente arrasada devido a infecção que zumbificou a população e, depois de nos safarmos de um acidente de avião, logo escolhemos nosso protagonista. Sim, temos mais de um.

Ao iniciar o jogo, encontramos um grupo de pessoas que também sobreviveu e irão nos acompanhar em nossa jornada. Jacob, o personagem que escolhi, é mordido nos primeiros minutos da campanha e acaba descobrindo que é um dos poucos seres humanos imunes a infecção. Dessa forma, precisamos encontrar uma forma de fugir da cidade e ao mesmo tempo buscar uma cura através do sangue de Jacob.

Este é o fio condutor do enredo! Como eu disse, é um tanto clichê e serve como justificativa para os eventos que se desenrolam, porém nada surpreendente.

Algo que me incomodou, no entanto, foi seu ritmo. As primeiras horas de Dead Island 2 são bem maçantes, até chegar em um ponto onde novas figuras são apresentadas, gerando um ar de mistério.

Esse início monótono se dá também pela falta de carisma dos personagens. Não me entenda mal, Jacob é um personagem que faz piadas, brinca com as situações a medida que elas se apresentam e tenta trazer uma certa leveza em um mundo totalmente devastado, onde várias pessoas foram destroçadas e transformadas em zumbis.

Em alguns momentos isso funciona, outros não. Muitas vezes torci o nariz para algumas colocações de Jacob, que me pareceram um tanto forçadas.

No conjunto da obra, Dead Island 2 traz uma história OK, sem muito carisma e nada surpreendente.

Porém, o principal atrativo desse jogo, assim como no primeiro, é dilacerar zumbis da forma mais criativa possível, certo? Vamos lá!

O Gameplay

Em Dead Island 2, contamos com diversos tipos de armas brancas, ou corpo-a-corpo, para combater os inúmeros zumbis que surgem em nosso caminho.

Esse é um ponto que chama bastante atenção no game. Logo quando liberamos a bancada para personalizar nossos equipamentos, podemos brincar com as possibilidades a medida que encontramos novos esquemas que dão as nossas armas atributos especiais como dano elétrico, de fogo, ácido, de impacto, entre outros.

É importante criar armas dos mais variados tipos, pois os zumbis também apresentam variações. Alguns são imunes a efeitos específicos, usam armaduras, possuem bombas em seus corpos e até desencadeiam efeitos, como o choque. Isso faz com que o arsenal seja o mais diversificado possível, de forma que possamos responder de maneira eficaz a uma determinada situação.

Além das armas brancas, em um determinado ponto do jogo, desbloqueamos também as armas de fogo que dão um sabor a mais na jogatina. Temos desde Pistolas, Escopetas, até Fuzis de Assalto, que também podem ser modificados para causar danos especiais.

Mas… nem tudo são flores.

A física do combate não é das melhores e a movimentação do boneco é um tanto travada. Certas armas (não todas), ao usá-las contra os zumbis, não trazem impacto, causando estranheza ao acertar a cabeça do inimigo com toda força. Mesmo segurando o botão de ataque para efetuar uma porrada mais potente, as vezes o porrete, ou taco de baseball, parecia simplesmente passar no rosto dos inimigos, jogando-os no chão.

Pode parecer um detalhe pequeno, mas acaba sendo um ponto que nos tira da imersão daquele mundo.

Por mais que tenhamos uma boa variedade de inimigos, não demora muito para que os embates se tornem repetitivos, visto que a quantidade de zumbis que surgem em certos lugares é insana.

Muitas vezes optei simplesmente por passar correndo em um determinado lugar para avançar na campanha.

Com esse avanço, Jacob recebe algumas habilidades especiais para trazer mais dinamicidade ao gameplay. Algumas são bem úteis, outras nem tanto.

Evolução do personagem

Em Dead Island 2 foi implementado um sistema de evolução do personagem, além dos famosos níveis. A medida que ganhamos xp e mudamos de Level, ganhamos cartas que trazem diferentes vantagens para o protagonista. Cartas essas que podem ser encontradas ao explorar o mundo e concluir atividades secundárias. São 4 ramificações no total: Talentos, Sobrevivente, Caça-Zumbi e Nume.

Cada uma delas tem uma proposta diferente e auxiliam no combate.

Em um dado momento da história, desbloqueamos também o modo fúria, que seria uma espécie de Ult para Jacob, onde ele abraça seu, digamos, zumbi interior e estraçalha os inimigos com suas próprias mãos.

Contra inimigos mais fortes isso com certeza facilita bastante e é gratificante desencadear uma chacina desenfreada dessa forma. Além disso, podemos atribuir golpes especiais no modo fúria, tornando o momento mais divertido.

Embora seja algo que não traga uma vantagem esmagadora durante o combate, investir um tempo em busca de novas cartas de habilidade pode ser de grande ajuda em momentos específicos, principalmente no quesito Talentos e Nume.

Performance do jogo e gráficos

Eu joguei Dead Island 2 na versão do PC, utilizando uma GeForce 3070 Ti fornecida pela NVIDIA, para que eu pudesse ter o máximo de qualidade. Em termos de desempenho, o jogo peca em alguns quesitos.

Um dos maiores problemas que tive nessa versão foram os crashes constantes, que ocorriam simplesmente do nada. O jogo fechava sem motivo aparente, fazendo com que eu perdesse parte do avanço caso eu não tenha encontrado um checkpoint no momento do crash.

Isso sem dúvida foi algo bem frustrante, pois não foram apenas 1 ou duas vezes, mas várias.

Apesar de rodar bem por boa parte da jogatina, vez ou outra ocorriam quedas bruscas de frames, mesmo rodando o jogo em 2k e com as configurações variando entre alto e ultra.

Considero um tanto estranho visto que, em termos gráficos, o jogo não surpreende tanto. Certos ambientes são bem bonitos, o gore dos zumbis, principalmente nas finalizações, são bem legais, mas é nítido que o jogo está um pouco atrás neste quesito se comparado a outras obras que temos atualmente.

O nível de serrilhado em vegetações, roupas, cabelo dos personagens saltam aos olhos em alguns momentos. Certos efeitos e partículas poderiam sim ser melhores, no entanto o cuidado na criação de certos zumbis deve ser elogiada, principalmente os mais grotescos.

As expressões faciais dos personagens são ok, mas nada surpreendentes também.

Tendo em vista que o jogo passou por diversos estúdios e teve um desenvolvimento conturbado, é notável que isso afetou o jogo como um todo de diversas formas.

Afinal, vale a pena?

Se você curte jogos do gênero, onde o principal atrativo é destroçar inimigos sem compromisso, esse jogo é para você.

No entanto algumas pessoas, assim como eu, podem sentir o impacto do ritmo arrastado que Dead Island 2 traz consigo. O combate, embora divertido, pode se tornar repetitivo e mesmo as atividades secundárias inclusas na jornada, não trazem aquele incentivo adicional para que possamos dedicar um tempo maior explorando os vários ambientes antes de seguir o enredo principal.

Infelizmente eu esperava mais do jogo. A história clichê, embora ok, é afetada pela falta de carisma dos personagens. Se você se divertiu insanamente com o primeiro Dead Island, é possível que essa sequência te agrade.

Meu conselho, vá sem grandes expectativas de uma melhora significativa se comparado ao seu antecessor.

Dead Island 2 chega no próximo de 21 de Abril para os consoles e PC.

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