Análise | Blasphemous (Demo)

Após uma campanha de sucesso no Kickstarter, finalmente, Blasphemous está para ser lançado. Desenvolvido pela The Game Kitchen e distribuído pela Team 17, o game é um metroidvania 2D com uma dificuldade elevada. Com um ritmo acelerado, ele exige que compreenda o movimentos dos adversários, seja rápido e preciso em seus golpes.

Tudo isso associado a cenário e história faz com que tendam a considerá-lo um soulslike, mas em outra perspectiva, algo que, de certa maneira, se assemelha a Salt and Sanctuary. De fato, o jogo é realmente difícil comparado a outros títulos desse subgênero, porém você ao compreender movimentação dos inimigos e conhecer os movimentos do protagonista, até mesmo um iniciante é capaz de avançar no jogo, sem grandes frustrações.

Pondo fim ao Ciclo de Punição

“Penitente, você que carrega a culpa dolorosa em suas mãos sofridas
Nos empreste-a e alivie nosso fardo
Nos empreste-a e seque nossa lágrimas
Pois esse é nosso ato de penitência”

Até o momento temos poucas informações sobre a trama do game. Nosso protagonista, chamado de Penitent One, é um cavaleiro preso em um ciclo sem fim de morte e renascimento. A razão dele se aventurar para além do Portão Proibido também não está muito clara, mas parece envolver uma horrível maldição, conhecida apenas como O Milagre, que caiu sobre a terra de Cvstodia e sua população. Nosso herói, provavelmente, tem como objetivo por fim a essa calamidade.

A essa altura, é impossível não notar que esse estilo gótico se inspirou, tanto estética quanto narrativamente, na mitologia judaico-cristã. Trata-se de um mundo medieval bizarro repleto de imagens inspiradas nas mais sombrias e estranhas tradições da cultura europeia, envolvendo muito gore, com práticas e rituais sanguinolentos a todo o momento.

Condenando os Corrompidos

Além do Portão Proibido, há um lugar repleto de criaturas e almas atormentadas por uma religião distorcida. Neste local serão disputadas batalhas contra chefes colossais e inimigos macabros. Para esse feito, teremos a disposição combos devastadores, magias, além de equipamentos como relíquias, contas de rosário e orações.

O combate acontecem em um ritmo acelerado, como em um hack n’ slash, mas ao mesmo tempo, temos que nos preocupar em prever os movimentos dos inimigos e partir disso pensar nas melhores maneiras de eliminá-los.

Para combatê-los, você poderá escolher, entre diversas combinações diferentes, uma que se encaixem em seu estilo de jogo. Dentre as opções existe uma árvore de habilidades, magias que podem ser utilizadas ao acumular cargas no combate, técnicas de bloqueio, entre outras mecânicas. Nesse sentido, Blasphemous segue a fórmula dos jogos da série Souls, porém carece de barra de vigor ou qualquer coisa que limite seu número de ataques, o que não facilitará em nada sua batalhas, pois basta um movimento em falso para encarar a morte.

O diferencial desse sistema, todavia, são as execuções, quando você poderá externalizar toda raiva proporcionadas pelas vezes em que você perdeu, desmembrando seus adversários de maneira brutal. Tudo isso pixel a pixel, através de animações muito bem renderizadas.

Como não podia faltar em um metroidvania, há um extenso mundo não linear a ser explorado. O game conta com diferentes cenários, cada um deles recheado de armadilhas mortais, mas cuja busca lhe permite achar várias passagens secretas, onde você será premiado com itens preciosos como relíquias, contas de rosário e orações que podem invocar os poderes dos céus para auxiliar sua jornada e se livrar da condenação eterna.

Uma Benção ao seu Alcance

Apesar da temática de Blasphemous ser o grande destaque deste título, suas mecânicas, evolução de habilidades e equipamentos em forma de terço torna toda sua ambientação algo único e memorável, que vale a pena ser experienciado.

Se você aprecia metroidvanias, soulslikes, mitologia judaico-cristão ou mesmo, gostou do estilo gore do jogo, você também pode testar o game através de uma DEMO disponibilizada na Steam.

Blasphemous será lançado dia 10 de Setembro para PC, PlayStation 4, Nintendo Switch e Xbox One.

Manoel Siqueira

é formado História, Filosofia e cursa Pós no Uso de Jogos e Brincadeiras em Sala de Aula. Também é redator, podcaster e editor no site http://meialua.net @meialuafsoco.