Análise | The Mooseman (Switch)

Desenvolvido pelo estúdio Morteshka, formado por Vladimir Beletsky e Mikhail Shvachko, The Mooseman é um jogo ao estilo side-scroller que pretende contar lendas e mitos de povos Perm e Chud, originarias das regiões que atualmente são o noroeste da Rússia e a Estonia.
Para conhecer essas lendas o jogador caminhará por três regiões ou mundos e deverá coletar itens que desbloqueiam registros históricos e míticos a respeito de suas representações em arte dessas populações.

Uma jornada pelas pouco exploradas culturas de Perm e Chud.

O estúdio classifica o jogo como uma “aventura atmosférica”. Com certeza a ambientação do jogo é muito peculiar, num estilo que foca nos tons de cinza e arte minimalista que remete às pinturas rupestres e artefatos arqueológicos. A parte da aventura deixa a desejar, pois em poucos momentos o jogo muda seu ritmo lento e passa a permitir movimentação mais dinâmica. Independentemente dessa nomenclatura, The Mooseman é uma boa jornada por uma cultura pouco explorada em mídias de entretenimento, ao menos em relação aos conteúdos que chegam ao Brasil.

O jogador controla o personagem Mooseman e desde o primeiro momento fica claro que o ritmo do jogo será mais cadenciado e que poucas ações serão permitidas ou exigidas. O personagem caminha a passos tranquilos e não possui habilidade de pulo. De forma alguma essas características tornam o jogo ruim, é uma escolha importante para garantir a atmosfera de contemplação e observação dos ambientes.
A lentidão de movimentos e a pouca variação de comandos pode tornar o jogo tedioso em alguns momentos e demanda do jogador um interesse em admirar o ambiente e compreender o movimento das criaturas que habitam os diversos cenários. Há também a necessidade de buscar os diversos itens que liberam trechos das lendas e doses históricas sobre os estudos daquelas tribos.
A habilidade base para a interação com o mundo criado é a alternância entre a visão padrão, que exibe tudo o que um humano comum consegue ver, e a visão do mundo dos espíritos, que permite enxergar todos os seres que se escondem dos mortais. Alternar entre essas visões permite utilizar objetos, com auxílio de algumas criaturas, e identificar ameaças.
Como exemplos, ao se deparar com um penhasco a alternância para a visão do mundo alternativo exibirá uma ponte formada pelas criaturas. Ao encontrar uma grande rocha o jogador precisa alternar entre as visões para fazer com que uma criatura mova essa rocha para o local desejado e possa ser utilizada como plataforma para sobrepor um obstáculo.

Uma das coisas que me atraiu no título foi a exploração do tema mitológico, a possibilidade de conhecer novos seres, deuses e uma nova estória.
Foi um pouco frustrante perceber o quão fragmentada as informações estavam e ao terminar o jogo saber que teria que jogar novamente (talvez mais de duas vezes) para encontrar e coletar todos os itens que me contariam mais sobre aquela sociedade.
A navegação pelos menus era horrível no Switch. Você selecionava uma opção, abria um texto e não havia forma de passar entre eles sem retornar à lista, e selecionar o próximo não era tão fácil.
Outro problema foi a escolha da fonte que apesar de manter a estética do jogo era péssima para leitura tinha traçado fino e seu contraste com o fundo não era adequado.
Aproveitar as informações não foi agradável, uma pena.
O jogo tem premissa e estética bastante interessantes, quebra-cabeças e jogabilidade simples e com alguns ajustes pode ser um bom respiro entre os diversos jogos extremamente coloridos e frenéticos disponíveis atualmente.