Análise | The Elder Scrolls Online: Waking Flame

Os jogadores fizeram o seu melhor durante o capítulo Blackwood, porém as chamas da ambição do culto de Mehrunes Dagon continuam despertas na terceira fase dos Portais de Oblivion. Piadinhas à parte, a nova DLC de dungeons, a Waking Flame – que pode ser traduzido como “Chama Desperta” – chega em The Elder Scrolls Online trazendo duas novas dungeons com inimigos e recompensas únicas para os jogadores desafiarem: Red Petal Bastion e Dread Cellar.

As histórias presentes nas duas dungeon continuam a trama contada na aventura anual dos Portais de Oblivion e estrutura o cenário para a DLC Deadlands.

Red Petal Bastion

Red Petal Bastion é uma dungeon em que eu esperava que a quest tivesse uma história genérica, afinal a premissa é: Os nobres Cavaleiros da Rosa Prateada (Knights of the Silver Rose) têm protegido o povo de Tamriel das ameaças de Oblivion há séculos. Porém recentemente começaram a pilhar as relíquias de templos indiscriminadamente e guardando-as em sua fortaleza.

Imaginei que seria uma história clássica de corrupção daedra em uma ordem com intenções nobres, e que o NPC que daria a quest seria um agente de Glenumbra ou de Blackwood que notou a movimentação suspeita dos membros da ordem. Todas essas suposições foram descartadas no momento em que vi Lyranth do lado de fora da fortaleza acompanhando um novo NPC.

Os personagens dos jogadores – movidos por sua benevolência, desejo de aventura, ambição, ou pressão – decide ajudar Lyranth e Weylin.

A estrutura da fortaleza não é muito diferente de outras que encontramos em áreas semelhantes no jogo, e os inimigos são lobos e guerreiros que fazem parte da ordem. O grande destaque dessa dungeon são os bosses.

O primeiro boss conseguiu me fazer dar gargalhadas pouco depois do início do combate porque uma das mecânicas dele é transformar um dos membros do grupo em uma cabra de tempos em tempos. O jogador então pode escolher atacar os portões do ataque invocado pelo boss e aumentar o dano dos seus companheiros nele, ou comer os bolos que aparecem no chão e dar suporte para o grupo. Escolha com sabedoria!

O segundo boss é dividido em três bosses. A batalha começa com um boss e conforme o grupo causa uma certa quantidade de dano, os outros dois aparecem para ajudar o companheiro. A luta em si não é difícil na dificuldade Normal, porém quando se passa para a Veterana, o Tank pode acabar tendo problemas em equilibrar os inimigos e manter os recursos. O suporte precisa ficar atento!

O terceiro boss é o final, e é um desafio. Ele é muito pesado em mecânicas e área acaba se tornando muito pequena para o combate, então mortes são inevitáveis na dificuldade veterana com um grupo sem comunicação. Se quiser enfrentar ele na dificuldade mais elevada, chame amigos e mantenha comunicação por voz, o Tank precisará informar os outros jogadores em momentos específicos sobre as mecânicas.

Red Petal Bastion pode parecer uma dungeon curta, mas apenas se você decidir ignorar os bosses extras.

Parece que ter bosses secretos, onde é necessário cumprir certos desafios para recompensas extras foi algo que a Zenimax Online Studios recebeu muito feedback positivo a respeito. É claro que essas recompensas não podem ser entregues sem um desafio a mais. Fazer os bosses extras é algo que pode ser questão de vida e morte no hardmode da dificuldade veterana, pois cada boss extra derrotado dá um buff aos jogadores, que ajudam a driblar as mecânicas.

O quebra-cabeça em Red Petal Bastion é encontrar esses pontos luminosos em alguns pontos da fortaleza e cada jogador ficar posicionado no ciclo. Fique de olho para não deixar passar nenhum e se comunique bem com o seu grupo.

Os conjuntos de equipamentos disponíveis nessa dungeon os seguintes: Thunder Caller (armadura leve), Grisly Gourmet (armadura média), Silver Rose Vigil (armadura pesada), e Prior Thierric (monster set). Os conjuntos são focados bastante no DPS, até mesmo o de armadura pesada possui um bônus que causa dano e um debuff nos inimigos com os requisitos sendo simplesmente que o Tank mantenha o bloqueio em pé.

O destaque de criatividade vai para o conjunto Grisly Gourmet, pois além de dar bônus de dano consideráveis, ainda adiciona a possibilidade de fazer um bolo aparecer no campo quando o usuário utiliza um ataque leve. O bolo dá um buff para os membros do grupo. Certamente é um conjunto digno do Deus da Loucura.

Dread Cellar

Com um nome que pode ser traduzido como “Porão do Horror”, a expectativa era que essa dungeon teria uma ambientação digna de um filme de terror. A expectativa estava correta.

Dread Cellar se trata de uma prisão imperial que se encontra abandonada no momento. Ela costumava ser usada para aprisionar os criminosos mais perigosos de Tamriel, que geralmente incluem magos e cultistas de daedra, o que significa que os Battlemages (Magos de Combate) eram os encarregados de guardar o local por serem o grupo da Legião Imperial especializada em magia.

Os jogadores encontram na entrada dois indivíduos pertencentes aos Battemages, Martus Tullius e Lucilla Caprenia, que foram enviados pela divisão para investigarem uma movimentação de magia e pessoas estranhas na prisão abandonada, logo revelando que cultistas da Chama Desperta (Waking Flame) são os responsáveis pela atividade. Dado isso, os jogadores decidem ajudar a dupla com sua missão, revelando um lado mais assombroso dessa prisão macabra.

Assim como em Red Petal Bastion, Dread Cellar possui três bosses secretos que necessitam que os jogadores completem um quebra-cabeça para ter acesso às recompensas extras e aos buffs. Aqui, o quebra-cabeça é uma corrida até piras especiais e a coordenação em ativar alguns cristais. Novamente comunicação é a chave.

Dread Cellar com certeza possui os bosses mais desafiantes das duas dungeons.

O primeiro boss é um carrapato gigante que é mecanicamente complicado. O segredo para derrotar ele é destruir esses obeliscos toda vez que ele começa a interagir com eles, visto que pode causar muito dano. Outra complicação é a invocação de minions que acontece de tempos em tempos, o Tank precisa ficar atento para não deixar que eles se espalhem pelo campo os DPSes precisam despachar eles antes que tomem toda a área.

O segundo boss é um mago, o que já causa várias complicações para os DPSes de dano corpo a corpo. Além disso, ele tem várias mecânicas e efeitos de campo que necessitam que os jogadores fiquem em constante movimento, dificultando o trabalho do Tank. Mantenha a atenção e não se frustre se o grupo morrer uma ou duas vezes.

O terceiro e último boss é um problema para os personagens vampiros já que ele é muito pesado em dano de fogo. Os ataques dele também são bem pesados, além de ter ataques de campo e mecânicas que podem matar o grupo caso os jogadores estejam desatentos na dificuldade Veterana. Passar por esse boss no modo Veterano pode ser uma curva de aprendizagem difícil, sugiro paciência.

Os conjuntos de equipamentos disponíveis nessa dungeon os seguintes: Scorion’s Feast (armadura leve), Rush of Agony (armadura média), Crimson Oath’s Rive (armadura pesada), Magma Incarnate (monster set). Os conjuntos, com exceção do monster set, também são focados para DPSes, principalmente para personagens de PvP visto os bônus de ataque e por uso de poções que eles proporcionam. O Monster set é bastante útil para personagens de suporte que utilizam habilidades de cura com um alvo para dar apoio ao Tank, pois ele dá um buff especial para o membro do grupo que mais precisa de ajuda, o que pode virar o jogo em uma dungeon ou Trial.

Novamente o conjunto de armadura média é o que mais chama minha atenção, porém dessa vez é por conta do dano extra que minha Nightblade pode causar usando o Rush of Agony para atacar grupos de jogadores desavisados na Cidade Imperial. Parece ser uma garantia de diversão com ele.

Vale a pena comprar Waking Flame?

Fazia algum tempo que tive dificuldade em escolher qual das novas dungeons de uma DLC era a minha favorita. Por um lado, Dread Cellar é bastante desafiante e faz com que eu tenha que eu tenha que reconsiderar algumas das minhas estratégias e builds usuais. Por outro, Red Petal Bastion é uma boa quebra na rotina, trazendo inimigos pitorescos e uma história que novamente prova que é uma má ideia mexer com artefatos dos Daedric Princes.

Por ser parte da aventura anual dos Portais de Oblivion, as quests das dungeons contam histórias que facilitam na hora de juntar os elementos da trama, porém eu a recomendo mais para os jogadores mais interessados em serem desafiados. Se você é um jogador que gosta mais da lore e das aventuras, talvez seja interessante esperar um pouco antes de adquirir essa DLC.

The Elder Scrolls Online: Waking Flame está disponível agora para PC, Mac, Google Stadia, e será lançado no dia 8 de setembro para PlayStation 4  e Xbox One. A DLC pode ser adquirida na sua versão padrão por 1,500 crowns na Crown Store ou na Edição de Colecionador por 4,000 crowns – que inclui a montaria Silver Rose Senche-Serval, o pet Ironclad Senche-Serval Kitten, e cinco pergaminhos de experiência.

Montaria e Pet inclusos na Edição de Colecionador de Waking Flame

Laura Giordani

Historiadora e estudiosa de imagens e mídias viciada em jogos, filmes, HQs, livros, podcasts, RPG, animes e séries. Quando não está tentando desvendar os mistérios da História e sua relação com as novas mídias, ou tentando navegar pelo seu quarto debaixo de pilhas gigantes de livros, pode ser encontrada em um canto meio iluminado jogando algum título da série Final Fantasy, Diablo, Elder Scrolls ou Pokemon. Sua preferência literária é vasta, porém há preferência pelos temas de fantasia, ficção científica, cyberpunk e terror. Suas mais notáveis habilidades são: ingerir dezenas de litros de cafeína sem ter um ataque cardíaco e tagarelar por horas sobre nerdices sem parar.