Análise | Darksiders 3 respeita a essência e simplifica elementos conhecidos da franquia

Darksiders teve sua continuidade ameaçada em 2013 quando a THQ declarou falência. Mesmo com a boa recepção do primeiro jogo e hype para o segundo, as vendas não foram suficientes para manter a empresa.
Eis que em 2016 todos os projetos da THQ foram leiloados e a maioria foi absorvida pela Nordic Games, que logo depois foi rebatizada para THQ Nordic.
Um tempo depois fomos agraciados com o anúncio de Darksiders 3, desenvolvido pela GunFire Games, que dá sequência aos eventos já contemplados em seus antecessores. Porém, desta vez, estamos no controle de um novo Cavaleiro do Apocalipse, conhecida como a mais forte entre os quatro, chamada de Fúria.
 

Um novo Cavaleiro e os Sete Pecados

 
A nova protagonista é bem “casca grossa”, confiante quanto ao seu poder, não aceita desaforos e está disposta a passar por cima de qualquer um que se meta em seu caminho.

Enquanto os demais Cavaleiros executam as ordens do Conselho Carbonizado sem pestanejar, Fúria os questiona, deixando claro que está apenas honrando o pacto firmado entre ambos.
O enredo do game acontece paralelamente aos eventos de Darksiders 2. Guerra está preso, Morte está desaparecido e Conflito está em uma outra missão.
Ao atender o chamado, Fúria tem conhecimento por parte do conselho que os 7 selos foram quebrados, supostamente por Guerra, dando início a guerra entre o céu, o inferno e a humanidade.
Sua missão, no entanto, é encontrar e aprisionar a personificação dos Sete Pecados Capitais que foram libertados e precisam ser detidos com intuito de garantir a restauração do equilíbrio entre o Caos e a Ordem.
Fúria então parte para a terra e é aí que nós, jogadores, entramos em cena.
 

Quer desafio? Então toma!

 
Tudo é bastante familiar em Darksiders 3, caso você tenha jogadores os anteriores.
As mecânicas foram aprimoradas e nota-se de cara uma melhora gráfica. Os movimentos de Fúria estão bem fluidos se comparado a Guerra e Morte que eram, digamos, um pouco duros quando os controlamos.
Porém, o principal aspecto percebido após alguns minutos de gameplay é, sem dúvida, a dificuldade incorporada ao jogo.

Caso você, caro leitor, seja um jogador que prese mais pela história e não almeje grandes desafios, recomendo jogar no modo normal, ou até mesmo no mais fácil.
Temos tipos de inimigos variados e até mesmo o mais simples deles é capaz de te derrotar, caso não tenha cuidado e vá com muita sede ao pote.
Certos monstros seguem um padrão de ataques, enquanto outros possuem movimentos diferentes que demandam uma maior atenção no combate.
 

Novas armas, poderes e algumas limitações

 
Para enfrenta-los, Fúria conta as Farpas do Desprezo, seu icônico chicote que será seu melhor amigo durante toda a aventura. Além dos tradicionais combos, temos a nossa disposição o pulo duplo e também a esquiva.
Esta última é de extrema importância que você domine logo no início, pois a cada esquiva perfeita, a protagonista é capaz de desferir em seguida um golpe com bônus de ataque, tirando mais dano dos inimigos.
Os elementos de RPG incorporados em Darksiders 2 estão de volta, porém mais simplificados. Não temos mais uma gama de armas para serem encontradas durante a jornada e nem mesmo a famosa árvore de habilidades.
O Chicote é sua arma principal e no decorrer do game Fúria adquire poderes distintos que, além de conferir a ela armas diferentes conforme a forma utilizada, são necessárias para acessar certos lugares no cenário, no melhor estilo metroidvania. Ou seja, você irá retornar algumas vezes para lugares já visitados anteriormente.
O uso das quatro formas é bem interessante e deixa o gameplay mais dinâmico. Cada uma confere a personagem, além das armas, poderes diferentes que podem ser usados ao encher sua barra de “fúria” e são extremamente importantes na resolução de puzzles.

Para evoluir Fúria precisamos coletar as almas dos inimigos derrotados e entrega-las a Vulgrim… sim, o demônio mercador está de volta e mais ambicioso do que nunca, pois para conquistarmos um novo Level, é necessário paga-lo com estas almas e o preço sobe a cada novo encontro.
Temos apenas 3 atributos que são a saúde, a força, o dano arcano, e a cada nível temos a nossa disposição um ponto para ser colocado em algum destes.
Todas as armas de Fúria contam também com um slot para aprimoramentos, que são encontrados durante o gameplay e concedem vantagens diferentes as mesmas e uma habilidade passiva para a personagem. Ambos, armas e aprimoramentos, podem ser melhorados por Ulthane, após coletarmos determinados itens em nossa jornada

Um ponto negativo quanto as mecânicas, mais precisamente o sistema de combos, é a falta de variedade dos mesmos. Por mais que seja possível combinar sua arma principal e secundária na luta contra os inimigos, nos demais jogos podíamos comprar novos.
O comando que permitia ao jogador lançar seus inimigos para o ar não está mais disponível, o que acabou reduzindo consideralmente o uso de ataques aéreos.
Customizar o mapeamento dos botões no controle também não é possível, o que acabou sendo um incômodo para mim que utilizou um controle com problemas no RB (Xbox One), usado justamente para a esquiva.
 

Os Sete Pecados Capitais

 
Quanto as batalhas contra os chefes, os sete pecados, a GunFire Games acertou em cheio tanto no design de cada um, que varia do grotesco até o mais gracioso, quanto nas lutas em si.

Alguns são extremamente fáceis e possuem um padrão simples, enquanto outros, aliados ao desafio já imposto pelo jogo, são capazes de fazer o jogador querer, por muitas vezes, arremessar o controle para longe.
Cada chefe traz consigo ambientes variados, com um level design bem bacana e inúmeras áreas para serem exploradas.
Temos também os sub-chefes encontrados nestas áreas que, conforme a força de Fúria no momento, é melhor desafia-lo em outra ocasião.
 

Loads… ao infinito e além

 
Apesar das ambientações variadas e bem construídas, a versão do jogo que me foi fornecida (Xbox One),  apresenta uma série de problemas que me frustraram bastante.
Ocorrem muitos delays de renderização que acabam forçando um Load abrupto durante o gameplay, ou seja, ao caminhar com Fúria pelo cenário, o mesmo simplesmente congela e o logo de carregamento aparece no canto inferior direito da tela. Não apenas isso,  as telas de carregamento após morrermos ou usarmos a viagem rápida entre os cenários, demoram em torno de 30 segundos ou mais.
Para um jogo onde morrer é comum, sem dúvida é bem frustrante, porém, este problema de otimização parece ocorrer apenas nesta plataforma, pois ao conversar com nosso amigo Ariel, do Combo Infinito, o mesmo disse que em sua versão (PC), estes problemas de carregamento não acontecem. Confiram a vídeo análise do Combo Infinito no YouTube clicando aqui.
 

Um ótimo jogo que respeita a essência da franquia

 
Em suma, apesar das mudanças e problemas apontados, Darksiders 3 é um bom jogo, que traz uma protagonista forte e determinada, e um enredo que possui toda uma trama que vai muito além de simplesmente aprisionar os sete pecados. Preparem-se para algumas reviravoltas que sem dúvida os deixarão ansiosos sobre o que está por vir.
Se você é fã da franquia ou simplesmente gosta de jogos do gênero Hack’n Slash que trazem consigo puzzles, elementos de RPG e tem uma pegada Metroidvania, Darksiders 3 é para você.
O game será lançado mundialmente nesta Terça-feira (27/11), então prepare suas armas, refine seus reflexos e libere a Fúria!
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