Tokyo Ghoul (Live Action) | Review

Assim como os games, os filmes live action de animes têm uma espécie de maldição. Aparentemente os deus do cinema não querem deixar rolar ótimos filmes dessas fontes. Até os livros já passaram dessa praga do audiovisual. Mas será que Tokyo Ghoul veio para mudar isso?
O filme foi lançado no Japão em julho do ano passado, mas só agora chegou aos cinemas brasileiros pela Sato Company. E a convite deles o Meia Lua apareceu na cabine para conferir como estava esse filme que foi muito comentado.
Como parte do projeto da empresa, o filme chegou aqui dublado. E quanto a isso, a qualidade está muito boa. Alguns erros em relação aos nomes dos personagens acontecem, mas ignorando essa parte está muito fiel. Inclusive os nomes dos personagens permaneceram em Japonês. E até mesmo “Kagune” foi mantida na dublagem. E aí vai mais da interpretação de cada um. Se você perdoa os micro erros relacionados a isso, tudo bem. Mas se você realmente se incomoda com isso, ai fica difícil.
O gore no filme é trabalhado de forma excelente. Esse que é um dos pontos fortes para os fãs da série, foi muito bem feito. E claro, a qualidade da computação gráfica contribui muito para isso. Sem contar que as atuações, até mesmo nos momentos de luta, estão muito boas e convincentes. Cada choro, cada grito de raiva, cada busca por vingança te vende muito bem as emoções dos personagens.
E isso mostra que não temos do que reclamar quanto a escalação dos atores. Masataka Kubota, que interpreta Ken Kaneki, se deu muito bem no papel e conseguiu entregar o que era esperado da loucura do personagem e de seus debates internos por se tornar “um monstro”. Como no momento que ele está em casa esvaziando sua geladeira tentando achar algo que ele possa comer sem querer vomitar. Você é capaz de sentir a tristeza e espanto dele e como está sendo uma mudança enorme em sua vida.
E claro que, como toda obra que vai transformar um conteúdo em outro com muito menos tempo de consumo, tem pontos que ficam resumidos, diferentes e até mesmo esquecido. Porém tudo que está ali faz completo sentido. O filme pode ser visto sim como uma obra solitária e alguém que nunca viu o anime seria capaz de entender todo o esquema.

Mas Tokyo Ghoul não é pura perfeição

Porém, agora vamos aos pontos que podem incomodar. Em muitos momentos, fica claro o uso de cordas nas lutas para puxar os atores para longe. Os movimentos não são tão fluídos como seria  em uma luta “normal”. E nem sempre o CG é bom, ficando aquela cara de coisa extremamente fabricada. Mas para sobrepor isso os produtores abusam de cenas escuras ou com algum tipo de fumaça, até em lugares que não faz o menor sentido ter. Não que cenas escuras sejam problemáticas, na verdade até ajudam a compor o cenário fiel da saga.
E agora vamos ao ponto final. O que podemos falar do filme conclusivamente?
Sinceramente eu não curti tanto o anime, achei um plot comum e que não tinha sido bem trabalhado. Mas decidi ir de mente aberta para o filme e fui surpreendido positivamente. E se eu tivesse que escolher entre os dois, agora definitivamente eu escolheria o filme. Mas sei que isso não é uma opinião unânime. Mas posso dizer tranquilamente que se você curtiu o anime ou mangá, o filme também vai te apetecer.
E caso queira conferir nos cinemas, o filme estará disponível mais dois dias, 19 e 21 de setembro. Clique aqui para conferir salas disponíveis. E vale a pena apoiar esse projeto da Sato para mostrar que também somos um público consumidor muito forte e interessado nesse tipo de conteúdo. E só assim esse mercado irá crescer cada vez mais no Brasil.