Spider-Man Miles Morales inova pouco, mas traz uma experiência cativante e mega divertida | Análise

Em junho deste ano a Insomniac Games surpreendeu todos com o anúncio de Spider-Man Miles Morales.

Após o tremendo sucesso de Marvel’s Spider-man, lançado em 2018 para o Playstation 4, era de se esperar que uma sequência apareceria no futuro.

Sem dúvida nós, fãs das histórias do cabeça de teia, ficamos extremamente empolgados para conhecer mais do novo Spider.

Miles foi apresentado no primeiro jogo e soubemos no fim deste que o personagem estaria ao lado de Peter combatendo o crime na grande Nova York.

A questão é, Spider-Man Miles Morales está a altura de seu antecessor? Apertem os cintos, pois vocês estão prestes a conhecer mais sobre este jogo, claro, sem spoilers.

Características de uma expansão, não uma sequência

Não se assuste. O termo expansão, ainda mais vindo de um projeto vendido como um jogo independente, indica o re-uso em massa de tudo aquilo que vimos em seu predecessor, sem muitas novidades.

Isto de fato acontece em Spider-Man Miles Morales, mas a Insomniac Games soube aproveitar os novos recursos e incrementar a experiência que deu tão certo no primeiro game.

A empresa foi bem clara desde o início, esse jogo seria um Stand Alone (um novo jogo com características de uma expansão), não uma sequência numerada.

Com base nisso você pode se perguntar: “Se o jogo é tão semelhante ao primeiro, quais os atrativos farão os jogadores comprarem este novo Spider?”

A resposta está justamente no protagonista, Miles Morales.

Enredo conciso e a evolução de um novo herói

Como já é conhecimento de todos, Spider-Man Miles Morales terá como foco Miles que, há pouco tempo, ganhou seus poderes e está aprendendo com Peter Parker, seu mentor.

Após um início conturbado, Peter deixa a cidade e a missão de protegê-la nas mão de seu aprendiz.

É neste ponto que a história se inicia e Miles começa a trilhar sua jornada para se tornar um Spider tão respeitado quanto Peter, já que as pessoas o consideram um estagiário.

Em seus primeiros dias como herói solo, Miles descobre que um grupo chamado Underground, liderado por Tinkerer, um dos vilões da trama, planeja roubar uma tecnologia desenvolvida pela Roxxon, empresa de pesquisa voltada para soluções envolvendo o fornecimento de energia limpa e sustentável.

Obviamente nem tudo é o que parece e isso fica bem claro no decorrer das missões principais.

Devido a alguns acontecimentos, a vida de Miles vira de cabeça para baixo e é aí que o jogo brilha, pois testemunhamos o nascimento de um novo herói.

É importante frisar que este jogo é bem menor que seu antecessor, fazendo com que sua história principal seja mais concisa, direta, mas não interpretem como ruim. Longe disso.

Conhecer um pouco mais sobre a vida de Miles, como ele respeitava seu pai, que era sua inspiração, o carinho com sua mãe, os problemas com o Tio… tudo isso nos prende de uma forma muito interessante.

A história de Miles, se comparada a de Peter no primeiro game, é muito mais pessoal.

Vislumbramos flashes de seu passado, antes mesmo de conhecer o Spider-man, descobrimos um pouco mais sobre sua relação com Phin, amiga de infância de Miles e personagem de extrema importância para a trama.

O enredo, mesmo não sendo tão robusto quanto o primeiro, te cativa.

A importância dos poderes de Miles

O enredo não é o único ponto forte em Spider-Man Miles Morales.

Como expliquei antes, estruturalmente o jogo é bastante similar a Marvel’s Spider-man. Mecânicas, balançar pelos prédios da cidade, o combate, até mesmo as atividades secundárias, tudo é muito familiar.

Contudo, os poderes de bio-eletricidade e camuflagem do protagonista incrementaram o gameplay de uma forma bastante interessante.

Enquanto Peter contava com inúmeros aparatos tecnológicos para auxiliá-lo em combate, o foco de Miles está no uso de seus poderes.

A quantidade de acessórios que o novo cabeça teia utiliza foi severamente reduzido, justamente para não torná-lo tão apelão.

A bioeletricidade é capaz de atordoar um ou mais inimigos de uma só vez, além de aumentar o dano causado por Miles.

Para aqueles que curtem o jogo furtivo, a camuflagem é uma opção bastante interessante e pode até mesmo ser usada em combate direto contra os inimigos, para se safar de situações perigosas que envolvem vários combatentes.

O game, obviamente, soube balancear o fato de Miles ser tão overpower, trazendo inimigos que respondem de maneiras diferentes aos seu poderes, ou seja, um mesmo ataque não irá funcionar para todos eles.

É necessário montar estratégias de combate, principalmente contra um grupo grande e variado de oponentes. Isso sem dúvida deixa a experiência mais desafiadora e interessante, principalmente se optarem pela maior dificuldade logo de cara.

Atividades secundárias com uma apresentação diferente

Este é um ponto que deu certo no primeiro jogo, mas poderia ter sido melhor trabalhado em Miles Morales.

As atividades secundárias estão de volta, possuem o mesmo objetivo (conseguir fichas para trajes e equipamentos), mas com uma apresentação diferente.

O que isso quer dizer? Vou dar um exemplo: no primeiro jogo percorremos o mapa em busca de mochilas espalhadas por toda Nova York com objetos que trazem consigo pedaços da história de Peter. Em Miles Morales, as mochilas foram substituídas por caixas escondidas por Miles e Phin, com o mesmo objetivo.

Não me entendam mal, apesar de ser bem interessante descobrir um pouco mais sobre a história do personagem, mesmo que não acrescente em nada no jogo final, com algumas horas de gameplay, esta atividade se torna bastante repetitiva e maçante.

O mesmo efeito é causado em outras tarefas espalhadas pelo mapa. Acredito que a Insomniac poderia ter desenvolvido melhor este conceito, de uma forma que incentive mais o jogador a ir atrás dessas recompensas.

As missões paralelas, no entanto, são bastante interessantes e contam com algumas surpresas não encontradas no arco principal. Recomendo fazê-las. Uma pena serem tão poucas.

Ansiedade para a versão do Playstation 5

Como todos sabem, a nova geração se aproxima. Miles Morales estará disponível também no Playstation 5, porém, como o novo console não chegou oficialmente ao Brasil, tivemos acesso a versão do console da atual geração.

Ao jogar na versão base do Playstation 4, pude perceber em alguns momentos quedas bruscas de frames, devido ao alto nível de processamento exigido pelo game.

Mesmo sendo estruturalmente idêntico ao seu antecessor, é possível notar uma leve melhoria gráfica tanto na cidade, quanto nos personagens; na movimentação e uso dos poderes de Miles.

Me deparei até mesmo com cenários destrutivos, capazes gerar um alto número de partículas, principalmente em combate.

A versão para o Playstation 5 trará consigo o Ray Tracing, tecnologia empregada inicialmente nas placas de vídeo da NVIDIA, com as GeForce RTX serie 20 e 30, e um poder de processamento muito maior.

Mal posso esperar para conferir a qualidade gráfica no novo console, principalmente em algumas cutscenes da história que são de tirar o fôlego.

Um ótimo jogo, apesar das ressalvas

Mesmo com algumas derrapadas por parte da Insomniac Games, devido à estrutura similar ao primeiro game, Spider-Man Miles Morales é um ótimo jogo.

A história do protagonista, sua evolução como herói e a incrível adição de seus poderes ao gameplay, fazem esta experiência valer a pena.

Digo mais, este jogo prepara o terreno de uma forma MUITO INTERESSANTE para uma possível continuação.

Ao concluírem a história, irão entender o que estou falando.

Para mim, é um dos melhores jogos que pude conferir neste ano, principalmente por ser tão fã das histórias do cabeça de teia. 

Miles se mostrou um personagem com bastante potencial e mal posso esperar para vê-lo em ação nos jogos futuros.

Spider-Man Miles Morales será lançado mundialmente em 12 de Novembro para Playstation 4 e Playstation 5.

Confira também a nossa análise em vídeo no YouTube, que gravamos com o Alepitekus do Combo Infinito: