Mighty No. 9 – Review

Finalmente após a longa espera nós recebemos o tão esperado sucessor espiritual do nosso robô azul favorito chamado Mega Man, e em 2016 foi lançado o Mighty No. 9 , desenvolvido pela Comcept em conjunto com a Inti Creates e liderado pelo produtor de Mega Man, Keiji Inafune. O jogo foi divulgado no projeto Kickstarter, site que arrecada fundos pela contribuição do público e prometendo recompensas aos que ajudam, foi um sucesso absoluto a arrecadação e as metas do jogo logo foram alcançadas. Devido a isso, a cobrança do público que colocou o seu dinheiro foi alta, assim como o hype todo gerado, pois como fãs de Mega Man estamos órfãos há muito tempo dos jogos da Capcom. Tivemos um pouco disso no excelente e quase não citado Azure Striker Gunvolt (2014) que saiu para 3DS e é um ótimo sucessor do Mega Man X. Mighty No. 9 veio então mais com o clima dos jogos do Mega Man antigos, da série clássica, principalmente os do Nintendinho (NES).

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Arte conceitual do gráfico cartoon que o jogo ofereceria.

O jogo saiu para todas as plataformas, PC, Playstation 3, Playstation 4, Xbox 360, Xbox One e Wii U como prometido no Kickstarter, além de outras metas como fases adicionais e modos diferentes. As artes conceituais do game na campanha eram muito bonitas, bem artísticas e caricatas, na versão final vimos um gráfico com um 3D meio chapado, o que decepcionou muito alguns fãs, mas apesar do gráfico e de alguns efeitos como explosões e tiros parecerem estranhos, o jogo ainda tem a sua identidade visual própria. O design dos personagens não é tão inspirado, mas os personagens têm algum carisma e com o tempo você se acostuma com eles. É complicado compararmos a todo o tempo com Mega Man, cada um é um jogo diferente, porém quando os próprios desenvolvedores vendem o jogo para o público como um “novo Mega Man”, acaba ficando difícil não ficar comparando enquanto se joga.

O jogo realmente “reverencia” muito a série da Capcom, o personagem principal é o robô Beck em sua armadura azul, o 9º(nono) robô de uma linha de robôs de combate chamados os Mighty Numbers. Os outros oito robôs foram hackeados por algum tipo de vírus e passaram a ficar malvados, o vírus também infectou algumas máquinas espalhadas pelo mundo que tiveram o mesmo destino e começaram a causar problema para a população. Beck tem que parar esses robôs malfeitores e descobrir o vilão que está por trás disso tudo e então salvar seu mundo. Para ajudá-lo nesta missão, o seu criador, o doutor White, em alusão ao Dr. Light, te auxilia pelo rádio na missão, junto com uma menina robô chamada Call, que é assim como a Roll.

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O estilo é de um jogo de plataforma side-scroller com tiro e power-ups, bem no estilo Mega Man. Você progride pelo cenário e vai fazendo sessões de plataforma enquanto atira nos inimigos, mas neste jogo você não pode concentrar o tiro, apenas soltar rajadas. Uma das mecânicas centrais do game é o dash do jogo chamado AcXelerate, que é usado para pular e fugir de ataques, assim como também para finalizar os inimigos que após tomarem alguns tiros ficam vulneráveis. Você consegue matar o inimigo e assimilar alguma função deles, um power-up que lhe causa uma melhoria temporária.

O dash do jogo chamado AcXelerate.
O dash do jogo chamado AcXelerate.

Após o primeiro estágio que é a fase de abertura, que funciona como o tutorial do jogo, nós somos introduzidos à tela de seleção de fases pelo mundo do jogo. Lá temos oito estágios para selecionar e cada um com um boss respectivamente, que são os outros oito Mighty Numbers corrompidos pelo vírus misterioso. Cada fase e boss representam alguma coisa: tem a fase do fogo, a fase do gelo, do vento e assim em diante. Quando derrotamos os mestres das fases nós assimilamos os poderes deles, que podemos usar no jogo depois.

O level design é interessante, com sessões de plataforma legais e, por vezes, desafiantes. É legal ver como a mecânica do dash está bem inserida no game e deve ser usada para progredir nas fases, o dash sem limite de uso no ar deixa tudo mais fácil, mas, visto que isso é algo central da mecânica, faz sentido que ele seja assim. As boss fights também são boas, os outros Mighty Numbers têm poderes variados que podem ser usados depois que forem derrotados, as batalhas divertem e valem o desafio. Alguns dos poderes são bem interessantes, como por exemplo o poder da espada obtido do boss Brandish, que lembra muito o Zero e já vale pelo visual e nostalgia em si.

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Mighty No. 9 é um jogo divertido e que vale muito pela nostalgia dos jogos do Mega Man, é legal ver conceitos diferentes e mais modernos inseridos no game, essas coisas são legais e são diferentes do que se tinha em Mega Man. Keiji Inafune fez de certa forma uma homenagem àquela época, matou um pouco a saudade dos fãs e mostrou algumas coisas novas. Muita gente ficou decepcionada com o produto final, muito por conta do hype e das promessas que foram feitas. O jogo poderia ter um pouco mais de esmero e identidade, porém não chega a atrapalhar a diversão do game, ele ainda é um jogo de plataforma de ação legal e que vai te entreter por umas boas horas.

Assista abaixo o trailer de lançamento do jogo:
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